Princess-Sitter

♕｜18｜

Nova Asgard

Um clima de tensão havia tomado conta do palácio principal. Havia uma ameaça de guerra iminente que o povo não sabia. Apesar de Asgard e Jotunheim não serem aliados, Thor era irmão de Loki, rei da terra dos gigantes de gelo. Ou pelo menos fora um dia. Depois que Hailstrum tomara conta de Jotunheim tudo havia mudado. Evie fora enviada para Midgard enquanto seu irmão, ficara em Asgard, protegido por centenas de feitiços que o impediam de ser encontrado. Os dois estavam sendo caçados pelo usurpador do trono de Jotunheim. E quem os ajudasse estaria em risco. Mas, Thor não se deixava vencer por ameaças. Ele iria até o fim para proteger sua família.

A sala do conselho estava mórbida. Além de Thor e Valkyrie, a principal conselheira do reino, Magnus - comandante do exército - , Knut, Brenna, Nerfi e alguns poucos conselheiros estavam presentes. Todos discutiam sobre o golpe de Jotunheim. Ninguém sabia o que poderia ser feito e as notícias não eram agradáveis.

Thor tinha um vinco de preocupação na testa, enquanto Nerfi andava de um lado para o outro. O jovem príncipe estava inconformado com a situação. Não aceitava ter de viver escondido enquanto alguém roubava o trono de sua família.

- Isso não é justo! - Nerfi protestou, irritado. - Asgard precisa mandar um exército para Jotunheim! - Ele parou de andar.

- Não podemos fazer isso, Nerfi. - Thor foi paciente. - Nosso exército sofreu baixas na última guerra. Não podemos entrar numa luta com Jotunheim. - Nerfi bufou.

- Até porque, esse é um problema interno do reino dos Jotuns. - Valkyrie acrescentou, séria. - Não temos poder para nos envolvermos diretamente.

Nerfi cerrou os punhos.

- Até quando terei de viver assim? - Questionou, quase entre dentes, e encarou o tio. - Meu pai, o seu irmão, foi assassinado por Hailstrum. Minha irmã está sozinha em Midgard. Separada de mim. - Completou. Knut encolheu os ombros.

- Eu sei, Nerfi. - Thor respondeu baixo. - Também quero vingança, mas não há nada que possamos fazer no momento. - Continuou. - E a sua irmã está segura em Midgard. - O jovem soltou uma risada sem humor.

-Segura? - Perguntou cético. - Com a raça mais fraca dos nove reinos? - Franziu o cenho, desdenhoso.

- Não subestime os humanos, sobrinho. - O deus alertou.

-Até quando? - Insistiu. - Hailstrum vai nos caçar até a morte, tio. - Nerfi foi áspero. Não esboçou qualquer emoção ao falar. Algo que aprendera com seu pai.

- Não permitirei que ele os encontre. Eu o asseguro.

Nerfi assentiu, amargo e contrariado.

- Bem, se é assim - Respondeu friamente. - vou voltar aos meus aposentos. - Ele fez uma reverência cordial, controlando a raiva, e deixou a sala do conselho em passos largos e firmes. Knut foi logo atrás.

O ruivo, chefe da guarda, correu para alcançar o jovem príncipe.

- Está me seguindo, Knut? - Nerfi não parou de andar pelos largos corredores do palácio. Alguns servos faziam reverências quando passavam por eles.

- O soberano tem razão. - Ele tentou apaziguar. Nerfi soltou uma risada debochada e parou, o encarando.

- Eu não aceito o que o soberano quer. - Respondeu baixo e quase tranquilo. Knut arregalou os olhos.

- Você enlouqueceu? - Sussurrou, olhando para os lados para conferir se alguém os ouvia. - Pode ser acusado de conspiração contra o rei! - Nerfi revirou os olhos, entediado.

- Não estou conspirando. - Sorriu, fingindo inocência. - Só não concordo com rei. - Deu de ombros e voltou a andar. Knut o seguiu.

- Conhecendo-o bem, o fato de você não concordar com algo já é motivo suficiente para preocupação, Nerfi.

Nerfi sorriu com vontade.

- Não imagino o motivo. - Franziu o cenho. O ruivo cruzou os braços, por cima da espada presa em sua cintura.

- Não seja impulsivo, Nerfi. - Alertou.

- Ah, eu não sou!

- Não foi o que o comandante Rick disse quando tentou entrar no exército de Asgard.- Zombou, rindo. - Foi por isso que nunca pôde entrar. - Nerfi arqueou uma sobrancelha.

- Não preciso ser guerreiro, sou príncipe. - Respondeu presunçoso. Knut balançou a cabeça. Um minuto de silêncio se fez. - Eu tenho que fazer algo, Knut. - Disse para si mesmo. - E eu vou! - Sorriu.