Capítulo 3

11 3 0
                                    

Pela janela Ranier olhava a figura se aproximando cada vez mais da entrada da varanda sua casa, o suor descia cada vez mais, escorrendo pelos olhos causando ardor em seus olhos e misturado com a poeira que vinha de fora e dificultava ainda mais a sua visão.

Levantou sua arma e encostou-se ao batente da janela, acertaria o aquele homem na altura do peito, acertaria aquele homem sem nenhuma chance de errar, mas teria que esperar ele se aproximar mais, não poderia errar o primeiro disparo.

Sentia seu coração batendo cada vez mais rápido, cada vez mais alto, parecia que lhe ia estourar a cabeça, o homem vinha em sua direção, ia tirar seu filho, isso ele não permitiria, jamais, não sem antes lutar como um leão. Que morressem todos ali na pequena casa e naquela noite, mas não iria levar tão fácil assim seu precioso e único filho.

A criatura estava agora a menos de dez metros da porta quando sentiu o ar sendo cortado por algo vindo em sua direção em grande velocidade. Seu corpo sentiu um tranco, perdeu ligeiramente o equilibrio tombando para trás. Ardia-lhe o peito, queimava de dor, olhou para o alto, as estrelas, a lua. Por alguns instantes imaginou o sol brilhando, mas foram somente alguns instantes.

- Meu Deus, acertei o homem. Disse pra si mesmo Ranier enquanto observava a criatura caída no chão próxima à varanda. Estaria morta? Será que teria sido assim tão fácil matar aquele homem? Nem tinha acabado de formular seus pensamentos quando a criatura levantou-se à sua frente.

A cabeça da criatura olhava para baixo, em direção a pequena flecha fincada em suas costelas, não teve tempo de levantar a cabeça e olhar seu agressor, mais uma flecha agora estava presa em seu ombro esquerdo, a dor que sentiu se transformou em fúria, em ódio, levantando a cabeça procurando saber onde estava o homem que lhe causou aquela dolorosa experiência , aquela dor incomoda.

Lá encontrou Ranier, parado em pé na porta da casa, armando novamente sua balestra com outra flecha, viu o homem tomar duas flechadas e nada acontecer, não seria tão fácil mesmo. Nem tinha terminado de armar a nova flecha quando sentiu a mão da criatura arrancando a balestra de suas mãos e a arremessando para longe, levou a mão a cintura, tinha uma faca afiada, iria trespassar o maldito, não houve tempo, A mão da criatura o agarrou pelo pescoço enquanto a outra segurava a faca retirando-a da mão de Ranier. Jogou a faca a cerca de cinco metros de distancia, depois calmamente arrancou as flechas do seu corpo enquanto segurava Ranier pelo pescoço , olhando fixamente seus olhos aterrorizados.

Ranier tentava soltar-se da mão do homem, mas este era forte demais para ele, tomou força e acertou um potente soco no rosto da criatura que acabou o soltando.

A criatura encarou Ranier pela segunda vez, seus olhos negros e vazios tomaram uma expressão de raiva profunda, a coloração negra de seus olhos foram invadidas por um vermelho que Ranier imediatamente lembrou das brasas acesas de seu fogão a lenha. A luz que emanou de seu olhar selvagem iluminou todo seu rosto pálido.

A criatura arremessou Ranier como se este não tivesse nenhum peso em seu corpo forte, jogando-o sobre a parede da pequena sala, Ranier bateu fortemente na parede e caiu sobre o móvel onde estavam os pratos e o vaso com flores. A criatura agora entrava na casa, parou na soleira da porta, seus olhos brilhavam e lhe deixavam enxergar todo o interior da casa escura com se fosse claro como o dia, levantou o rosto farejando o ar e movimentando a cabeça paras todas as direções da casa. Seu olhar parou na direção do quarto com a porta fechada e para lá seus passos lentamente recomeçaram.

Ranier levantou-se, atordoado pela pancada forte na parede e depois no chão, sangue escorria de sua cabeça, viu a criatura se andando na direção do quarto e saiu em disparada corrida para lhe bloquear o caminho.

O Trono do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora