Capítulo 51

310 11 0
                                    

_ Nicolas, pelo amor de Deus, deixa ela
_ CALA ESSA BOCA -ele gritou apontando a arma na minha direção- Você me prometeu que ficaria comigo se aquele desgraçado levasse essa praga dessa menina -eu acenti com a cabeça-
_ Só me deixa entregar ela, por favor Nicolas, eu fico com você, eu faço o que você quiser mas ela não merece pagar pelo que eu fiz
_ Anda, começa a falar -ele falou rápido me olhando agoniado- Me fala onde foi que eu errei com você? O que ele fez que eu não fazia? Ele era melhor do que eu na cama? ANDA MARTINA, FALA -ele se alterou e me segurou pelo braço colocando a arma embaixo do meu queixo-
_ Não foi sua culpa -Júlia voltou a chorar, o que irritou ele ainda mais-
_ Não mente pra mim, seja sincera pelo menos uma vez na sua vida
_ Eu to falando a verdade Nicolas, a culpa foi minha, eu errei com você
_ Faz essa menina calar a porra da boca porque senão eu vou calar do meu jeito -ele deu um passo atrás-
_ Posso colocar ela pra mamar? Deve ser fome
_ Faz o que você quiser mas a cala a boca dessa menina -abaixei minha blusa e coloquei Júlia no peito, na hora ela se acalmou mas seus olhinhos continuavam marejados me olhando, eu só sabia pedir pela vida dela naquele momento-

POV Luan
Fiquei desesperado quando Martina parou de responder minhas mensagens, estava indo com um policial e uma pessoa da embaixada até o endereço onde a localização dela apontava, não era tão perto, o que me atrasou um pouco e me deixou ainda mais aflito, fiquei pensando no que ela falou e por mais que eu não concorde, acho que ela tá certa, é melhor eu ir sozinho mesmo, aquele cara é completamente surtado, se ele fizer alguma coisa contra minha filha eu vou matar ele lá mesmo e não quero um policial de testemunha. Assim que paramos o carro falei com o cara da embaixada que queria subir sozinho, ele a princípio se recusou mas eu disse que assumia todo o risco, discutimos algum segundos e falei que minha filha estava lá em cima e não interessa o que ele pensasse, eu ia subir lá e pegar ela... Acho que ele desistiu, apenas fez sinal para que eu subisse, o policial mostrou o distintivo na portaria
Mostrei uma foto da Martina e o porteiro disse que ela chegou ali algumas horas atrás e falou o andar onde ela estava, antes dele terminar de falar eu corri até o elevador, eu não conseguia pensar em nada além da minha filha, me culpei o tempo todo por tudo e não vou me perdoar nunca se alguma coisa acontecer com ela. Quando o elevador se abriu caminhei até a porta 1002, se o porteiro estiver certo, é aqui que elas estão, me aproximei e confirmei o fato quando ouvi os dois brigando, e a raios quilômetros de distância eu conheceria a voz da Martina. Bati naquela porta e comecei a força-lá pra abrir.
_ MARTINA -bati mais forte na porta e percebi que eles ficaram em silêncio- MARTINA FALA COMIGO
_ Demorou mas chegou a cereja do bolo -Nicolas falou rindo do outro lado-
_ ABRE ESSA PORRA OU EU MESMO ABRO
_ Você tá com seus amigos policiais? -ele falou baixo, percebi que estava mais perto da porta-
_ Não, eu to sozinho, abre logo essa merda Nicolas -ouvi um barulho de chave um pouco distante e logo a porta foi destrancada-
_ Entra quietinho -me assustei quando ele apontou uma arma pra mim, eu já esperava que ele tivesse armado mas só acreditei quando vi-
_ Cadê elas? -falei quando ele fechou a porta atrás de si-
_ Calma, fica a vontade, quer um café, um chá? Agora que o complô tá formado
_ Eu não to brincando, cadê a minha filha? -falei olhando pra todos os lados sem ver um rastro dela-
_ Vem Martininha, meu amor, vai começar a reunião de família -vi Martina saindo de um quarto com a Júlia deitada em seu colo, ela estava mamando e meu coração se encheu quando a vi ali na minha frente-
_ Bom, é o seguinte, você tem alguma coisa pra falar pra essa vagabunda? -ele falou apontando pra Martina e nem por um segundo abaixava aquela arma, eu não podia reagir com minha filha aqui-
_ Solta elas, você não vai ganhar nada mantendo elas aqui, já tá todo mundo sabendo do caso, você não vai ter paz se ficar com elas, e eu só saio daqui sem minha filha se eu estiver morto -olhei pra Martina que estava chorando e não tirava o olho da Julinha-
_ Pra mim isso não é problema, eu poderia matar vocês três aqui tranquilamente, você deve saber disso, e ainda assim seria muito pouco se comparado com o que vocês fizeram comigo
_ Nicolas -Martina o interrompeu- Deixa o Luan levar ela, eu fico aqui com você
_ Martina não, de jeito nenhum -falei nervoso- Eu não vou te deixar aqui
_ Luan, ele não quer fazer mal pra ela, ele só quer ficar comigo, e eu vou ficar
_ Você tá louca? Esse cara é doente Martina, eu não vou deixar você com ele
_ Acabou a discussão do casal? Eu to aqui ainda -ele apontou a arma pra cima- Eu não to nem aí pra o que você pensa de mim, mas vou te dar duas opções, você escolhe o melhor pra você -ele suspirou- Ou você pega sua filhinha fruto de toda a desgraça que você me fez e vai pra puta que pariu com ela, ou então eu mato vocês dois aqui e me resolvo com a Martina depois, o que você prefere?
_ Solta as duas e resolve comigo, fui eu que tirei ela de você, eu que procurei ela, eu que ia na casa dela de madrugada quando você não ia, eu que transava a noite toda com ela e deixava ela calminha quando tava estressada com você.. Foi tudo culpa minha, aliás, a culpa é sua né de ter faltado com ela -ele se aproximou e apontou aquela arma pra mim- Cara, não vale a pena acabar com a sua vida por causa de mulher, eu sei que você ama ela mas ninguém vai ser feliz amando sozinho, deixa a menina ir e você vai encontrar alguém que te ame também.

A culpa é SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora