13. O Dia Seguinte

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Ler ouvindo "Middle of Somewhere" de  The Neighnourhood 

No dia seguinte, acordei com os olhos tão inchados de tanta choradeira que mal conseguia abrir. Tateei a cama atrás de alguém mas estava vazia, eu estava sozinha mais uma vez.

Depois de tantas vezes que tive o coração partido, deveria ter me acostumado com a dor mas eu sempre fui intensa demais e me entregava demais e sempre dava no mesmo, eu quebrando a cara.

Ouço barulhos vindo da cozinha e decido me levantar devagar, as cortinas estão fechadas e meu celular não esta na cabeceira como de costume. Vou ao banheiro, escovo os dentes e lavo meu rosto com água gelada na esperança de ajudar meus olhos inchados. Saio me arrastando do quarto e enquanto estou no corredor ouço Sarah e Nara conversando... Sim, Nara. Minha amiga havia se mudado para Londres ainda em janeiro e eu estive tão ocupada desde então que mal saí com ela. Nos vimos algumas vezes quando ambas não estavam com a alma e o corpo enterrados em nossos trabalhos. Nara trabalhava com uma designer de moda e ela fazia a minha amiga trabalhar que nem doida e eu era uma mera refém do hospital... aquele cujo encontrei meu namorado "EX-NAMORADO, MAYARA"  grito mentalmente, me traindo e que eu teria que encarar amanhã.

- Minha vontade é socar tanto a cara desse Andrew que nem ele sendo buco conseguiria reconstruir o próprio rosto – Nara rosna raivosa falando dele, ela apareceu aqui quando saiu do trabalho, logo após Sarah contar ás meninas o que havia acontecido.

- Eu tô pronta com o saco preto pra colocar o corpo desse cara, o nojo e a raiva que eu tô ninguém consegue descrever. Se não fosse o Felix... Aff. Eu nunca estive tão grata pela existência de um m-boy como estou do Felix, ele é realmente o melhor amigo que a May poderia ter.

- Ela deveria estar com ele, isso sim, não ter perdido tempo com aquele babaca engomadinho. – Nara chegou a ver Andrew somente uma vez pessoalmente mas sempre ficou a par da nossa relação – Se eu soubesse que ele era um merda, juro que tinha socado a cara dele na única vez que nos vimos.

- Pior sou eu, amiga. Convivi demais com eles, gostava real do cara até ele fazer o que fez com a May, isso é imperdoável.

Avanço no corredor por não aguentar mais ouvir o nome do meu ex e pelo cheiro da comida que elas preparam estar fazendo meu estômago roncar. Dou uma tossida seca para elas entenderem que eu tô chegando e no mesmo segundo elas se calam.

- Bom dia! – falo baixinho

- Dormiu bem, amiga? – Nara pergunta passando a mão nas minhas costas quando paro ao seu lado.

- Fiz um sanduíche pra você comer e suco de laranja – Sarah aponta para o prato no balcão – Você precisa colocar algo nesse estômago que não seja sorvete, brigadeiro e álcool.

- Estou morrendo de fome mesmo, obrigada meninas – sou um sorrisinho triste, elas se sentam na mesa e comemos em silêncio, percebo olhares preocupados das duas pra cima de mim - Tá tudo bem, não precisam ficar me olhando com essa cara de que eu vou me matar. É só mais um homem na minha vida que fez merda, vocês me conhecem, eu supero rápido as coisas. E pretendo já está perfeitamente bem amanhã quando pisar naquele hospital. – falo isso e sinto um arrepio de ansiedade.

- Hm, ok. Vamos confiar em você e nesse mulherão da porra que não merece chorar por macho escroto, que você é – Sarah diz me lançando um sorriso por trás da xícara de café.

- Amiga, desculpa mas eu preciso ir... – Nara diz me olhando com uma cara triste – Você não vai ficar triste né?!

-Claro que não, amiga. Não espero que a vida de ninguém pare por mim, fica tranquila. Eu tenho umas coisas pra fazer.

Into The FireWhere stories live. Discover now