Capítulo 08

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POV Martina
Nicolas passou a tarde inteira na minha casa, mesmo eu insistindo para que fosse embora, adiantei alguns trabalhos da faculdade e a noite resolvi ceder ao convite dele. Saímos para jantar em um restaurante bem perto da minha casa, estava um clima muito gostoso, a comida estava muito boa e tinha música ao vivo, uma dupla que deve estar começando agora, entre uma conversa e outra, eles começaram a cantar uma música do Luan, sem me dar conta eu parei de conversar com Nico para ouvi-los cantar.
_ Nossa amor, nem te falei -ele disse depois de dar um gole no seu vinho- Você acredita que o Luan Santana tava la no seu prédio hoje? -eu gelei ao ouvir aquelas palavras-
_ Sério? -falei com a voz trêmula- Fazendo o que?
_ Não sei, ele tava saindo do elevador na hora que eu entrei, não acompanho a vida dele mas pensei que fosse mais simpático
_ Ele é -afirmei sem perceber-
_ Não é não, ele fechou a cara quando me viu, deve ter pensado que eu ia pedir foto -riu debochando-
_ É, deve ser -encerrei o assunto, não queria dar corda pra ele ficar falando do Luan, ele não pode nem sonhar com isso-
Terminamos o jantar e fomos para minha casa, eu não estava me sentindo bem, não sei explicar, acho que a comida deve ter revirado meu estômago, ou era só nervoso mesmo... Tomei um longo banho e me deitei com Nicolas, por incrível que pareça essa noite quem me procurou foi ele, transamos por algumas horas e adormecemos juntos. [...] Acordei na manhã seguinte com meu celular tocando, passei a mão no criado-mudo e o peguei, era Luan, desliguei rapidamente e o coloquei embaixo do travesseiro quando senti Nico se mexendo do meu lado. Preciso falar pro Luan parar de ficar me ligando toda hora, qualquer hora o Nicolas pega e eu não vou ter como explicar pra ele que tenho um caso com Luan Santana, não saberia nem por onde começar. Droga, um mal estar de novo, dessa vez um pouco pior, corri para o banheiro vomitar, Nicolas acordou e veio atrás de mim.
_ Amor, o que foi? -ele disse segurando meu cabelo-
_ Não sei -vomitei de novo- Deve ter sido a comida de ontem -terminei, escovei os dentes e me sentei no chão, que sensação estranha-
_ Tem certeza? Não quer ir no médico? -ele disse se abaixando pra ficar na minha altura-
_ Não precisa, eu tô bem -me levantei e voltei pro quarto-
Peguei meu celular e Luan havia mandado várias mensagens, apenas respondi que não podia falar naquela hora. Vi Nicolas entrando no meu closet e decidi ir atrás, era lá que guardava os presentes que Luan me deu ao longo do tempo, fingi que estava procurando algo pra vestir e ele também, até que ele deixou cair um envelope com bilhetes do Luan. Que droga!
_ Que isso? -ele disse pegando um dos papéis-
_ Meu pai manda me entregar flores aqui toda semana -gaguejei um pouco mas acho que fui bem-
_ Seu pai? E porque ele não coloca o nome dele?
_ Não sei amor, eu falei com minha mãe um tempo atrás sobre a situação que a gente tava, ela falou pro meu pai e ele decidiu fazer isso -eu estava tremendo, mas acho que ele acreditou-
_ Hm, entendi -ele estava me olhando desconfiado, mas certamente se eu estivesse no lugar dele também desconfiaria- Então toma -me entregou o envelope com todos os papéis-
_ Vamos tomar café, amor -decidi mudar de assunto, não sei mais por quanto tempo vou conseguir mentir-
_ Tá, né -me olhou estranho e saiu, fui atrás dele, tomamos café em uma padaria super famosa na região, é muito gostoso ficar assim com ele, quando não estamos brigados-
_ Martina, eu vou te que ir -ele me deu um selinho-
_ Ir pra onde? Tá doido? Hoje é domingo -segurei seu braço o impedindo de levantar-
_ Marquei com uns amigos de jogar bola, passei o dia inteiro com você ontem -ele se soltou-
_ Me deixa em casa então, não vou ficar aqui sozinha -ele acentiu e seguimos até em casa- Pode me dar um beijo descente pelo menos ou prefere ir lá beijar o campo? -disse quando ele parou o carro para que eu descesse-
_ Vem cá -ele me puxou e me beijou, sua mão entrelaçava meu cabelo e a outra não saiu do volante por um segundo, finalizei o beijo e desci do carro- Vai voltar pra cá depois? -perguntei antes de fechar a porta-
_ Acho que não, tenho que trabalhar amanhã, mas se você passar mal de novo me avisa
_ Ta bom -soprei um beijo e fechei a porta, ele seguiu reto a avenida e eu subi para meu doce e solitário lar-
Entrei em casa e já peguei meu celular, li as mensagens do Luan, ele disse que tinha feito uma música pra mim mas ainda não tava pronta, finalmente encontrei a diferença dos dois, acho que era isso que eu precisava, Luan me dá toda atenção do mundo, cuida de mim mesmo de longe, me liga toda hora pra saber como estou... Nicolas está comigo por estar, nos acostumamos com a rotina e pronto, Luan tem razão, eu amo sozinha. Quer saber? Vou tacar o foda-se pra ele do mesmo jeito que ele faz comigo. Liguei pro Luan e disse que queria viajar com ele, ele concordou sem hesitar, arrumei uma mala pequena de roupa e ele fez questão de comprar minha passagem. Poucas horas depois já estava o aeroporto a caminho do Rio de Janeiro, Luan faria show lá e me passou o hotel que ficaria, provavelmente eu chegaria primeiro, o que é bom, não quero ser vista com ele publicamente.

A culpa é SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora