Capítulo 15: Tratado

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Parte 2


Mais uma manhã se inicia no Forte Fosterfield XIII.

As atividades ali sempre iniciam cedo. Treinamentos são mais ouvidos, onde os sons inconfundíveis das lâminas se chocando toma a maior parte do lugar. Grupos de expedições saem pelas florestas e outros grupos vão para os portos para buscarem suprimentos. Mesmo com todas as atividades diárias típicas funcionando, nenhuma delas esconde o terror que cada morador vive, principalmente depois do ocorrido a Marccos Baker, que está sob a supervisão de Ivanovici Monteccio e David Standall.

Angelline D'Laguri foi uma das primeiras a acordar, e, também, uma das primeiras a batalhar na área de treinamento. No momento mais calmo e já esquecido do ocorrido no passado, ela segue batalhando junto a Benjamin Older, com instruções de Bruce, ambos mais prontos do que nunca para qualquer aviso e declaração vinda de Edward Cooper.

A inquietude de Lauren era notável desde a noite passada. Assim que acordou, a primeira coisa que fez foi descer até a enfermaria e esperar notícias positivas de Marccos, que não demoraria muito para acordar. A mesma aproveitou para conversar com Ivan sobre o ferimento da noite passada.

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— Erva medicinal? — pergunta Ivan, analisando o ferimento e impressionado pela rapidez de sua cura. Ele usa uma camisa branca e uma calça escura, ambas leves e confortáveis. O mesmo não se importou em fazer seu penteado tradicional, no caso, seu topete. — Eu não sabia que Edward tinha esse conhecimento. E que conhecimento. Funcionou muito bem.

— Na verdade não dói mais. Eu vim por Marccos. Como ele está?

Ivan se levanta e leva tempo para responder à pergunta. Ele se senta numa poltrona ao lado de Lauren.

— Houve um episódio ontem durante o processo de cauterização. Ele infelizmente acordou durante o processo, e o coração dele parou de bater. Mas o trouxemos de volta — Ivan alcança uma prancheta com anotações, e a entrega a Lauren. — Eu sempre faço isso quando analiso um paciente, independente de quem seja. Vê esses horários? São horários em que Marccos teve alguma mudança em seu estado. Os horários estão limpos.

— E o que isso significa?

— Significa que Marccos está bem. Se ele tivesse reações diferentes num curto tempo, isso significaria algo ruim. No momento ele está sobre a supervisão de David.

— E você tem descansado?

Ivan solta uma curta risada, sem jeito para responder a pergunta.

— Eu não descanso. Não preciso. Eu estou bem.

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— Ivan...

— Eu não posso descansar, Lauren. Não posso deixar David cuidar de Marccos sozinho.

— Por que não? Acredita que eu não tenho potencial? — Marccos aparece de um corredor do fundo da enfermaria, com uma plaqueta e um lápis em mãos.

— Eu nunca disse isso.

— Certo, certo. Gostaria de dar uma olhada? — David leva até ele a plaqueta, e o deixa analisar.

— Ele continua bem. Incrível.

— Sem mudanças, sem nada. A diferença é que ele já acordou. E, meu Deus, Lauren, ele gostaria de falar com você.

— Obrigada — Lauren se levanta e atravessa a enfermaria, passando pelo corredor e se direcionando até uma porta aberta.

Ao atravessá-la, Lauren se depara com Marccos deitado numa cama, olhando para o lado de fora da janela. Seu corpo estava coberto por um lençol até a altura da cintura para que a sua temperatura não elevasse, e, assim, era possível ver o enorme curativo que cobria o seu abdômen.

História Pirata: O Caminho para BostonOnde histórias criam vida. Descubra agora