Capítulo 7 - Um passeio até Red Coofe

1.3K 116 34
                                    

Olá, meus queridos e queridas. Tive alguns imprevistos de ontem pta hoje e atrasei este capítulo. Para compensar, vou postar um extra logo em seguida.

Espero que gostem. Um grande abraço, lindezas.


Anny Thompson

Era só uma frase.

Só uma maldita e curta frase.

E nem era lá grandes coisas.

— Humf! — Bufei. Por que diabos aquilo estava me incomodando? Ele tentou ser simpático com a nova vizinha e isso era pra ser uma coisa boa, não era?

Balancei a cabeça, mais uma vez tentando afastar da minha mente aquele bilhete que vinha acompanhado de um homem alto com o sorriso largo e encantador, dono de olhos coloridos por um tom azul forte e límpido tão incomum que eu era capaz de duvidar se aquela cor realmente existia.

Joguei embalagem do lanche fora e fiquei por alguns segundos ainda encarando o bilhete.

— Isso não significa nada. — garanti a mim mesma antes de atirá-lo na lixeira.

Passei o restante da manhã organizando as caixas ainda fechadas e parei quando o horário no almoço. Lembrei-me da cafeteria que encontrei assim que cheguei na cidade e a ideia de ir caminhando até lá para almoçar e aproveitar para conhecer melhor a cidade me encheu o coração. Eu teria a chance de conhecer novas pessoas e me distrair um pouco.

Conferi mais uma vez as opções do meu armário na cozinha e anotei mentalmente algumas coisas que eu precisava comprar na volta da cafeteria. Vesti uma calça legging preta e uma camiseta da mesma cor, prendi os cabelos em um alto rabo de cavalo, calcei meus tênis e abri a porta da entrada da minha casa preparada para o dia.

Ou ao menos eu pensava que estava.

O céu estava lindo, iluminado, escondendo o sol entre grandes nuvens brancas. Suguei o ar límpido para meus pulmões e estiquei os braços, distraída. Desci os três degraus da varanda. A grama estava mais verde naquela tarde, com um toque de esperança diferente.

Segui meu caminho, criando uma rota em minha mente. Iria até a cafeteria do posto de gasolina caminhando, ou quem sabe até mesmo correndo. Poderia almoçar por lá e depois, meu destino seria fazer compras. Tudo perfeitamente esquemat...

— Boa tarde, vizinha! — Uma voz rouca me fez brecar os passos.

Olhei sobre o ombro, procurando o dono da voz e encontrei um homem de olhos estonteantemente azuis, segurando uma xícara de café fumegante enquanto ele permanecia escorado na entrada da mecânica, usando não mais que uma bermuda caqui que praticamente se camuflava em sua pele clara. As tatuagens começavam em seu braço e dominavam parte do peito, como se uma garra gigantesca agarrasse seu dorso.

Era diferente, e que Deus me ajude, era lindo demais para desviar o olhar no mesmo instante.

Pigarreei como se necessitasse de algo para trazer minha atenção de volta para a realidade.

— Opa! — Meneei a cabeça em sua direção e ele sorriu, levando a xícara novamente aos lábios. Virei-me de costas e optei por sair, literalmente, correndo dali.

***

Meia hora... apenas meia hora depois, eu estava parada no meio da rua, com as mãos apoiadas nos joelhos, ofegante.

Opa! Quem é que fala "opa" com alguém?

Pensava enquanto tentava buscar o ar.

A respiração entrava como uma rajada de fogo por minhas narinas. Eu puxava o ar pela boca e minha garganta sentia o corte doloroso que ele causava. Minha visão embaçada quase me fez tropeçar, sentia uma vontade gigantesca de me deitar.

Black Bird - A Luz do Amor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora