* Capítulo 11 - Jungkook

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- Ahhh, que sono! - Jin bocejou ao entrar na sala - O que vocês dois estão fazendo parados aí?

Namjoon se afastou de mim, tentando disfarçar, passando o caderno de uma mão para a outra, olhou para bem longe de mim e se virou para Jin, como se nada tivesse rolando entre a gente.

- Nada não, só vim buscar meu caderno. Boa noite para os dois. - nenhum olhar em minha direção.

Fiquei olhando-o se afastar e fechar a porta sem me dizer nada. Meu coração se apertou e tive vontade de chorar, mas seria difícil demais explicar essa angústia para Jin e a última coisa que eu queria, naquele momento, era ver alguém fazendo piadas do que eu estava sentindo. E eu tinha quase certeza absoluta de que ele faria exatamente isso, com a melhor das intenções, mas eu me magoaria mais um pouco.

- Você também devia descansar um pouco, o dia foi bem estressante e vocês sofreram um bocado nos últimos dias.

- Eu vou já já. Só preciso... - comecei a dizer, mas ele puxou a manga da minha blusa e me levou para o quarto.

- Nada de inventar desculpas! Você tem que ouvir seu irmão mais velho.

Entrei no quarto, sem questionar. Tae dormia como um trator. Deitei em minha cama observando a escuridão e o rendado da grade da janela refletindo no teto. Quis conseguir pegar no sono logo, apenas para esquecer a rejeição momentânea. O difícil era convencer meu coração a parar de se apertar contra minha caixa torácica. Quem sabe se minha mente tivesse um botão de liga e desliga? Talvez a noite fosse mais fácil de suportar. Quem sabe, se eu tivesse aceitado o remédio que o médico ofereceu para me nocautear, eu estaria dormindo como um bebê...

Rolei de um lado ao outro até meu corpo desistir de permanecer deitado. Caminhei pelo quarto durante alguns minutos e isso fez com que o Tae se movimentasse na cama. Com toda certeza, logo eu receberia um travesseiro na cara. Pelo bem de meu nariz, o melhor a ser feito era andar fora do quarto.

A casa estava muito silenciosa. Dava para ouvir os cães latindo na rua do outro lado do condomínio.

Então procurei dar passos os mais silenciosos possíveis. Se bem que todos foram dormir de rabo cheio. Ninguém acordaria antes do meio-dia. Dei uma volta no jardim com a esperança de ver a estrela cadente mais uma vez, porém nada. Tudo podia ter sido apenas fruto da minha imaginação e a vida continuaria a mesma. Mas as flores de cerejeira significavam que a vida da gente era repleta de mistérios inexplicáveis.

De repente, depois do meu corpo estar quase congelado, decidi voltar para dentro de casa pela porta da cozinha e tive um treco com um toque inesperado no meu ombro.

- Kookie? O que estava fazendo lá fora?

Meu coração quase pulou pela minha garganta.

- Desse jeito não sobrevivo para viver mais um dia, Namjoonie!

- Desculpa... - ele sussurrou - mandei mensagem, mas você não me respondeu...

Peguei o celular e foi então que notei o fato dele estar totalmente descarregado.

- Eu não vi. - Desviei meu caminho do dele - Aconteceu alguma coisa?

- Eu queria, quero dizer, quero - ele limpou a garganta - na verdade, não consegui dormir, então - engoliu seco - você quer dormir lá no meu quarto?

Ele finalmente disse. E eu me magoei tanto um tempo antes que tive um ímpeto insano de dizer não. Mas aquela covinha me olhou e eu pude ver que ele me queria tanto quanto eu o queria.

Passei na frente dele e fui para seu quarto. Entrei sem cerimônia, e esperei para ouvir o leve barulho da tranca da porta e, antes que ele tivesse a chance de se virar, eu o abracei com força e sussurrei em seu ouvido:

Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora