Waffle House ou uma lata de sardinha?

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AN: Ayo! Aqui estou eu com o final e espero que gostem, boa leitura.

Até o Último Floco de Neve

Ledo engano, devo dizer.

Foram duas? Três horas que passamos trotando pela neve na temperatura abaixo de zero? Não faço a minima ideia. Mas reitero que não havia sido uma boa ideia sair do trem, ou foi, eu não sei. Caso não tivéssemos saídos, talvez, somente talvez, nós não estaríamos congelando, mas isso é um talvez, sabe. Passamos por muitas ruas estreitas, por ser uma cidade pequena, engraçado que todas pareciam iguais, mesmo estilo de formato de casas, os bancos de praça nos mesmos lugares, até mesmo os mesmos gatos (eram clones um do outro?) Parecia uma cidade cidade de joguinho de tabuleiro infantil, na sinceridade.

Eu sempre fui alguém muito impulsivo e temperamental, sem medir muito as consequências dos meus atos, eu colocava a maldita ideia na cabeça e seguia em frente, vivendo a vida como um porra louca e acabou no meio da neve no meio do nada no meio do desespero, se é que me entende. Exemplo perfeito fora no dia que eu decidi fazer aqueles famosos risquinhos cortando a sobrancelha, todo mundo estava fazendo na época, era fancy, moda de alto escalão, se você tivesse um, seria O descolado no colégio. E eu, muito besta, queria deixar meu pseudônimo de "O jalapinha" para "O manjado". E, óbvio, Jinki não permitiria eu fazer, porque ele sempre pagou o papel de corretinho perante a sociedade e nunca sequer pintou o cabelo, por conta disso, roubei um de seus giletes e me escondi no banheiro do meu quarto, tentando fazer algo que julguei legal e, de fato, eu somente julgava, porque na prática havia ficado uma merda e engolido metade da minha sobrancelha presa naquela navalha amaldiçoada. Passei o resto do terceiro ano escondendo meu rosto do sol e usando um band aid transversal na parte arrancada. E era nesses momentos que agir de forma impensada dava mal e uma ótima oportunidade para eu aprender a lição e nunca mais repetir. Contudo, quebrar a cara feio de novo e novamente era comigo mesmo e aqui estava eu agindo erroneamente.

Caminhávamos em um silêncio mortal em mais uma viela, Jinki carregava uma carranca pesada e assustadora na face desde que saímos da locomotiva e eu já começava a ter medo do que aquelas linhas de expressão enraivecidas poderiam fazer comigo se eu dissesse que não sabia o endereço do meu tal amigo. Empurrar minha cara no chão congelante parecia uma opção do jeito que ele chutava a pobre neve brutalmente enquanto caminhava. Deus me defenda. Ele podia até ser mais um politicamente correto, mas quando a situação ficava preta, seus princípios contra violência iam para a caçamba de lixo. Os dois anos que Jinki passou servindo o exército coreano e aprendendo krav maga não foram brincadeira, eu não poderia arriscar minha cabecinha lesada de balão.

Eu realmente tentei não focar nisso enquanto andávamos a caçada de uma suposta casa, pensei nas estrelas que pouco brilhavam no céu tremendamente escuro, pedindo silenciosamente para que me indicassem que caminho seguir, porque eu estava bastante perdido em muitos sentidos.

— Onde cacete esse homem mora, Lee Taemin? — A pergunta que eu tanto temi veio aos meus ouvidos e eu engoli a seco, nem uma agulha passava por minha garganta que estava mais seca que o deserto do saara e meu corpo estava totalmente retesado.

Como eu já estava com o pescoço na guilhotina, só fiz me jogar de vez. 'Tá no inferno? Se joga no colo de diabo logo.

— Eu não sei — sussurrei quase inaudível, encarando o chão e vendo minha bota suja.

Como eu havia previsto, senti o fogo da ira no olhar de Jinki corroendo meu pobre ser. Teria sido bem melhor congelar no trem, não é mesmo Taemin? Exatamente, mas não, aja como um impulsivo, desregrado idiota, você vai se dar bem.

Até o Último Floco de Neve [2Min | Taemin + Minho]Onde histórias criam vida. Descubra agora