Capítulo 17: Prontidão

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O grupo de Edward Cooper já estava mais do que pronto para retornar para Boston. Agora, com mais de cento e cinquenta soldados mais do que preparados para a guerra, eles adentram seus respectivos navios, e Edward só não põe a tripulação a zarpar de imediato por aguardar por Marccos Baker, que se despede de Alexander Osman.

— Bem, você já sabe bem, não sabe? — Alexander segura as mãos de Marccos, sempre com muita lealdade e comprometimento. — Sempre que precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, estarei à disposição, meu amigo!

— Com toda certeza — responde Marccos. Eles se abraçam uma última vez, antes de se distanciar.

— Boa sorte nesta guerra, amigo. E, por favor, traga meus soldados inteiros, hã?

— É claro — responde ele, dando as costas e se direcionando para o navio. — Cuide deste lugar!

— Com certeza! — grita Alexander, acenando para ele.

Nesta altura, o navio zarpa, sendo seguido pelo navio dos soldados, logo atrás. A maré está consideravelmente boa, sem rodeios e atrasos no caminho, além do fato de que o vento está favorável a ambas as tripulações.

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Edward Cooper põe as mãos no timão, tranquilo, desta vez sem nenhuma garrafa de bebida em mãos. Sheperdd continua ao seu lado como de costume, e eles aproveitam a tranquilidade do mar em silêncio, apenas com breves assuntos e conversas a se discutir.

— Acredito que chegaremos bem mais rápido comparado ao tempo que levamos para vir — comenta Edward, atento no caminho. Ele passa o olhar rapidamente pelo convés, e consegue ter uma boa visão de Ivanovici, Angelline, Bruce, David e Marccos juntos próximos à escadaria do porão. — O mar está bem tranquilo eu diria.

— Eu nunca pensei que fosse ouvir o senhor dizendo isso — comenta Sheperdd. Ele está sentado num barril a um metro de distância de Edward, dividindo as suas atenções no barulho dos tripulantes e também a Edward. — O senhor nunca diz que o mar está tranquilo assim, com tamanho acaso.

— Eu apenas sinto, e quando tenho certeza eu venho a dizer — ele dá de ombros. — Sinto que um dia essa merda ainda vai ferrar tudo.

Os pressentimentos de Edward Cooper estavam mais do que corretos. A tripulação não levou mais que oito horas para retornar a Boston, é claro, com a ajuda do mar e dos ventos que favoreceram intensamente a viagem de volta. Com boas guias e sem complicações no caminho, ambos os navios — tanto da tripulação de Edward quanto o navio

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dos soldados — ancoram normalmente e sem problemas no porto de Boston, sem serem barrados pelos guardas e nem tiveram os navios confiscados.

Ao conseguirem ancorar no porto sem dificuldade alguma, todos os tripulantes descem dos navios e põem-se a se organizar corretamente para voltarem para o Forte e se prepararem, porém, é claro, não sem antes organizarem uma reunião.

Conforme Ivanovici desembarca, recebe uma presença inesperada no porto que, para os outros, era desconhecida: Harim Yusuf, o dono do navio, estava lá para recebê-lo de volta. Atrás de si, quatro de seus respectivos guardas. Ivan se aproxima devagar, por ainda estar arrumando as suas coisas e enfiando-as na bolsa que tem consigo.

— Dois dias — comenta Harim de início e sendo bem breve. Ele continua no mesmo lugar, sem se mover. — Vocês até que se adiantaram. Nunca vi pontualidade por parte de piratas.

— Ivan, quem é este? — pergunta Edward, deixando o grande grupo de lado e indo até eles.

— O dono do navio... — responde Ivan, ainda atrapalhado com sua bolsa. Ele estava envergonhado de certa forma. — Cazzo! — resmunga ele, finalmente conseguindo arrumar a bolsa corretamente, ele a joga para trás das costas.

História Pirata: O Caminho para BostonOnde histórias criam vida. Descubra agora