Agora é que eles se divertem

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"Você é louco, Nathan Kings. Digo, estupidamente louco. Como posso gostar de alguém como você?! Você não combina comigo. Eu nunca roubaria um banco, eu nunca apontaria uma arma para alguém. Isso é tudo porque você existe. Porque você está me manipulando.", Ariel ficou pensando durante a viagem que ele e Nathan faziam de volta para a casa em Romero's beach. Nesse momento, a polícia de Los Angeles podia estar fazendo a perícia no local onde o Skyline pegara fogo. Onde Ariel e Nathan tinham abandonado o carro usado para roubar o banco das celebridades. Ariel ainda não acreditava. Como você fez isso, Nathan Kings?! De onde você tirou os corpos que você queimou junto com o carro ao final da fuga e que agora a polícia suspeita que sejam a nossa versão carbonizada. Você foi esperto, Nathan Kings, mas isso me dá medo. Dá medo em mim e no Ariel. Você foi bem baixo dessa vez. Não, não te conhecemos mesmo.

- Nathan...

Ariel chamava, mas Nathan Kings não respondia. O pôr do sol batia em cheio no para-brisa do Corvette. Ariel queria tanto que Nathan respondesse, que desse sinal de vida. Nathan, contudo, parecia apagado. Ele só estava dirigindo. Só estava querendo voltar para a casa em Romero's Beach, e ver a sua prima que era uma super estrela, e fingir que tudo o que ele e Ariel tinham feito nunca acontecera. Era isso que você queria agora, não é, Nathan? Você faz as coisas e as esquece, mas não porque isso é um defeito seu. É porque você só quer esquecer. Mas se tinha alguém que não aguentava mais aquilo, esse alguém era Ariel Vargas.

- FALA ALGUMA COISA, PORRA... - Ariel explodiu. Eu também não aguentaria, Ariel.

- O QUE VOCÊ QUER QUE EU FALE?! - Nathan virou o rosto para Ariel e franziu o cenho atrás dos óculos escuros.

- Alguma coisa... Porra, Nathan... De onde você pegou a porra daqueles corpos?!...Vociferou Ariel, atônito. O mundo de Ariel desabando sob seus pés. O conto de fadas californiano sempre termina. Onde você foi se meter, Ariel?

- Os corpos não são meus, se é o que você quer saber... Não fui eu quem matou aqueles caras...

- Mas você os conseguiu... De algum modo, você os botou no porta-malas da porra do Skyline. – As têmporas de Ariel pulsavam a todo vapor.

E foi então que Nathan deu uma freada brusca quando não havia nenhum carro atrás que pudesse bater neles e encostou o carro fora da estrada. Nathan soqueou a direção do carro antes de esbravejar.

- Não, Ariel. Pela última vez, os corpos não eram meus. Você quer confiar em mim?...

- Eu quero confiar em você, mas você tem que falar a porra da verdade...

- A PORRA DA VERDADE É ESSA!

- NÃO É SÓ ISSO...

- VOCÊ QUER SABER DE ONDE EU TIREI OS CORPOS. EU SEI! DE ONDE EU TIREI A PORRA DOS CORPOS! EU PEDI PRO CARA QUE ME DEVIA UM SERVIÇO...

- Que tipo de serviço, Nathan?! FALA, PORRA! - Ariel e Nathan agora gritavam um com o outro. Um levantando a voz pro outro. Disputando o espaço.

Nathan percebeu o clima acalorado no carro e respirou fundo para se recompor e continuar a falar. Ele resolveu revelar.

- Anos atrás, eu participei de um sequestro de celebridade. Sequestramos um cantor famoso velho e cobramos dinheiro da família para o resgate... acabou que o plano não correu muito bem e parte dos meus amigos foram presos e eu fiquei uns dias no centro de detenção para menores porque eu tinha apenas dezesseis anos. Estava terminando o ensino médio. O ensino médio estava uma bosta podre. Os colegas eram todos uns fodidos e eu me sentia péssimo quando ia para as aulas. Escolas públicas são péssimas, mas escolas particulares onde só se tem filhinho de papai é mais sanguinário do que qualquer coisa que você possa pensar...

O John Wayne de TulancingoOnde histórias criam vida. Descubra agora