Capítulo 4

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Berna havia ameaçado chamar os seguranças do hotel, caso Mustafá não parasse de tentar levá-la para a cama. Ele se deu por vencido e depois de tomar um banho gelado a fim de diminuir seu fogo, voltou para a cama, onde ela estava já deitada e com uma pilha de travesseiros separando a cama em duas partes. Ele quis socar qualquer coisa ali, mas se conteve, Berna iria levá-lo à loucura com aquela palhaçada e para variar ela estava linda com aquela camisola e algo que lhe dizia que não tinha nada por baixo. Aproximou-se dela e viu que dormia profundamente, parecia cansada e os cabelos já estavam caídos pelo rosto, então ele apenas voltou para o seu lado na cama e dormiu.

Pela manhã, eles se vestiram para tomar café sem trocar nenhuma palavra um com o outro, desceram para o restaurante e atrás dos óculos de sol, Berna podia ver que Mustafá não deixava de observá-la de vez em quando, com aquela cara de bobo. Ele era lindo, jamais havia negado, mas não estava ali a procura disso, só queria se vingar dele e cair na tentação de seus braços não era uma boa ideia para manter seu foco.

- Hoje a noite vai ter um luau. –Mustafá disse quebrando o silêncio. –Quer ir?

- Se você quiser ir, fique à vontade, eu vou ficar no quarto. –Respondeu ela indiferente.

- Berna, por favor, eu estou tentando ser gentil, mas você não facilita em nada e desde que chegamos aqui só fazemos nos tratar como dois estranhos.

- É isso que somos tecnicamente falando.

- Não, nós somos marido e mulher. –Ele disse firme. –Eu aluguei um barco, vamos passar o dia lá e só voltaremos no fim da tarde.

- Quem disse que eu quero ir?

- Não estou perguntando, estou comunicando. –Sorriu cínico. –Vamos logo, antes que eu perca a paciência.

- Mustafá...

- Vamos!

Berna saiu com ódio estampado na cara e Mustafá logo atrás dava risada de tudo aquilo, teria que domar aquela mulher, havia prometido para si mesmo. Ele conversou em inglês com uns homens e eles logo liberaram o barco, Berna tratou de se sentar em um canto e cruzou os braços emburrada enquanto ele dirigia, iam se afastando cada vez mais do porto.

- Quer conhecer lá dentro? –Ele perguntou aproximando-se dela.

- Não tenho mínimo interesse. –Respondeu com o olhar fixo na água.

- Por favor, vamos dar uma trégua, pelo menos hoje. –Disse se sentando ao lado da mulher e segurando sua mão. –Por favor.

- Tudo bem, Mustafá, só vou dar uma trégua para você parar de encher meus ouvidos. –Suspirou. –Pode me mostrar o interior do barco?

- Com prazer.

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Estavam de volta ao hotel no fim da tarde, Berna jogou-se na cama de roupa e tudo, viu algumas mensagens no celular, mas só respondeu à sua irmã dizendo que estava tudo bem e desviando as perguntas obcenas que Malka fazia sobre a lua de mel. Mustafá ficou trabalhando um pouco no notebook e quando olhou para a cama, ela estava adormecida abraçando o travesseiro que ele havia dormido, sorriu e decidiu fechar um pouco as cortinas para que a luz da lua não atrapalhasse seu cochilo. Ele se trocou após o banho e desceu para o bar do hotel, sentou-se no balcão e pediu um wisk.

- Dia ruim? –O barman perguntou enquanto servia o empresário.

- Já tive dias piores. –Sorriu de canto.

- Seu dia pode melhorar. –Apontou para um grupo de mulheres que estavam sentadas atrás de Mustafá sorrindo para ele.

- Sou casado!

AMOR POR CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora