Saí do quartinho do Namjoon numa nuvem. Nem percebi que flutuava. A felicidade tomou conta de mim. Se eu soubesse que ele corresponderia aos meus sentimentos, já teria dito meses atrás. Os seguranças me acompanharam sem me tocar. Mas a voz de um deles me pegou de surpresa:
- Espero que essa alegria toda tenha a ver com a senhora e não com seu encontro recente com seu amiguinho.
Reconheci na hora quem havia dito. O cara desagradável do carro. O mesmo que machucou meu joelho e lambeu meu rosto. Um leve tremor passou por meu corpo.
- Ninguém tem nada a ver com o que faço ou deixo de fazer - tentei mostrar uma atitude segura que não era o que eu estava sentindo naquele momento, mas talvez eu pudesse acrescentar no meu currículo habilidades para artes cênicas, principalmente, depois dessa temporada tentando manter o Namjoon e eu vivos.
- Não quis ofender, senhor, mas a senhora é muito sensível.
- Pode deixar que com ela eu me viro. Ninguém precisa se meter.
Alguns metros depois, estava de volta ao meu cárcere privado. A mulher continuava sentada, mexendo na mesma papelada de antes, como se o trabalho brotasse na mesa.
- Já voltou? - como se ela tivesse me dado outra opção, além a de estar de volta dentro de trinta minutos - espero que tenha se divertido...
- Claro. Meu amigo ficou empolgado com as novidades - ela ergueu os olhos do papel com a sobrancelha erguida -, ele até se ofereceu para escrever uma música para que eu possa cantar na cerimônia, algo que diga respeito ao nosso amor - ela abriu um largo sorriso.
- Fico feliz com isso! Quantas horas será que ele leva para fazer?
- Bem, escrever música não é tão simples assim...
- Sério? Pensei que não levasse muito tempo...
- Leva sim - limpei a garganta para ganhar tempo - e o pior é que não tem equipamentos necessários, então fica mais difícil ainda.
Andei até a janela e busquei por uma orientação superior.
- O ideal seria um computador de última geração, com conexão com a internet - é claro que ela não cairia nessa - mas, devido à nossa situação atual, caderno, caneta, um teclado, talvez, já ajudasse.
- É pra já! - ela pegou o telefone e falou algumas palavras e desligou.Uma batida na porta e as moças de antes entraram com a refeição da noite.
A mesa foi servida com um banquete para duas pessoas.
- A senhorita vai me fazer companhia durante o jantar?
- Claro que sim. A partir de agora, compartilharemos a vida, nada melhor do que comermos juntos.
- Fico feliz com isso.
Puxei a cadeira para que ela sentasse e sorri como se não quisesse esganar o pescoço daquela maluca.
A comida estava muito gostosa. Nada como algo quente para comer e colocar as ideias no lugar.
- Nossa, está delicioso! Foi a senhora quem fez?
- Imagina! - ela soltou uma gargalhada surpresa - Eu não tenho tempo de fazer tarefas domésticas. O trabalho com meu pai me suga o tempo todo.
- Adoraria comer algo preparado pela senhora... - suspirei de modo dramático - é uma pena que o Namjoon não possa experimentar algo tão delicioso...
- Claro que pode, minha criança. - Ela tocou o sino ao seu lado da mesa. Alguns segundos depois, as mulheres entraram - mande ao quarto de nosso hóspede a mesma comida que foi servida para nós dois.
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Estrela Cadente
FanfictionOs integrantes do BTS percebem que algo estranho está acontecendo com Jungkook. Ele não é mais o caçula descontraído de sempre. Desde que ele começou a notar seus verdadeiros sentimentos por um dos seus amigos mais queridos, ele não teve mais sosseg...