Capítulo 5: Perdição

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Em alto mar, o convés de um navio de modelo galeão pulsava de vida.

Mais de cem homens trabalhando em ritmo moderado e recebendo ordens de um capitão que obviamente não seria nada agradável enfrentá-lo, trabalham em partes organizadas e desorganizadas, mostrando, por parte, a vida de cada homem ali; puxando cordas, subindo nos mastros do convés e também trabalhando no subsolo em afazeres mais importantes, com a alegria rodeando cada centímetro daquele "automóvel marinho". No convés, um grupo de seis homens tocam músicas com tambores, violões, chocalhos e flautas, agitando o trabalho e tornando-o mais favorável e contagioso.

— Mexam-se! Não sejam fracos, pois eu aposto um baú de moedas que vocês não são! — Edward Cooper permaneceu sorridente desde a partida e deixou seus três dentes dourados aparecerem para quem quisesse ver, como se o contato com o mar, as vozes da tripulação e a música típica de piratas o contagiasse e o deixasse mais forte do que nunca, sintonizando tudo aquilo à sua mente e relaxando-o de certa forma.

Edward segura o leme com firmeza, enquanto a outra mão segura uma garrafa de vinho que é lavada à sua boca a cada quinze segundos.

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— Senhor! —Sheperdd aparece no meio da quantidade enorme de homens e vai calmo e sereno ao seu encontro, tomando um pouco de impulso ao subir as escadas.

— O que houve?

— Temos de acelerar. Caso contrário, ficaríamos anos no Oceano e só chegaríamos quando todos estivessem mortos — ele dá uma risada curta, e coça a barba negra.

— Certo — Edward bebe mais um gole da bebida. — SOLTEM O RESTO DAS VELAS! PRENDAM OS CANHÕES COM FORÇA SE NÃO QUISEREM QUE ELES ROLEM PELO CONVÉS! — ele retira o capuz rapidamente e passa os dedos pelas mechas do cabelo longo para ajeitá-las de maneira rápida; agora elas o incomodam, já que cresceram três centímetros desde a última vez que ele cortara. — Onde está Ivanovici? E Ethan?

— Ivanovici está na cabine do capitão, senhor. Ele planeja montar uma pequena enfermaria — Sheperdd cruza os braços sobre o peito. Não se importando com sua camisa que amassa o tecido perante tal movimento. — Ethan está no andar inferior, senhor. E não imagino o que ele poderia estar fazendo — ele direciona sua atenção para a tripulação agitada no convés, deixando que a conversa morresse por algum tempo.

O vento cessa de repente, irritando o capitão e atiçando seus pressentimentos ruins.

— Droga! — Edward bate no leme com tanta força que quase chega ao auge de quebrá-lo, e se debruça

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sobre ele por alguns segundos, tomando sua postura de volta. — Não podemos perder o vento. Se o perdermos, perdemos a direção e a localização.

Sheperdd ergue o olhar e, como não consegue enxergar muito ao longe, alcança uma luneta próxima a Edward e a leva aos olhos, pendurando-se numa das cordas do mastro mais próximo. Ele olha para o horizonte, e a tira da visão logo depois.

— Não há ilhas por perto, capitão — ele se solta da corda e salta para onde estava antes. — Mas presumo que logo aparecerão.

— Pode ter certeza — Edward toma mais dois longos goles da bebida. — E Lauren, você a viu?

Sheperdd se disponibiliza a dar uma longa e boa olhada pelo convés, coçando a nuca.

— Estava no convés há pouco tempo — ele franze o cenho. — Eu tinha visto-a.

O capitão segura o timão com mais força, e o faz rodar repetidas vezes. Olha para o convés com mais clareza, quase se deixa se perder pela quantidade de pessoas ali, mas volta a procurá-la. Estaria pronto para dizer que não a viu, mas hesitou, mudando de assunto sem ao menos citar.

História Pirata: O Caminho para BostonOnde histórias criam vida. Descubra agora