Voltas

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Dois Anos Depois

-Você tem dúvidas de que eu consiga fazer isso? Sam olhava pra Caitriona e a cama repleta de malas que ela examinava antes de fechar.
-Claro que não tenho dúvidas de que você consegue. Porque?
-Porque eu tenho a sensação de que todo mundo duvida  de que posso cuidar sozinho dos meus próprios filhos. E eu ficaria realmente decepcionado se nem você tivesse certeza disso.

Ela parou de conferir as malas e olhou pra o marido. Ele estava falando sério e ela sabia.

Ela havia conseguido o papel pra o filme. Seu maior medo na época era que as gravações começassem com Skye ainda muito pequena, mas um troca de companhia atrasou os trabalhos e agora  finalmente as gravações iriam começar, com a República Tcheca servindo como cenário. Eram as férias de verão de Hendrik e Sam não teve dúvidas de que toda a família- no caso ele e as crianças- iria com ela e ficariam juntos durante o tempo de gravação. Eles haviam dado férias a Maria, que se recusava a tirar férias desde que Skye nasceu, mas precisava e por isso nem Cait e nem Sam pensaram em chama-la de volta. Realmente não precisava. Ela sabia que os dois dariam conta de tudo.

Infelizmente as outras pessoas da família não botavam muita fé nisso. Sogra e mãe se ofereceram pra ajudar, mas Sam foi taxativo quando disse que não precisava de ajuda.
Ele estava particularmente irritado porque no jantar de despedida aquela noite, o sogro disse que havia telefonado pra Maria e ela disse que estaria disponível pra ir com eles se fosse preciso.

Sam não terminou o jantar, ligou pra Maria e disse que ela curtisse as férias porque estava fora de cogitação interrompe-las.

-Nossos pais são de uma outra época. Você é um pai maravilhoso e eu sei que tudo vai dar certo. Eu me preocupo com a carga de trabalho que é você ficar sozinho com eles, assim como você se preocupa quando eu tenho que ficar sozinha. Mas não duvido de que você se saia melhor que eu.

Ele olhou pra ela e a abraçou. O avião iria sair em poucas horas, Hendrik estava radiante porque iria conhecer um novo país e Skye gritava porque não queria que fechassem o seu vestido. Ela odiava botões.

O condomínio escolhido para aquelas semanas-talvez meses- fazia jus a todas as fotos enviadas pelo corretor. Havia um misto entre antigo e moderno, o apartamento era amplo e isso era importante, mesmo que Sam não pretendesse ficar trancado lá dentro com os filhos enquanto a mãe trabalhava. A área escolhida, não apenas era perto de onde seriam as gravações, como também oferecia muitas possibilidades de atividades ao ar livre naquela época do ano.

Apesar do cansaço a primeira noite na nova casa não foi fácil. Skye queria "A cama dela", Sam teve que andar pelo jardim tentando embalar uma garotinha que gritava a plenos pulmões que queria a própria cama.

Caitriona precisava dormir, ela tinha table read no dia seguinte muito cedo. Ela de fato apagou na cama, pretendia esperar Sam, queria ele aquela noite, mas foi vencida pelo cansaço da viagem e pelos nervos a flor da pele.

Acordou no outro dia estranhou porque não havia nenhuma criança na cama. Nem Sam. Ela olhou o relógio e viu que não estava atrasada, tomou um banho e foi até a cozinha.

-Mamãe! Gritou Skye com a boca cheia de porridge e morangos.

Ela deu um beijo na bochecha da filha e foi até o fogão onde Sam fazia panquecas. Abraçou-o por trás  e mordeu o ombro dele levemente, percebendo que os pelos de seu pescoço reagiram rapidamente.

- Eu tentei te esperar acordada.
- Eu tive pena de acordar você e medo de acordar essa pessoinha apegada a uma C-A-M-A.

Ele soletrou a última palavra com receio de que dize-la normalmente fizesse a filha lembrar da noite passada.

Through Stones Segunda TemporadaWhere stories live. Discover now