Capítulo 12 - Em direção à vida

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Capítulo extra para vocês. Espero que gostem, lindezas.

Anny Thompson

— Santo Deus! — Josh deu um salto com o barulho e quando me viu no chão pulou sobre mim, segurando meus ombros. Com cuidado ele envolveu meu pescoço com a mão enquanto eu me forçava a sentar.

Minha cabeça doía enquanto minhas têmporas latejavam. Um som disforme tomou meus tímpanos e aos poucos foi cessando até desaparecer por completo.

— Anny, você está bem? — Sua voz estava repleta de dor, assim como todo o meu rosto.

— Tá.tudo.bem! — Menti. — Só estou enxergando dois Joshs. Isso é normal? — Tentei amenizar o desespero estampado em seu rosto.

— Me perdoa. — Ele deslizou o dorso da mão pela minha face, acariciando-me. — Eu sou um idiota. Não te vi e acabei me assustando. Que merda!

Josh se abaixou ainda mais e segurou meu rosto entre suas mãos.

— Como eu não te ouvi chegando? — Suspirou aflito. — Te esperei o dia inteiro. — Sua voz se agravou enquanto ele encarava um ponto fixo em minha testa e meu coração começou a bater mais forte a cada centímetro que ele chegava mais perto.

— Eu vou te levar para o hospital. — Meu corpo petrificou. A dor em minha cabeça pareceu se intensificar ainda mais, como se meu cérebro quisesse fugir pelo nariz.

— Não... — Quase gritei agarrando sua mão. — Não precisa. Eu detesto hospitais. — Disparei e ergui a mão para tocar a testa machucada e pressionar a dor, mas os dedos firmes de Josh me impediram.

— Está machucada! — Comprimiu os olhos, fazendo com que o azul de sua íris assumisse um tom diferente. Brilhante e escuro. — Se não quer que eu a leve para um hospital, vai ter que me deixar cuidar de você.

Suas mãos se envolveram nas minhas, então eu soube, lá dentro do meu peito que começava a se aquecer, que queria permitir que Josh cuidasse de mim.

— Tudo bem! — Concordei, seus dedos acariciaram os meus.

— Segure-se em mim!

— O quê?

Antes que eu pudesse raciocinar, Josh envolveu meu corpo com os braços firmes e me ergueu no ar sem o menor esforço.

— Tenho um kit de primeiros socorros ali atrás. — Sua voz baixa tocou meu rosto. — Vai servir!

— Sim! — Respondi meio tonta com a naturalidade com que ele me segurava.

Com cautela, ele me sentou em uma mesa de ferro comprida. Fui cercada por duas pilhas de papeis à direita e uma calculadora à esquerda.

— Espere aqui! — Pediu e desapareceu nos fundos da mecânica. Só então eu consegui voltar a respirar.

Ergui o dedo e toquei o ponto pulsante em minha testa.

— Ai, merda! — Reclamei de dor, notando o rastro de sague em meu dedo.

— Eu falei para não colocar a mão! — Josh ressurgiu sem que eu percebesse, como um gato astuto. — Pode infeccionar.

Ele colocou sobre a mesa ao meu lado uma maleta grande, branca, com um sinal de cruz do lado de fora e com a maior naturalidade do mundo, ele encaixou seu corpo entre minhas pernas. Estremeci diante daquela proximidade. Entreabri os lábios, mas nenhuma palavra escapou por eles.

— Fica calma, eu vou tomar cuidado. — Sussurrou focado no machucado, alheio ao que seu corpo estava fazendo com o meu. Eu não conseguia tirar os olhos das tatuagens escuras expostas que se espalhavam por seus braços e se perdiam camisa adentro. Uma vontade de saber onde elas terminariam quase me fez suspirar. — Não vai doer.

Black Bird - A Luz do Amor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora