Capítulo 20

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CAPITULO 20

Acordo assustada, um pouco desorientada de onde estou, até que me dou conta que estou no quarto do Ali, então me recordo com ricos detalhes do que fizemos aqui, sorrio meio boba, eu realmente estava com dificuldade de acreditar do que aconteceu com a gente, e bem eufórica pelo que viria acontecer.

Me levanto de sua cama, ainda não sei que horas são e preciso lembrar onde deixei meu celular, olha para a poltrona onde se encontravam minhas roupas e me recordo que o deixei por cima, ao notar que ainda estou sem roupa pego minha lingerie e coloco junto com sua camisa que ainda estava com seu cheiro.

Ali não está no quarto, nem no banheiro e nem na varanda, já inspecionei tudo, vou seguindo pelo resto da casa e o encontro em sua sala que dava pra outra varanda, ele está de costas e pela fumaça presumo que esteja fumando.

- Oi pra você!

Ele se vira, me olha, e volta a olhar para fora.

- Oi pra você também, já está descansada?

- Eu estava cansada?

- Presumo que sim já são 19 h e você ainda estava dormindo.

- Tomei um susto assim que vi as horas no meu celular.

- Vamos, vou te levar até a cozinha a Sra. Beyza deixou algo para nós comermos, e depois te levarei embora.

Eu sentia a frieza do Ali daqui, não era o cara que algumas horas estava no quarto comigo, alguma coisa aconteceu e eu que não vou ficar sem perguntar.

- Aconteceu alguma coisa?

- Como o que?

- Nada só te achei um pouco estranho.

- Coisas de mulheres, achar o homem estranho depois do sexo.

Foi como jogar um balde de água fria em mim, eis por que eu não gosto de sexo casual, eu não sei lidar com sentimento frios e superficiais vindo de outras pessoas, principalmente quando tivemos ou temos intimidade.

- Posso tomar um banho? quanto a comida muito obrigada estou sem fome.

Ele me olha como se estivesse pensando em algo pra dizer, mas eu que não ia ficar esperando algo ácido vindo dele.

- Pensando bem, não precisa, troco rápido de roupa e podemos ir.

- Não! Tome seu banho, tem tudo que você precisa no meu banheiro.

- Ok, obrigada.

Saio da sala e retorno para o quarto, pego minhas coisas e vou para o banheiro, e lá me permito ficar triste, seguro a vontade de chorar porque se eu derramar uma lágrima não conseguirei mais parar, não me arrependo do que aconteceu, mas detesto esse sentimento de ser um objeto.

Entro debaixo da água e acabo desfazendo o coque e  molhando todo meu cabelo, eles estão bem compridos, fico mais um tempinho para esfriar minha cabeça, tento lembrar de algo que possa ter deixado Ali desse jeito. mas logo para de tentar descobri. Não isso não é culpa minha, se ele está assim é problema dele, e se fosse comigo teria toda liberdade de falar, ele que fique com a bipolaridade dele pra lá.

Saio do banho, ponho minha roupa e deixo o cabelo solto, vai virar uma juba quando secar, mas não tem problema, não estou com muito humor para me importar. Saio do banheiro e Ali está sentado na cama, olho para ele, que está me encarando.

- Vamos, já estou pronta!

- Seus cabelos são lindos.

Ah tenha paciência! É só um elogio simples, nada demais.

- Obrigada, vamos!

- Primeiro vamos comer alguma coisa.

- Ali eu realmente não estou com fome.

- Você não comeu nada o dia inteiro e queimou muitas calorias.

Não vou responder a essas insinuações, fingirei que não ouvi.

- Claro que comi, aquele café da manhã estava bem farto.

Nesse momento meu celular toca, então vejo que é minha amiga Waleska, e claro que vou atender, por que o Ali não entende português e posso até falar mal dele, mas não vou claro.

- Oi amiga!

- Aí Lys, estou atrapalhando?

- Claro que não, você nunca atrapalha, alias já estou indo pra casa.

- Já? Quer dizer pensei que ele ia te trancar aí.

- Pois é eu pensei também, mas ele tem bipolaridade isso é incontestável.

- Ah deixa ele, quando você chegar arrumamos um lugar pra ir ai você me conta tudo! Ok?

- Claro, daqui a pouco estou aí.

Assim que desligo, vejo que ele se levanta e quando faz menção de vir para minha beira aviso.

- Vamos, a Waleska está me esperando, mas se estive cansado pego um táxi.

- Talvez seja melhor.

Nesse momento eu realmente quis chorar, meus olhos se encherão de lagrimas, mas não permitiria chorar em sua frente.

- Você pode chamar pra mim, ainda não me acostumei.

- Vou chamar.

Ali sai do quarto para chamar o táxi, eu permaneço, espero alguns minutos e vou para a frente da sua casa, mando uma mensagem para Waleska para que ela desça com minha carteira para que eu pague o táxi, uma vez que desci sem nada quando fui conversar com o Ali.

O táxi chega, entro rapidamente e mostro o endereço no celular, ele arranca com o carro, sim eu não me despedi dele, não suportaria ser tratada mal novamente, então me permito a chorar, o rapaz do táxi pergunta se estou bem, e logo descubro que ele fala inglês, e sei que virá um monte de perguntas, mas respondendo aos seus questionamentos o tempo passaria mais rápido e eu não ficaria me lamentando.

Meu celular toca, é o Ali, ignoro a chamada, ele tenta mais umas 10 vezes, até que me envia uma mensagem.

"Cadê você? não acredito que entrou no táxi sem falar comigo! Como você vai pagar ele, você está sem carteira! Pensou nisso Lysley?"

Pensei em mil respostas, mas no final resolvi ignorar, não vou bloquear ele, vou ser indiferente a ele. "Como se você fosse conseguir, tá caidinha por ele"

- Você só se manifesta quando não preciso, cala a boca!

- Disse alguma coisa senhorita?

- Não, estou mandando um áudio pra minha amiga que também é brasileira.

Menti, claro! Outro pra achar que eu sou doida? Chega!

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