* Capítulo 9 - Jungkook

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Saí do quartinho do Namjoon numa nuvem. Nem percebi que flutuava. A felicidade tomou conta de mim. Se eu soubesse que ele corresponderia aos meus sentimentos, já teria dito meses atrás. Os seguranças me acompanharam sem me tocar. Mas a voz de um deles me pegou de surpresa:

- Espero que essa alegria toda tenha a ver com a senhora e não com seu encontro recente com seu amiguinho.

Reconheci na hora quem havia dito. O cara desagradável do carro. O mesmo que machucou meu joelho e lambeu meu rosto. Um leve tremor passou por meu corpo.

- Ninguém tem nada a ver com o que faço ou deixo de fazer - tentei mostrar uma atitude segura que não era o que eu estava sentindo naquele momento, mas talvez eu pudesse acrescentar no meu currículo habilidades para artes cênicas, principalmente, depois dessa temporada tentando manter o Namjoon e eu vivos.

- Não quis ofender, senhor, mas a senhora é muito sensível.

- Pode deixar que com ela eu me viro. Ninguém precisa se meter.

Alguns metros depois, estava de volta ao meu cárcere privado. A mulher continuava sentada, mexendo na mesma papelada de antes, como se o trabalho brotasse na mesa.

- Já voltou? - como se ela tivesse me dado outra opção, além a de estar de volta dentro de trinta minutos - espero que tenha se divertido...

- Claro. Meu amigo ficou empolgado com as novidades - ela ergueu os olhos do papel com a sobrancelha erguida -, ele até se ofereceu para escrever uma música para que eu possa cantar na cerimônia, algo que diga respeito ao nosso amor - ela abriu um largo sorriso.

- Fico feliz com isso! Quantas horas será que ele leva para fazer?

- Bem, escrever música não é tão simples assim...

- Sério? Pensei que não levasse muito tempo...

- Leva sim - limpei a garganta para ganhar tempo - e o pior é que não tem equipamentos necessários, então fica mais difícil ainda.

Andei até a janela e busquei por uma orientação superior.

- O ideal seria um computador de última geração, com conexão com a internet - é claro que ela não cairia nessa - mas, devido à nossa situação atual, caderno, caneta, um teclado, talvez, já ajudasse.
- É pra já! - ela pegou o telefone e falou algumas palavras e desligou.

Uma batida na porta e as moças de antes entraram com a refeição da noite.

A mesa foi servida com um banquete para duas pessoas.

- A senhorita vai me fazer companhia durante o jantar?

- Claro que sim. A partir de agora, compartilharemos a vida, nada melhor do que comermos juntos.

- Fico feliz com isso.

Puxei a cadeira para que ela sentasse e sorri como se não quisesse esganar o pescoço daquela maluca.

A comida estava muito gostosa. Nada como algo quente para comer e colocar as ideias no lugar.

- Nossa, está delicioso! Foi a senhora quem fez?

- Imagina! - ela soltou uma gargalhada surpresa - Eu não tenho tempo de fazer tarefas domésticas. O trabalho com meu pai me suga o tempo todo.

- Adoraria comer algo preparado pela senhora... - suspirei de modo dramático - é uma pena que o Namjoon não possa experimentar algo tão delicioso...

- Claro que pode, minha criança. - Ela tocou o sino ao seu lado da mesa. Alguns segundos depois, as mulheres entraram - mande ao quarto de nosso hóspede a mesma comida que foi servida para nós dois.

Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora