Princess-Sitter

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Evie não percebeu quantos minutos já haviam se passado até que suas lágrimas cessaram de vez. Apesar da tristeza e preocupação ainda serem imensas, um peso havia sido tirado de seu peito. Ela se sentia mais leve depois de descarregar tudo o que estava sentindo. Ainda presa no abraço acolhedor de Peter, ela podia sentir sua respiração regular por cima de sua cabeça e ouvir as batidas de seu coração. De alguma forma, isso a acalmava. Trazia uma sensação boa. Queria poder ficar ali pra sempre, mas não devia.

A jovem se afastou alguns centímetros, soltando-se do abraço. Com nariz levemente vermelho de chorar, Evie esfregou os olhos. Estava cansada. Os dois se encararam por um breve momento, num silêncio constrangedor. Nenhum deles sabia o que dizer. O que havia acabado de acontecer? Se não fosse pela chegada de Morgan, a situação teria ficado ainda mais embaraçosa. May havia a deixado na porta.

-Evie! Pete! - Morgan entrou correndo pela casa, eufórica. A menina correu na direção dos dois, sorridente. - A gente pode ir no parque? - Pediu. Peter e Evie trocaram um olhar, em silêncio.

-Acho que não é um momento pra isso, Morgie. - Peter respondeu baixo. O sorriso de Morgan se fechou um pouco, perdendo a euforia. Evie deu um longo suspiro.

- Eu vou para o meu quarto. - Avisou baixinho, antes de seguir em direção às escadas.

- A gente pode brincar? - Perguntou à Evie, animada.

-Agora não, Morgie. - Respondeu antes de sumir de suas vistas.

Morgan apenas observou os dois, confusa.

-Por que a gente não pode ir no parquinho?

Peter suspirou, aproximando-se da pequena. Ele se abaixou para ficar da sua altura.

-A Evie tá triste agora. - Explicou baixinho. - O irmão dela se machucou. - Suspirou. - E acho que ela precisa ficar um pouco sozinha agora. - O sorriso de Morgan se fechou e a menina pareceu cabisbaixa. - Você entende, não é? - Perguntou calmo. Morgan assentiu.

- Você também tá triste? - Perguntou com sua curiosidade infantil de sempre. Peter deu um meio sorriso.

-Quando alguém que a gente gosta fica triste, nós acabamos ficando um pouco tristes também.

-Ah! - Morgan suspirou. - Já sei! - Sorriu. - A gente pode fazer biscoitos e ela vai ficar feliz de novo!

Peter sorriu para encorajá-la, mesmo sabendo que isso não tiraria a preocupação de Evie.

-Ótima ideia, Morgie!

Peter fez uma careta, de repente.

-Mas, acho que nós não sabemos fazer biscoitos. - Deu um sem graça. Morgan fez uma careta também. - Mas podemos comprar pronto? - Sugeriu. Morgan concordou e Peter sorriu.

***

Evie estava sentada em sua cama, recostada na cabeceira. Já haviam passado horas e ela ainda não havia recebido notícias de Asgard. Sua mente girava de tanta preocupação. O que teria acontecido com seu irmão?

-Ah, Nerfi! - Murmurou baixinho. - O que foi que você fez?

Quando ouviu duas batidas na porta, Evie endireitou sua postura de imediato.

-Pode entrar!

Somente pelas batidas, Evie sabia que era Peter. Ele abriu a porta cautelosamente, segurando uma tigela com biscoitos e uma caneca de chocolate quente em apenas uma mão. O garoto quase deixou tudo cair quando tentou fechar a porta.

-Trouxe biscoitos - Ele fechou a porta com a ponta do pé e a mesma acabou batendo. Peter suspirou. - e chocolate quente. - Evie deu um sorriso fraco, enquanto Peter apoiava tudo em cima da cama. Vagarosamente, ele sentou-se no colchão fofo, tomando cuidado para não derrubar tudo. - Ideia da Morgan. - Deu de ombros. Evie deu outro sorriso fraco, pegando um biscoito de chocolate.

-Vocês que fizeram? - Perguntou curiosa.

-Err... - Peter gaguejou, fazendo Evie arquear uma sobrancelha. - Não. - Confessou. - Mas estão bem gostosos. - Deu um sorrisinho. Evie soltou uma fraca pelo nariz e encarou o biscoito em sua mão antes de mordê-lo. Peter pareceu ter lido os seus pensamentos. - Não se preocupe. Sem nozes dessa vez. - Garantiu. Ela finalmente mordeu um pedaço. Doce e fresquinho, como imaginara.

-Obrigada. - Disse baixinho, assim que engoliu. Um silêncio pesado se fez até Evie falar novamente. - Sabe, não temos esse tipo de coisa em Asgard. - Contou, casual, interrompendo os desvaneios de Peter.

-O que?

-Biscoitos. - Deu de ombros, analisando a aparência de outro biscoito. Peter franziu a testa, surpreso. - Acho que Nerfi iria gostar desses. - Comentou, perdida em pensamentos. Peter a encarou.

- Você pode levar alguns pra ele quando o ver novamente. - Sugeriu, dando um sorriso fraco. Evie encolheu os ombros.

- Espero que sim. - Respondeu baixinho.

-Hey. - Peter colocou uma de suas mãos sobre a mão de Evie, segurando-a. Mesmo sem perceberem, o coração dos dois acelerou por causa do contato. - Vai ficar tudo bem. - Sorriu, encorajador. Seus olhos estavam fixos em Evie e ela teve que se forçar a desviar um pouco o olhar. Evie tirou sua mão discretamente e Parker também se recompôs.

A jovem pegou a caneca de chocolate quente, bebericando logo em seguida. Quando seu celular tocou, ela quase deu um pulo da cama.

-É a Nat! - Contou, atendendo a chamada de vídeo. Peter correu para o seu lado para ver o que estava acontecendo. - Você já tem notícias do meu irmão? - Perguntou ansiosa. - Ele está bem? - Natasha estava séria do outro lado do vídeo.

-Consegui falar brevemente com Thor. - Contou. - Ao que parece o seu irmão planejou um golpe contra Hailstrum mas deu errado. - Evie levou uma mão ao peito, tensa. - Ele acabou se ferindo no meio do caminho, mas já está se recuperando. - Mas, Evie não se convenceu.

-Mas e a ligação mágica? Por que eu não consigo sentir nada? - Ela estava afobada. Peter franziu o cenho.

- Eu ainda não sei. - Respondeu por fim. - Evie, preciso que mantenha a cabeça no lugar e não faça nenhuma loucura. - Pediu. Evie não esboçou nenhuma emoção. - Seu irmão vai ficar bem mas, você precisa continuar em segurança. - Continuou, amigável. - Posso contar com a sua colaboração? - A princesa apenas assentiu. Romanoff deu um sorriso fraco. - Ligarei mais tarde com mais notícias. - A ruiva se despediu antes de desligar. Evie apenas deixou o celular de lado, passando uma mão pelo rosto.

- Ele vai ficar bem, Evie. - Peter sussurrou. Ela abraçou os próprios braços, torcendo para que sim.