O CÓDIGO: Som de Tambores

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Ela sentia a areia nas mãos. Quente e escorregadia por entre os dedos. À frente dela, um mar amarelo daquela areia. Ao seu redor, pessoas que ela não sabia quem eram e o que eram.

- Hey! Hey! Garota estou falando com você! – A voz de Unkar Plutt a alcançava de longe. – Leve isso até aquela nave. – Ele se aproximava com uma grande peça que anos depois aprendeu que era um reator. – Entregue ao Gar, ele está lá esperando por isso.

Ela segura a peça nas mãos, era tão pesado que deixou cair na areia.

- Hey, garota! Preste atenção! – Unkar pega a peça do chão e coloca nas mãos dela novamente. – Vai! – E aponta para um ponto cinzento e pequeno na areia escaldante.

- Ela não vai resistir chegar lá, Plutt. – A voz de outro crolute chega até os ouvidos dela.

- Bom que assim não preciso me preocupar. Se ela resistir, continuará a carregar sucata pro resto da vida. – Unkar rir.

Ela sente as mãos queimarem com o metal aquecido pelo calor e a nave aonde deveria entrega-la se afastar mais e mais de acordo com o seu cansaço que cresce. Por um momento, até pensa que está com a vista embaçada, pois de repente vê o pequeno ponto cinza virar uma grande nave metalizada.

- Quem é você? – Um humano, o primeiro que ela via, para na frente dela. Suas roupas cheiram a graxa e é de um marrom escuro que ela nunca vira. – Quem é você? - Ele pergunta pausadamente e assustada, ela só entrega a peça para ele, seus braços tremendo com o esforço de levantar após andar ao sol.

- Unkar mandou. – Ela não tinha certeza se aquele era Gar.

- Como se chama, garota? – Ela o vê pegar a peça e colocar debaixo do braço. Ela olha para trás, para o grande ponto branco e laranja onde está o escritório de Unkar.

- Hey?... – Ela pergunta hesitante.

- Rey? – Ele sorrir. – Muito bem, Rey! Vá lá pra dentro. Tem água e comida lá. Sei bem que Unkar não alimenta suas crianças.

Ela sente o estômago reclamar e corre para dentro da nave e ouve o som de vozes. Tudo que ela pensa é em comer.

24 horas depois da captura

"Ela não deveria estar aqui." A voz de Hux chega até ela como um sussurro. "Ele tem treinado todos os dias para expandir a ligação com ela! É claro que ele a encontraria logo logo." Uma voz masculina desconhecida responde. "Ela precisa de mais tempo. Ele tinha que continuar distraído." Hux diz ríspido. "Ele continuará distraído, general. Ele a caçou por anos, demorará um tempo antes de se cansar do brinquedo e Ventress conseguirá terminar o plano."

Ela sente as presenças se afastarem e pensa duas vezes se deve abrir os olhos. Sente a Força ao redor de si, escrutina em busca de vida. Abre os olhos na sala vazia. Está numa maca fria e ao lado, um painel médico dá seus indicadores. Ela levanta e procura por seu sabre e não encontra. No pulso, por baixo de sua jaqueta, o localizador brilha azulado e pulsa como o sangue nas veias dela naquele momento. Ele está chegando. Os passos dele são tão pesados no corredor que ditam as batidas de seu coração.

Quando a porta se abre, o vulto negro que entra na sala é quase desconhecido. Ele está sério, comprometido e silencioso, mas em seus olhos há acusação. Na mente dele, ela lê sentimentos de traição, abandono e contradição. Ele parece um novo homem por fora, mas é o mesmo menino assustado de sempre.

"Devo te chamar de supremo líder?". Ela mantém seu queixo levantado e sua vontade de chorar escondida dentro dela. "Não precisava ser assim." A voz dele retumba dentro de seu peito. "Queria que eu estivesse aqui do seu lado para ver tudo de grandiosos que a Ordem está fazendo." Ela acusa. Seus olhos não desgrudam. "A Primeira Ordem não mata crianças..." Ela o olha com escárnio. "Não mata sensitivos..." Ele tenta refazer sua frase, mas é uma mentira e ambos sabem. "Eu não ordenei a morte de nenhum sensitivo."

SOBREVIVENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora