Capítulo 19

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POV Luan
É indescritível o carinho que sinto pela Martina, ainda mais agora que ela está grávida, fiquei frustrado quando soube que o filho não é meu, mas é um risco que se corre, eu sempre soube que ela era comprometida e que essas coisas acontecem, lógico que nunca imaginei acontecer comigo, mas agora temos que cuidar, mesmo que não seja minha obrigação.
Estava no carro levando ela ao médico, eu pedi pra acompanhar tudo de perto e ela concordou, sinto uma conexão muito forte com o bebê dela, é algo diferente, nunca contei isso pra ninguém porque tenho receio da reação das pessoas, meu pai por exemplo agradeceu por ter me livrado da "encrenca" como ele mesmo disse, então achei melhor guardar só pra gente no nosso mundinho.
_ Luan, é aqui -ela apontou para a clínica no final da rua- Você vai entrar comigo? -disse assim que estacionei-
_ Se não for problema pra você
_ Tem certeza? Vão ficar falando as coisas, você sabe
_ Para de se importar com o que os outros falam, ninguém sabe de nada, eu sou seu... amigo? -sorriu sem graça-
_ Sim, meu amigo, vamos -abri a porta do carro e entrei na clínica, logo ele veio atrás de mim, estava de touca e óculos escuros, acho que não vão o reconhecer-
_ Todas as consultas você faz aqui? -ele perguntou assim que terminei passar na recepção-
_ Sim, eu pesquisei na internet e vi que essa é uma das melhores clínicas de São Paulo, trata só de gestante
_ Que bom, é bom saber que você tá se cuidando
_ Tenho que cuidar né -ficamos papeando até minha médica chamar, Luan entrou na sala comigo e já se acomodou abrindo minha pasta e colocando meus papéis na mesa-
Médica: Bom dia, como a mamãe está hoje?
Martina: Eu tô bem, to tomando todos os cuidados possíveis
Médica: Que ótimo, e esse é o papai? -estendeu a mão para Luan-
Martina: Não, ele é um amigo -sorri sem graça-
Médica: Ai, me desculpe, é que eu pensei..
Luan: Não tem problema, eu vim pra ter certeza que ela tá bem
Médica: Claro, me desculpem -pegou minha ficha em mãos- Martina, você está de oito semanas e três dias, certo?
Martina: Sim, certinho
Luan: Isso é dois meses? -ele estava super concentrado em tudo, coisa minha linda de se ver-
Médica: Isso, ela está quase entrando no terceiro mês, ainda precisa de muita atenção e repouso
Martina: Mais repouso do que eu faço é impossível -sorri-
Médica: Todo cuidado é pouco.

A consulta correu normalmente, está tudo bem com meu bebê, tá crescendo saudável, o Luan me parece radiante, talvez por tudo o que vivemos ele se apegou à mim e consequentemente ao meu filho, ele sabe por tudo o que passamos e sabe também que eu não tenho ninguém aqui, não posso contar com ninguém, eu nem saberia o que fazer se ele não estivesse me apoiando esse tempo todo. Ele me levou de volta pra casa, assim que parou o carro tirou de trás do banco uma caixinha não muito grande e me entregou.
_ Comprei um presente pra pessoinha -ele sorriu-
_ Meu Deus, obrigada -senti meus olhos marejarem- Eu ainda não tinha nada
_ Abre, não sabia o que comprar mas achei esse bem bonitinho -abri a caixa onde encontrei algumas peças pequenininhas, tirei primeiro um casaquinho de tricô e já me apaixonei de cara-
_ Que coisa mais linda -sentia meu coração bater mais forte vendo aquelas coisas- Luan, obrigada -lhe abracei e ele me correspondeu-
_ É só um mimo pra não passar batido, quando a gente descobrir o que é você vai ter que me aguentar -ele riu-
_ Nem sei como te agradecer, de verdade, eu amei muito -ele secou uma lágrima involuntária que percorria meu rosto-
_ Me agradece se cuidando, tá bom? Come direitinho e descansa bastante -ele acenti-
_ Você não vai subir?
_ Hoje não posso, na verdade já estou atrasado -sorriu de canto-
_ Meu Deus, desculpa -ri pegando tudo o que tirei da caixa e desci do carro apressada- Muito obrigada Luan, você não tem ideia do quanto me faz bem
_ Você também, se cuida -soprou um beijo e eu fechei a porta, estava sorrindo feito boba, subi correndo pra o apartamento-

A culpa é SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora