A JEDI: O que você fez?

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Ela sente uma turbulenta compressão em sua mente e seu peito. Lys ainda a agarra forte pelos ombros e ela afasta -se buscando olhar para a menina. Os olhos de fada são brilhantes e o verde é prateado. Ela tem o rosto comprido e suas bochechas são altas como as do pai.

"Eu senti tanto a sua falta". Rey sente que precisa externar a saudade da filha. Ela quer dizer mil coisas e ouvir outras mil, mas não há tempo, é preciso ajudar Leia. Ela ergue-se é vira-se para a general que olha consternada a cápsula onde o filho foi colocado. Os olhos dela também brilham, mas é de dor e lágrimas.

Rey nunca solta a mão de Lys e acha que é preciso dar espaço para que a mulher possa deixar tudo transbordar. Ela coloca a filha nos braços. Aquele peso e proximidade aquece seu coração de tal forma que o que antes era turbulento, agora é calmaria e força.

Lys olha para trás delas, por cima de seus ombros. Onde pai e avó estão iluminados pela luz parca do vão central. Rey não quer olhar para trás. É preciso focar na filha. Não quer sentir a dor. Ela tateia por uma porta abrindo a ancoragem e fazendo barulho de catracas, maculando o silêncio fúnebre do ambiente.

Atravessa o degrau alto para dar de cara com Rosie e Finn. Rey quer chorar novamente por vê-los. Eles se dão um abraço em conjunto. Rey, Lys, Finn e Rosie. Uma família formada de amigos. Ele beija o topo da cabeça de Rey com carinho e fraternidade. Ela sente alívio e compaixão. Rosie alisa o braço dela, num conforto mudo pelo que foi vivido por todos.

"Ela cresceu!" Rey murmura por cima da cabeça da filha. "cinco anos!" Rosie responde. "Nós nunca a deixamos esquecer." Finn quer abraça-la de verdade, quer dizer várias coisas. Rey sente todas elas. É sobre a guerra, sobre armas, política e soldados. Novamente a ironia. Logo Finn...

"Mãe!" Lys se ergue a olhando nos olhos. É um tipo de bálsamo curador de feridas ouvir ser chamada de mãe. "Lys". Rey não fala alto seu nome há anos. "Quem está com a vovó?". Rey pensa o que Lys sabe sobre a percepção da Força. Não quer que a filha perceba a morte sendo tão nova e muito menos a morte dele. "Não há ninguém lá, Lys!".

A menina pula de seus braços com habilidade. Suas pequenas botas tocam o chão fazendo quase nenhum barulho. "Tem." Ela olha para a porta que acabaram de fechar. "Mas, vou deixar que vovó converse com ele." A voz naturalmente rouca é um fio. Os olhos crescem em direção ao pavimento central. Ela olha para Rey e algo dentro delas volta a chacoalhar. "Vou ver tia Kydell!". Seu humor se modifica de repente, indo do grave e sobrenatural ao tom infantil e jocoso é ela corre corredor a dentro da Coletor.

Rosie perfilou Lys para Rey. Era difícil ouvir falar quem era a própria filha. "Especial... Sabe quando mentem para ela... É difícil de lhe dize não... Perspicaz... Inteligente... Poderosa..." Algumas das informações vem à mente dela e dançam em círculos da imagem que Rey tinha até então; de um bebê silencioso e rosado.

Rey vive um torpor causado pelo cheiro do cabelo da filha, as lembranças em sua pele de estado com ele e a dor de não ter conseguido salvá-lo pesando em seu coração. Durante a viagem até Aargonar, ela tem tempo para pensar no que iria fazer a partir daquele momento.

Aargonar é um planeta árido. Escolhido por não facilitar localização e pousos. Suas montanhas formavam picos agudos como agulhas apontadas para o céu. Poe e sua destreza alcançava a base de forma cirúrgica pilotando a Millenium Falcon. A nave de Rey, como Leia gostava de taxar para não lembrar a quem ela verdadeiramente pertenceu. Eles entram na base onde vários caças e armas estão sendo carregadas.

Caminhar para dentro do comando dos Resistentes lhe dava doses de realidade. Olhos assustados, tensão no ar. Blasters ativados. "Os sombrios seguiram vocês". Foi o que uma mulher Loira informou. Lys correu até ela e pareciam intimas. A mulher beijou o topo da cabeça de sua filha e a agarrou como se estivesse com saudade. "Onde está Leia?" A mulher perguntou para além dela.

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