Capítulo 31

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- Vamos lá,Angeline!- disse Rafael sério.- Por que é tão difícil se concentrar?- perguntou parecendo irritado.

Eu me sentia ridículo,eu apontava minhas mãos em sua direção,mas nada sai dali. A chama não se acendia,nada se acendia. Eu havia perdido a conta de quantas vezes eu estava fazendo aquilo.

Me joguei na grama gelada fazendo com que meu irmão bufasse.

- Eu não consigo.- murmurei irritada.

Meu corpo estava completamente dolorido,marcas de chupões e de arranhões estavam por todo ele. Quando Rafael me mandou mensagem dizendo que me ajudaria com meus poderes eu quis muito exitar e passar o dia deitada na cama,mas meu irmão apareceu na minha porta e me obrigou a levantar.

- Isso é difícil,merda!- confessei irritada.

A chama que saiu da palma de minha mão naquela noite não deu nenhum sinal de vida nessa manhã. O vento bagunçava a trança em minha cabeça fazendo alguns fios entrarem em minha vista.

- Angeline,você consegue.- disse Rafael tentando me animar.

Bufei frustrada,eu não conseguia. Eu tentei tantas vezes e em nenhuma delas consegui,Rafael murmura palavras estranhas e logo uma grande bola de Vento saia da palma de sua mão,era incrível ver aquilo mas ser lançada para longe por aquela ventania toda era terrívelmente desconfortável.

- Meu corpo todo está doendo.- sussurrei enquanto deitava sobre aquela grama gelada.- eu só queria a minha cama...

- A sua cama que estava completamente destruída?- perguntou Rafael se deitando ao meu lado.- Matthew não deveria ter sido tão bruto.- sussurrou me olhando.

Fitei meu irmão envergonhada,era tão evidente assim o que tinha acontecido?

Ok, talvez a cama destruída tenha o ajudado a descobrir oque aconteceu na noite anterior.

- Não quero falar sobre isso.- disse envergonhada.

Rafael deu uma gargalhada alta me fazendo dar uma cotovelada em seu braço.

- Você a conheceu?- perguntei baixo.

Rafael me olhou confuso tentando entender de quem eu estava falando.

- Minha mãe...- disse em um sussurro.- você a conheceu?

Rafael suspirou pesado e se sentou na grama me fazendo fazer o mesmo.

- Sim.- disse sério.- Quando vivíamos no reino eu a conheci,nirvana e ela eram muito próximas.- completou enquanto bagunçava os cabelos.- Eu era muito novo na época,quando minha mãe apareceu com você nos braços eu não entendi oque estava acontecendo,fugimos no meio de uma batalha.- Rafael parecia perdido em seus pensamentos.

O olhei curioso querendo saber mais sobre a mulher misteriosa.

- Foi muito estranho vir para cá,era difícil controlar os seus poderes. Você era tão nova e estava tão descontrolada,eu sempre quis saber que era sua mãe.- disse baixo.- quando você cresceu mais eu comecei a notar sua aparência com Samara. Papai não sabia oque nirvana tinha feito,nenhum de nós sabia até ano passado. Eu tentei te contar a verdade mas,seria tudo tão confuso para você.

- Acha que ela está viva?- perguntei cabisbaixa.

- Ela está, Samara nunca gostou do mundo dos mortais,ela proibia nossa vinda para cá mas,sei que ela foi atrás de você. Eu a vi,no dia do seu casamento.- disse me deixando surpresa.

- Você a viu?- perguntei espantada.

- Sim.- murmurou.

Eu tinha tantas perguntas para fazer,eu queria tanto saber como minha mãe era,porque ela não me pegou de volta,eu queria saber toda a verdade.

Senti alguém tocar em meu ombro,olhei assustada para trás. A mulher do banheiro do shopping estava ali,era ela, Samara.

- Que merda!- gritei assustada com a mão no coração.

Rafael olhava espantado para a mulher a nossa frente. Era estranho ver ela ali,estávamos falando dela a segundos atrás.

- Filha...-sua voz doce se dirigiu a mim- Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso.

Rafael me olhava assutada e olhava para a mulher da mesma forma. Em um gesto rápido seu dedo tocou em minha testa. Foi como se uma corrente elétrica percorresse pelo meu corpo inteiro. As nuvens claras da manhã deram lugares a nuvens completamente escuras indicando uma chuva próxima,o sol havia sido escondido pelas nuvens.

Olhei espantada novamente para a mulher em minha frente,seus olhos antes castanhos estavam completamente brancos.

- Angel...- Rafael tentou se aproximar.

Mas em um gesto rápido sua outra mão foi levantada e vi meu irmão sendo jogado para longe de mim,o olhei apavorada. Rafael agora estava inconsciente sobre aquele chão molhado por conta da chuva da noite anterior.

Senti minha cabeça sendo molhada aos poucos por pingos de chuva, trovões apareciam a todo instante. A mulher a minha frente dizia coisas desconexas,eu não entendia nada que ela dizia,era como se ela estivesse se esquecido de como falar e dizia coisas embaralhadas.

- Que merda é essa?!- gritei assustada.

A mulher a minha frente deu um grande sorriso e logo seus olhos voltaram a cor normal. A chuva caía forte me deixando encharcada.

- Agora vai ficar tudo bem.- disse novamente com aquela voz doce.

Senti-me zonza,minha visão estava embaçada. A fraqueza me atingiu,minhas pernas fraquejaram e senti tudo escurecer ao meu redor...

Destinada A Um Vampiro ( Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora