Capítulo 08 - Conquistados

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Um grande grupo caminhava em um bosque tão denso que aparentava ser madrugada mesmo no meio do dia. Os animais ouviam seus passos e fugia para qualquer direção. Homens fortemente armados, com adagas, espadas, machados e arcos. Guerreiros vestidos do mais refinado metal, reluzindo com o pouco de brilho que se passava por dentre as folhas.

Logo a frente, uma forte luz começava a brilhar intensamente, cada vez mais claro com cada passo que era colocado naquelas gramas úmidas.

Repentinamente, as árvores acabam, e eles se encontram em uma clareira aberto gigante, onde várias cabanas, em sua maioria de madeira ou de argila, estavam posicionadas.

Sniveyl nunca tinha visto tantas crianças em sua vida. Estavam correndo atrás de um tigre, este do qual estava se divertindo junto com eles. Do outro lado, próximo de uma lagoa, haviam mulheres, vestidas com o mínimo de roupa necessário, faziam o serviço de pesca, enquanto outras se lavavam. Ao fundo, homens, muito parecidos com o jovem tribal ao lado deles, construíam mais e mais casas, enquanto alguns outros estavam dentro de um poço, retirando água.

Quando eles notam a chegada de tantos rostos desconhecidos, todos correm e se reúnem no centro. E começam a dançar.

"Essa é a dança da acolhida." Explicava o tribal que os guiara até este local. "Sintam-se à vontade, ao entardecer teremos nosso jantar. Aqui comemos todos juntos, para mostrar nossa união e companheirismo."

O dia então flui como água em um riacho, e a noite chega, junto com um jantar de boas-vindas.

"Não quer se enturmar conosco?" Uma garotinha pergunta ao capitão, que estava as margens da lagoa, com seu olhar intensamente no reflexo da lua.

"Estou sem fome" Ele diz, devolvendo um sorriso para ela. "Sem fome no momento."

"Momento? O que é isso?" ela pergunta, com um olhar cheio de dúvida.

"ahh, é... hmm... quer dizer agora, sabe, não to com fome agora" Responde-a constrangido e desajeitadamente.

"momento..." Ela então olha no fundo dos olhos dele, e sorri. "Bom, vou ir lá brincar no momento. Até mais!"

***

Antes mesmo do sol dar as caras, os barcos já estavam posicionados e prontos para partir.

"Você sabe o que fazer? Certo?" Diz o capitão, se dirigindo ao navegador.

"Sim senhor. É só invadir e quebrar o obje–"

Uma mão cobre a boca do navegador.

"Silêncio! Essa missão é um segredo!" Sniveyl o repreende. "Só mais uma coisa... qual o seu nome?"

"Meu nome é Marvin, senhor." Responde o navegador quase que imediatamente.

"Muito bom, Marvin. Estou contando com você!" Com isso ele se vira e parte para um barco, na verdade, era um bote, do qual estava preenchido com comida e água em um pote.

"Tem certeza que você vai sozinho?" Marvin perguntava.

Sniveyl vira seu rosto, olhando nos olhos de Marvin.

"Sim. Pelo que entendi, a ilha do leste tem uma das torres, e a do Sul, que passamos por ela tem outra." Ele começa a entrar no bote.

"Então se tudo estiver correto. Cada uma guarda um dos artefatos..."

Marvin então se curva, e dirige-se em direção ao barco cheio de soldados, deixando seu capitão para trás.

Quando já estavam em alto mar, distantes da costa, todo aquele povo residente da ilha aparece, desejando boa viagem a todos. Sniveyl observa aqueles olhares inocentes e expressões sinceras, e então agarra sua mão direita em seu outro ombro do qual não havia um braço. Junto do som das ondas, era audível um suspiro...

"Não foi para isso que eu sobrevivi."

As Chamas Imparáveis (Um Conto de Zirtae)Onde histórias criam vida. Descubra agora