ESPEREI POR VOCÊ

Capítulo 5

Estávamos em nossa mesa, conversando sobre nossas vidas, Waleska me contou sua história, ele é do Rio de Janeiro e trabalhava em uma multinacional como assistente pessoal do CEO, foi quando em uma viajem a trabalho na Turquia, conheceu Ömar, ele não conseguia tirar os olhos dela em uma reunião, o que a deixou desconfortável, porém também eufórica, quando a reunião acabou Ömar foi até ao chefe dela e perguntou se poderia convida-la para um jantar, ele achou a atitude do rapaz corajosa e o ajudou e desde então estão juntos, e entre idas e vindas à Turquia, após ficarem noivos e se casarem, solicitou a cidadania turca, que por sinal não é fácil, mesmo já estando casada, e assim que teve a cidadania aceita, se mudou de vez pra cá, uma atitude bem corajosa da parte dela. Hoje ela faz cursos, e pretende ingressar em uma faculdade por aqui.

Estávamos tomando uma bebida típica da Turquia o RAKI que é um licor derivado da uva e com sabor de anis, semelhante a outras bebidas como o áraque e o ouzo. É considerada a bebida nacional da Turquia e, às vezes, chamado de "leite de leão", porque, quando água é adicionada, a mistura fica com uma cor esbranquiçada. Pra ser sincera eu no Brasil não bebo, porém hoje abri uma exceção para experimentar o que é típico nesse país.

Resultado, um drink e eu já estou animada e mais falante do que normal, aviso a Waleska que vou ao banheiro, me levanto e mais uma vez a atenção está em mim, foi então que pensei ou eu fico acanhada e não curto nada, ou finjo que sou a atração principal e nem ligo, optei pela segunda opção e fui desfilando até ao toalete.

Cheguei ao toalete, retoquei meu batom, fiquei me admirando no espelho, quando vi uma moça me olhando, me olhando não, me encarando. "te achou bonita", agora não mente, fica quietinha.

- Merhaba! (olá, em turco)

- Merhaba!

Então sorri sem graça, porque meu vocabulário turco ainda é limitado, acho que ela sentiu e continuou a conversa em Inglês.

- Bom, eu sou a Leila, já percebemos que você é estrangeira.

- Incontestável, me chamo Lisley! "seja agradável pelo amor de Deus!"

Então resolvi ouvir minha agradável e querida mente, e sorri para a moça, que ao perceber que eu estava sendo amigável, continuou a conversa.

- Estávamos tentando descobrir sua nacionalidade, porque são traços bem peculiares.

- Quais são os palpites?

- Estados Unidos, França, Marrocos, Líbia, África do Sul.

- São apenas estes?

-Sim.

Sorriu meio sem graça.

- Então, eu sou do Brasil.

- Nossa que maravilha, amamos o Brasil, e como você e simpática e bonita.

- Olha, com tantas pessoas me olhando, eu estou mais pra exótica, ou diferente.

- Sim, e linda, adorei te conhecer. Vi que você tem um anel de compromisso, é noiva?

- Não, isso é um anel de formatura.

- Ah, você é formada em que?

- Sou formada em Direito, e sou Advogada no Brasil.

- Que máximo, então está solteira em Istambul?

- Não só em Istambul, estou solteira no mundo.

- Gente eu amei você, já quero te apresentar pro meu irmão, ele amou o seu vestido, te achou muito linda.

Ora ora, o que essa menina está aprontando, cinco minutos de conversa e ela já sabe quase meu CPF.

- Qual é seu signo?

- Oi?! Como?! "achou uma mais doida que você"

- Seu signo? Que você sabe pelo dia que nasceu.

- Não, eu sei o que é signo, quero saber o porquê dessa pergunta?

- Se acostume, quase todos turcos vão te perguntar isso, eu por exemplo sou de peixes.

- Eu sou de Áries, mas não acredito nisso.

- Você aprende a gostar, meu irmão também é Áries, acho que vão dar certo.

- Em que? 

- Quantos anos você tem?

- Tenho 29 anos, por acaso estou em uma entrevista de empregos? Acho que entrei na porta errada.

Ela sorriu, pegou na minha mãe e saiu me puxando, não entendi nada.

- Vem, vou te apresentar pro pessoal.

Quando foi que falei com essa mocinha de nome Leila que queria conhecer alguém, isso que dá ser simpática com estranhos, conheço a 6 minutos e já se acha íntima.