Passei o sábado todo no quarto, tudo o que eu queria era ficar sozinho. Meu pai teve que viajar para Busan de manhã para resolver algumas coisas na filial da Bak de lá e só vai voltar na terça-feira. Já minha mãe tentou vir me animar algumas vezes ou ao menos me forçar a comer alguma coisa. Meu apetite tinha sumido, mas fazia um esforço para deixá-la menos preocupada.
Ela não disse nada, mas aposto que desconfiava que algo ruim aconteceu entre Jeon e eu, já que fiquei do mesmo jeito na época de Taemin. Não sei se nossos pais cancelariam o casamento se soubessem o que Jeongguk anda fazendo, eu pensei que ele ao menos gostasse de mim. É difícil acreditar que, depois de tudo o vivemos e dissemos um ao outro, ele estivesse me traindo.
Me revirei na cama e encarei o cachecol vermelho que ele me deu aquela noite aqui na varanda da minha casa e suspirei. O que será que ele está fazendo agora? Será que ele está com aquele garoto? Sinto meu estômago revirar só de pensar.
De repente parei pra pensar no porquê nossos pais queriam nos casar. Será que uma das famílias está falida e precisa da fortuna da outra pra não afundar na lama? Não, os hotéis e as lojas estão bem. Além do mais meus pais me contariam se estivéssemos passando por dificuldades financeiras. Ah, quer saber? Que se dane o motivo também!
O quarto estava alaranjado por conta do por-do-sol, as cortinas não impediam a entrada dos raios solares. Reparei o quão frio, solitário e entediante ele é sem Jeongguk aqui comigo. Não tinha vontade de jogar video-game, ver televisão, mexer no celular, ouvir música, andar, conversar, comer. Eu só queria dormir ou ficar deitado pra sempre.
Suspirei ao ouvir batidas na porta, será que ela não conseguia entender que eu queria ser deixado em paz? Preciso de um tempo pra mim. Senti o colchão atrás de mim afundar e estranhei, até agora minha mãe não tinha se sentado nenhuma vez pra falar comigo, ainda mais de costas pra mim. Temi encontrar Jeongguk ali caso virasse para encarar seja lá quem fosse, mas tomei coragem e girei o corpo. Me surpreendi ao ver Taehyung ali.
— A tia me ligou, ela está muito preocupada com você. — deu uma pequena pausa ao ver que eu apenas desviei o olhar sem responder. — Como você está, Minnie?
Era estranho tê-lo aqui em casa falando comigo depois de tanto tempo. Acho que faz uns dois meses desde que ele me pediu perdão na biblioteca e nos falamos pela última vez. Eu o perdoei, mas não retomei nossa amizade, eu precisava de tempo. Minha mãe o ligou e mesmo assim ele não hesitou em vir e parece que nada mudou entre a gente...
Senti meus olhos arderem e, quando dei por mim, eu chorava. Ergui o corpo com um pouco de dificuldade, já que mal comia e estava fraco, e o abracei.
— Senti sua falta... — murmurei enquanto sentia minha lágrimas molharem seu moletom.
— Eu também, irmão. — apertamos o abraço e ficamos assim por uns intentes. — O que houve? Precisa desabafar.
Distanciei-me limpando o rosto com a manga do pijama. Ri mentalmente. Era como um dejá-vu, a cena de dois anos atrás se repetia: eu depressivo e Taehyung vindo me confortar. Me sinto um idiota por ter me afastado de alguém tão importante pra mim, Taehyung é meu irmão de outra mãe!
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Betroth - Jikook
Fanfiction[LONG-FIC] Jeon Jungkook sempre teve tudo: dinheiro, um nome imponente, estudo de ótima qualidade. Ele só não teve uma coisa: amor. Seus pais - donos de uma das maiores redes de hotéis de luxo do leste asiático - sempre foram pessoas ocupadas, não p...