Capítulo 6 - Quem é você?

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Eu sei como isso vai do errado para o certo

You & I - One Direction


 Anny Thompson

Uma dor de cabeça infernal me açoitou logo cedo!

Gemi, escondendo os olhos da claridade do dia, que apesar de nublado, parecia um farol aceso em meu rosto.

Meu estômago se contorcia em uma mistura de náusea e dor... o que não era uma novidade. Remexi-me na cama, sentindo um peso sobre mim. Abri um dos olhos e espiei, ignorando uma fincada forte na testa. Uma coberta grossa e pesada estava estirada sobre mim, enquanto o edredom servia-me de abraçadouro, se isso ao menos existisse.

Não me lembrava de tê-la colocado ali. Afinal — ergui meu corpo a contra gosto — não me lembrava de quase nada, a não ser pela ideia de que iria jantar antes de dormir. Ah, teve também um vinho, música, pufe, amendoim, coberta, grilo... eu comi o amendoim?

Pisquei duas vezes.

Eu tinha apagado! Aquele vinho-puro-álcool foi demais para um organismo de jejum e cansado.

Suspirei, novamente revirando as lembranças.

Como eu vim parar aqui dentro? Como?

Minha cabeça doía, mas mesmo assim eu precisava me esforçar.

Eu estava na varanda quando...

— Ah, não! — Os olhos dele colidiram com meu cérebro. Um azul tão puro como aquele não poderia simplesmente ser esquecido. Nem por um porre.

Vagamente me lembrava de tê-lo visto na noite anterior, talvez mais próximo do que eu gostaria, mas fora isso, só havia sobrado perguntas e um imenso borrão.

Quem era aquele homem? Será que era algum cliente da boate?

Ai, meu Deus! Onde eu estava com a cabeça para dormir em frente uma maldita boate de Stripper? Keny ainda ia me pagar bem caro por aquilo.

— Merda! — Deslizei pela cama como se o mundo rodasse constantemente.

Estava morrendo de fome, tinha certeza. Inanição, uma morte dolorosa e lenta. Eu não conseguiria chegar na cozinha a tempo. Meu estômago derreteria antes disso.

Tonteei até a cozinha, vestida com a mesma roupa da noite anterior enquanto meus cabelos caíam embolados pelas costas.

Apoiei-me na bancada de granito, que Keny provavelmente usava para fins sexuais, enquanto pensava o que poderia comer que não me fizesse vomitar logo em seguida. Senti falta da minha mãe. Ela sempre sabia o que fazer para que nos sentíssemos melhor. Uma sopa dela agora cairia muito bem.

Minha garganta queimou de sede e decidi que seria melhor tomar um copo de água primeiro.

Enchi o copo transparente até a beirada e o virei em poucas e saborosas goladas. Antes que eu terminasse de beber minha água deliciosa, uma batida na porta chamou minha atenção.

Olhei pelo corredor e encontrei um homem alto olhando com curiosidade para minha cabeça da porta da entrada. Era tudo o que ele conseguiria ver de onde estava e eu mal enxergava seu rosto, que estava encoberto por um boné.

Quem era aquele?

Coloquei meu copo na bancada e caminhei até a porta sem saber o que falar.

Ele vestia uma camisa clara que expunha seus braços e partes de uma tatuagem. Seu rosto estava parcialmente escondido por um boné preto e suas mãos seguravam um grande saco marrom.

Black Bird - A Luz do Amor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora