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Asgard

Desde os portais do reino já era possível ouvir passos de um exército de jotuns. Não eram tantos gigantes como o esperado em uma guerra, mas o suficiente para fazer um bom estrago no reino. O chão estremecia conforme eles marchavam em direção à Asgard. Todos com armas e lanças. Na frente do exército estava Haisltrum, em uma carruagem. O jotun tinha uma expressão rígida e ao mesmo tempo sádica. Estava atrás de Nerfi. Ele o teria em suas mãos de um jeito ou de outro. 

Quando Heimdall avistou o exército, ficou em alerta. O guardião fechou todas as proteções do reino e trancou todos os portais. No entanto, o exército parou, antes de atravessar a ponte arco-íris. O jotun desceu de sua carruagem, acompanhado de outros dois guerreiros apenas. O gigante seguiu pela ponte sozinho com os dois, indo ao encontro de Heimdall e deixando rastros de gelo por onde passava. O guardião não se moveu um passo sequer, preparado para dar a própria vida pelo reino, se necessário fosse. 

- Heimdall. - Hailstrum sorriu, sombrio. O guardião não esboçou nenhuma emoção. - Imagino que eu não seja bem-vindo aqui em Asgard. 

- Fico feliz que saiba. - O guardião respondeu, cordial. O jotun sorriu ainda mais. 

- Eu não vim para a guerra. - Contou. - Não hoje. - Entortou a cabeça com os longos chifres. - Vim dar um recado apenas. - Heimdall o encarou. - Diga ao seu rei que ele tem uma semana para me entregar o sobrinho traidor. Caso contrário, meu exército invadirá Asgard. - Avisou. Heimdall apenas levantou o queixo. - Ah! E é melhor ele não tentar fugir, ou será pior. - Completou, gélido. 

***

A luz incomodou Nerfi quando o mesmo abriu os olhos. Estava em seu quarto ainda, deitado em sua cama macia. E sozinho. Completamente sozinho. O lugar era grande e luxuoso, como a de qualquer outro príncipe.Todas as janelas estavam fechadas o que fez Nerfi franzir o cenho. De onde vinha aquela luz então? 

O jovem tentou sentar-se, mas todo o seu corpo doeu. Ele olhou para o próprio corpo e reparou que alguém tinha trocado suas roupas por outras mais confortáveis e limpas. Um pijama de seda na cor magenta. Nerfi respirou fundo antes de levantar a barra da camisa, para ver a ferida. Ainda estava aberta e doía como se a lança ainda estivesse perfurando os seus órgãos. Ele murmurou um palavrão baixinho. Não podia morrer. Não sem antes arrancar a cabeça de Hailstrum com as próprias mãos. 

Nerfi forçou a si mesmo a se sentar, mesmo com dor, e recostou-se nas almofadas. Ele contou até três, inspirando e expirando, de olhos fechados. Estava ferrado, ele sabia bem disso. E, por Odin! Ele podia sentir a ligação mágica pulsando em suas veias. Intacta.

- Maldito curandeiro! - Praguejou baixinho, torcendo para que não o pegassem. Caso contrário, era provável que Evie fosse capturada também. 

 Quando duas batidas na porta ressoaram, interrompendo seus pensamentos, ele abriu os olhos. 

- Entre! - Pediu, rouco. 

Alguns segundos depois, dois guardas abriram a porta, dando passagem para Mary e Knut entrarem. Eles fecharam a porta logo em seguida. 

- Me digam, meu tio já adiantou os preparativos da minha execução? - Perguntou sorrindo, em seu humor sádico de sempre. Mary revirou os olhos. 

- Não brinque com uma coisa dessas, Nerfi. - Knut ralhou. O príncipe apenas sorriu, tentando se mover na cama. 

- Nem na hora da morte você deixa de ser um maníaco sádico, hein! - Mary resmungou, fazendo Nerfi dar de ombros. 

- Eu não vou morrer, querida Mary. Não agora. Quero dizer, talvez quando Hailstrum ou Thor me pegarem. 

Mary balançou a cabeça, quase sorrindo. 

- Como está se sentindo? - Perguntou Knut, enrugando a testa de preocupação. 

- Estou bem. - Respondeu calmo, mesmo que sentisse dor toda vez que falava. 

- O curandeiro conseguiu remover o feitiço do ferimento. - Mary contou. Nerfi suspirou. - Se manter a bunda grudada nessa cama por um tempo, é provável que se recupere logo. - Ele soltou uma risada fraca. 

- Sempre tão carinhosa, Mary. - Disse irônico. - Mas acontece que minhas belas nádegas são preciosas demais para ficarem nesta cama. - Acrescentou. - De qualquer forma, como estão as coisas no reino? - Ele ficou um tanto mais sério, de repente. 

- As coisas não estão boas. - Knut respondeu baixo. - Hailstrum pediu sua cabeça ao Thor. Ele deu uma semana para isso, com a ameaça de invadir o reino. - Nerfi deu um longo suspiro. 

- Mas o soberano está planejando uma estratégia. - Mary acrescentou. - Ele já disse que não vai o entregar ao jotun. Custe o que custar. - O príncipe encolheu os próprios ombros. Precisava fazer algo. 

A conversa foi interrompida por alguém entrando no quarto. Thor nem mesmo se anunciou. Tinha uma expressão de alguém que não estava nada satisfeito. Nerfi quase engoliu seco. 

- Soberano. - Knut fez uma reverência, sendo seguido por Mary. 

- Me deixem sozinho com meu sobrinho, por favor. - Ordenou, baixo. Nerfi bufou. Os dois assentiram e deixaram o quarto. 

- Olá, tio. - O jovem forçou um sorriso, mas Thor estava em um péssimo humor. 

- Tem noção do quão irresponsável foi? - Thor quase gritou, furioso. Nerfi podia jurar que ouviu um trovão no mesmo momento. - Sabe quanto trabalho tivemos para esconder você aqui? Todo feitiço e magia que usamos, e você acabou com tudo isso! - continuou. Nerfi não respondeu. - Hailstrum sabe onde você está agora! Podemos entrar em uma guerra por isso! 

- Eu só estava fazendo o que você deveria ter feito! - Gritou de volta, sentindo uma dor tão aguda que o fez se arrepender do grito na mesma hora. Seus olhos se encheram de lágrimas e Nerfi já não sabia se era por causa da dor ou da raiva. - Aquele jotun matou meu pai! - Disse mais baixo, trincando o maxilar. - O seu irmão! Você não se importa? - Acusou, com a respiração ofegante. 

- Eu sei. - Thor respondeu mais baixo, não escondendo tristeza em seus olhos. - Eu quero vingança tanto quanto você, Nerfi. - Trincou o maxilar. - Quero derramar o sangue daquele maldito gigante por isso. - Nerfi engoliu o bolo em sua garganta. - Mas, precisamos de uma estratégia eficaz, ou todos morreremos. - Suspirou. - Já tive a sua idade, sobrinho. Sei como se sente. - O jovem príncipe apenas abaixou o olhar, sério. - Descanse, foi um ferimento grave. - Pediu, baixo. -  E, não tente fazer mais nada do tipo. Vamos encontrar um jeito de tirar aquele jotun de seu reino. - Completou. 

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Bom diaaaaa!

A maratona da semana acaba hoje. É provável que amanhã não tenha capítulo, mas eu vou tentar postar mais durante a semana.

Obrigada por continuarem acompanhando ❤❤❤

Bjs *•*

Princess-SitterOnde histórias criam vida. Descubra agora