Havia chegado da empresa mais tarde, teve várias reuniões e estava exausto. Comeu qualquer coisa que esquentou no micro-ondas, sentia falta da comida de Fatma e da companhia de Berna todas as noites no jantar. Quando já estava pronto para dormir, a campainha tocou e ele atendeu dando de cara com nada mais e nada menos do que Wanda na porta.
- O que está fazendo aqui? –Perguntou irritado.
- Te segui desde a empresa e vi que está morando aqui agora. Não está mais com a sua noiva? –Disse irônica.
- Minha vida pessoal não lhe diz respeito. Vai embora!
- Ainda não entendeu que você será meu, Mustafá? –Perguntou ela se aproximando dele e tocando seu peito. –Eu quero você e sei que também me quer.
- Não seja ridícula, Wanda, para de ficar se oferecendo desse jeito. –A afastou. –Saia daqui e não volte.
Mustafá bateu a porta e suspirou irritado, sem contar com todos os problemas que estava tendo, ainda teria que lidar com os surtos passionais de Wanda. Jogou-se no sofá e pensou em Berna, como será que ela estaria? Bom, nesse instante, ela estava com o telefone em mãos pensando seriamente em discar para ele e saber como havia sido seu dia, mas lembrou-se que ele estava furioso com ela e provavelmente não atenderia seu chamado.
- Quer largar esse telefone? –Malka perguntou enquanto se sentava ao lado dela no sofá. –E sai desse sofá, está quase afundando ele.
- Me deixa. –Berna respondeu enquanto escondia o rosto entre as mãos. –Por que eu não te dei ouvidos? Essa vingança só ia me fazer afundar mesmo.
- Isso porque você nem terminou a sua vingança. –A terapeuta sorriu de canto. –Imagina a tragédia se tivesse ido até o fim.
- Eu preciso falar com Mustafá, Malka, preciso pedir perdão à ele.
- Mas não foi você mesma que disse que não ia ficar humilhando perdão dele? Você já falou tudo que tinha pra falar, Berna, dá um tempo pra ele assimilar isso.
- Aposto que ele está assimilando tudo rolando na cama com a Wanda. –Berna respondeu suspirando cansada. –O que eu faço da minha vida?
- Você devia começar dormindo porque sua aparência está ridícula, está me custando olhar pra você. –Puxou a irmã em direção ao quarto. –E seguir sua vida, irmãzinha, volte ao escritório e comece trabalhar normalmente, não é o fim do mundo.
- Tem razão. –Assentiu enquanto abraçava Malka. –Obrigada por vir até aqui ficar comigo, você é a única em que eu confio apesar de ser a mais maluca.
- Só pra constar, eu recusei uma noite de sexo com meu marido depois de tantos meses pra poder vir escutar seus lamentos.
As duas riram e Berna entrou para o banho enquanto Malka pedia uma pizza, depois as duas ficaram vendo filme sentadas no chão enquanto comia direto da caixa. O assunto Mustafá não foi mais tocado e as duas acabaram adormecendo juntas na cama de Berna.
Uma semana havia se passado, Mustafá se concentrava no trabalho e não tinha mais vontade de ir para nenhum outro lugar a não ser sua casa, havia se "isolado" de seus amigos, recusando todo e qualquer convite, estava evitando tudo e todos pois não tinha coragem de contar que havia saído de casa, a verdade é que aquele assunto só dizia respeito à ele e Berna, não queria expor a mulher a nenhum comentário. Stenio havia chegado à sua sala naquela manhã e o empresário lhe contou tudo, pois estava a fim de romper com o contrato.
- Sou seu advogado, eu precisava saber disso logo que aconteceu. –O homem disse irritado.
- Eu não queria que ninguém soubesse do nosso desentendimento. –Murmurou.
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AMOR POR CONTRATO
ChickLitMustafá, único herdeiro da "Império Ayata", precisava de uma esposa para assumir os negócios da família após a morte de seu pai e vê sua vida de mulherengo ir por água abaixo. Berna Steinl, uma turca que viveu por anos em Manhattan, está de volta a...