Capítulo 43

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POV Luan
Terminei o show e desci do palco, espero que não tenha deixado transparecer o quanto estava nervoso por conta daquela discussão, segui para meu camarim e estranhei ele estar vazio, era pra Martina estar aqui com a Júlia.
_ Lelê, cade a Martina? -questionei a Arleyde que vinha logo atrás de mim-
_ Não sei, ela não quis subir, ficou aqui ela e a menina
_ Puta que pariu -fechei o olho e suspirei- Eu juro que mato a Martina se ela começar com graça por causa de besteira, ela não tem o menor direito de sair assim com minha filha sem me dar satisfação
_ Aconteceu alguma coisa?
_ A gente só teve uma pequena discussão antes do show, mas ela tava aqui mesmo, ela não ia sair, eu acho
_ Vou procurar ela, as vezes ela subiu e a gente não viu
_ Deixa eu ligar pra ela primeiro -peguei meu celular e fiz a ligação, chamou até o fim e nada dela atender- Que merda, ela não atende
_ Ela não tem nenhuma amiga aqui?
_ Não, e mesmo se ela fosse ficar com alguém ela me avisaria -pensei um pouco melhor e senti meu sangue ferver- FILHO DA PUTAA
_ O que foi?
_ O Nicolas, era ele mesmo, desgraçado, eu vou matar ele
_ Ele quem? Luan, calma, eu nunca te vi assim
_ É um ex dela, ela me falou que viu ele hoje no hotel mas eu não acreditei
_ E você acha que ela tá com ele?
_ Eu espero que não porque se tiver eu vou até o inferno atrás daquele doente
_ Como assim? Fica calmo e me explica
_ Ele é doente, ficou atrás dela por muito tempo, até ameaçou quando ela tava grávida, ele é louco, desgraçadoooo -peguei um abajur que havia ali e joguei contra parede, eu só queria socar a cara daquele filho da puta-
_ Calma Luan, já mandei todo mundo procurar ela, ficar nervoso agora não vai adiantar
_ ELA TÁ COM A MINHA FILHA -gritei- ELA SUMIU COM A MINHA FILHAAA
_ Luan, acharam a Martina lá fora mas ela não ta com a menina -Well veio até a sala e falou, vi que ele estava nervoso também então é muito pior do que eu imaginava-
_ MARTINAAA -gritei quando vi algumas pessoas em volta dela que estava caída no chão, me abaixei ao lado dela tentando acorda-la- Tina, acorda por favor, acordaaaa -mexia sua cabeça mas ela não reagia- Vamo levar ela pro hospital
_ Luan, calma, a ambulância aqui do show já ta vindo
_ CADE A JÚLIA? -levantei gritando e ninguém respondia, aquilo estava me torturando- QUEM ACHOU ELA AQUI???
_ Fui eu -um segurança levantou a mão- Mas ela tava sozinha desse jeito, eu nem mexi nela, só corri chamar ajuda
_ Martina acorda, me fala onde tá nossa filha -aproximei meu rosto do dela e pude sentir sua respiração, de certa forma era um alívio-
_ Julia -ela falou baixo e tossiu em seguida-
_ Martina -falei animado- Cadê ela? Cadê a Julinha?
_ Julia -ela repetiu atordoada- Julia, minha filha -ela abriu os olhos e eu estava em sua frente- Cadê minha filha? -seus olhos encheram de lágrimas e ela estava com a respiração rápida, quase ofegante-
_ Tina, o que aconteceu?
_ Foi ele -ela segurou meu rosto nervosa, ela tremia e mal conseguia respirar- Ele pegou minha filha, ELE PEGOU ELAAA -ela gritou em desespero, meu coração parou naquele momento, ele levou minha filha sozinha e eu não conseguia imaginar do que ele seria capaz-
A ambulância chegou e Martina se recusava a ir pro hospital, ela estava sentada na calçada chorando desesperada, gritava aos quatro cantos que ele pegou nossa filha. Pedi pra todos os seguranças saírem dali, ficou só eu e ela, me abaixei na sua altura e segurei seu rosto de frente com o meu, por mais nervoso que eu estivesse e quisesse matar aquele cara, eu precisava passar alguma calma pra ela, caso contrário ela entraria em colapso e não ajudaria em nada.
_ Tina, você precisa se acalmar, por favor Martina, por ela, a gente precisa se acalmar e ir atrás dela, é só eu isso, eu preciso de você bem -falei olhando no fundo dos seus olhos e ela acentiu rápido com a cabeça-
_ Luan, ele tirou ela de mim... ele... ele levou ela embora
_ Me conta o que aconteceu, respira e me fala -ela tentava controlar a respiração devagar-
_ Eu tava lá dentro, lá dentro do show, eu tava lá -ela gaguejava muito pra falar, toda hora precisava a interromper pra ela respirar- Eu vim aqui fora... eu tava ali -ela apontou na direção da van- e ele chamou um carro
_ Ele quem?
_ O segurança, ele chamou um carro e aí -ela voltou a chorar e mais uma vez tive que tentar controlar ela- aí ele veio atrás de mim e... não sei, ele me segurou eu acho e... apagou -ela suspirou- Eu não vi mais nada, ele levou ela de mim, Luan, ele roubou minha filha de mim -ela me abraçou e voltou a chorar-
_ Vem, vamos pra delegacia -tentei a levantar mas ela não conseguia ficar em pé-
_ Não Luan, ele vai machucar ela... Ele só quer dinheiro, vamos esperar ele ligar
_ De jeito nenhum, tá ficando louca? A gente precisa fazer alguma coisa Martina, se esse doente fugir com ela do país a gente nunca mais vai ver nossa filha, você tá entendendo? Isso não é um filme não
Depois de muita luta, fomos para a primeira delegacia que vimos e nada podia ser feito por estarmos fora do nosso país, seguimos para a embaixada e comunicamos a polícia brasileira, deixaram em alerta a polícia de fronteira, principalmente dos aeroportos, o que mais nos dificultou é que ele não tem mais nenhuma rede social, Martina procurou em todas possíveis e não existe nenhum rastro dele pela internet no último ano. Ele desapareceu, ela não tem mais o número dele nem de nenhum amigo ou parente, o que ela conseguiu fazer foi ligar no prédio onde ele morava e informaram que ele já saiu de lá há mais de um ano. Que merda, com certeza ele já vinha planejando isso há um bom tempo. Entrei em contato com os organizadores do evento e sequer o segurança que ela citou tinha algum registro, aliás, ele não estava nem contratado, deve ter entrado infiltrado e ajudou aquele desgraçado. Falei com Arleyde para suspender qualquer outra coisa que eu tivesse pra fazer, suspender todas as minhas publicações programadas e apenas postar foto da Júlia em todos os lugares, logo toda a mídia brasileira estava divulgando o desaparecimento dela. Na manhã seguinte estávamos no quarto do hotel, eu, Martina e dois policiais ainda sem pista alguma e sem nenhum contato, tem uma escolta de polícia em todos os corredores desse hotel e por toda aquela redondeza. Eu vou até o fim mas eu vou achar a minha filha.

A culpa é SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora