Os dias que passei no hospital foram entediantes. Já que fiquei dois dias desacordado, os médicos me deixaram em observação para garantir que eu estava bem. Jimin me fez companhia durante todo o tempo em que não esteve na faculdade, cheguei a expulsá-lo daqui para que ele pudesse ir pra casa para comer e dormir melhor já que, por conta de sua teimosia, ele insistia em criar raízes no sofá ao lado da minha cama.
Depois de muito custo e de cansar de falar para os médicos e enfermeiros que eu estava perfeitamente bem eles me liberaram. Ao todo creio que passei cinco dias internado — contando os dois em que estive inconsciente. Pedi várias vezes para que Jimin me dissesse detalhes da briga, mas ele simplesmente ignorou todas as minhas perguntas. Bom, ele nem precisou falar porque o estrago feito em mim já me deu uma boa noção daquela noite.
Minha bochecha do lado esquerdo do rosto estava meio arroxeada e meio amarelada; meu olho esquerdo estava desinchando pouco a pouco a cada dia, mas ainda assim a tonalidade roxa se fazia presente. Jimin tinha me dito que caí, bati a cabeça no chão e desmaiei, depois os médicos me disseram que a pancada foi a responsável pelo meu coma e disseram que poderia ter sido pior: se eu tivesse batido a cabeça numa quina eu poderia ter fraturado o crânio e morrido. Apesar do susto, estava tudo bem e meus exames indicaram que nada de grave tinha me acontecido.
Yugyeom me visitou no hospital na terça-feira e disse que falaria com a coordenação do curso que eu faltaria o resto da semana e depois levaria o atestado médico. Na quarta ele me visitou novamente e disse que a coordenadora entendeu a condição em que eu me encontrava e que abonaria minhas faltas quando eu a entregasse o atestado médico. Havia percebido que Jimin continuava incomodado com a presença de Yugyeom, mas ele sequer reclamou dele ou o xingou pra mim depois que ele foi embora, creio que ele não queria me deixar estressado.
Falando no Jimin, ele tem estado bastante atencioso comigo — não que ele já não fosse antes. Toda hora me pergunta se estou tudo bem, se preciso ou quero alguma coisa, se estou com fome, se estou com dor, se quero um café. Não que eu esteja reclamando de ser paparicado, mas é que eu tenho a impressão de que ele se sente culpado por algo que não fez. A culpa do que aconteceu comigo não foi dele, não foi ele quem beijou outro cara, o elfo quem o beijou! Queria que o Jimin entendesse isso de uma vez...
— Mochi, pela milionésima vez: não precisa se preocupar tanto comigo, eu estou bem.
— Me desculpe... — disse baixo. — Se eu tivesse reagido a tempo e o impedisse de me beijar você não estaria assim. — pronunciou-se com a voz falha.
Sabia. Ele está carregando todo o peso da culpa nos ombros.
— Não foi culpa sua... — o puxei para um abraço, ele escondeu o rosto no meu ombro e logo pude sentir a manga da minha camiseta ficar úmida. O abracei com mais força, eu só queria mostrar pra ele que estava tudo bem. — Não foi culpa sua... — murmurei mais uma vez.
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Betroth - Jikook
Hayran Kurgu[LONG-FIC] Jeon Jungkook sempre teve tudo: dinheiro, um nome imponente, estudo de ótima qualidade. Ele só não teve uma coisa: amor. Seus pais - donos de uma das maiores redes de hotéis de luxo do leste asiático - sempre foram pessoas ocupadas, não p...