.𝑎𝑙𝑙 𝑚𝑦 𝑠𝑒𝑐𝑟𝑒𝑡𝑠 𝑎𝑤𝑎𝑦.

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Eu ia postar só amanhã, mas fiquei ansiosa e resolvi postar hoje.

Me desculpem se acharem algum erro, fiquei com preguiça de editar ksksks espero que gostem.

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Até o Fim do Ano.

Capítulo Final

Houve um momento na minha infância, especificamente na quarta série, que todos os alunos foram questionados sobre quais eram os nossos planos para o futuro e o que estávamos dispostos a perder para tê-lo. Naquela época, é certo afirmar de que tudo que eu entendia eram sobre videogames, revistas em quadrinhos e um pedaço a mais da minha torta favorita, que meu pai sempre me dava antes de dormir - e me fazia prometer que não contaria nada a mamãe, mesmo ela já sabendo -. Então, com a inocência que somente uma criança possui, respondi tudo.

Com aquela idade eu não fazia ideia que minha resposta era arriscada e prematura, da mesma maneira que eu nem sonhava com a infinita probabilidade de coisas que tudo significava. Afinal, o que seria tudo? Eu não sabia, e nem me questionei se um dia viria a saber. Mas, alguém ali sabia, e mesmo com tantas crianças eufóricas, gritando e erguendo suas mãos para compartilhar suas ideias e sonhos infantis, Carla - minha professora da época - escolheu a minha resposta.

Por um breve momento ela me olhou, e somente hoje entendo o que aquele brilho em seus olhos queriam me dizer. Então sorriu para mim e me disse espero que não tenha que arriscar tanto, e nem que se perca no meio do caminho... Dei risada, mesmo sem entender nada, porquê na minha cabeça não havia a probabilidade de me perder.

Mas me perdi, em um momento ou outro na minha adolescência. Não me lembro exatamente quando aconteceu, ou como aconteceu. Só tenho a vasta memória de ter chego a casinha na árvore no quintal dos meus pais, era meu aniversário de dezessete anos, e eu estava abraçado aos meus próprios joelhos chorando copiosamente.

Por quê?

Bem, percebi que meus sonhos estavam distantes, e que minha vida não passava de mentiras, e que o meu coração sempre esteve quebrado e que eu sempre fui tolo para não ter notado. Estava sobrecarregado e farto de tantas vozes ocuparem minha mente e dizerem que eu era o único culpado.

De fato, sempre fui.

Deixei que as criticas invadissem todo o meu ser e recriassem quem eu era. E naquele momento não haviam razões, não haviam vergonhas, não havia família que eu pudesse culpar - por assassinato a própria personalidade, eu deveria ser condenado a prisão perpetua. Então, entre soluços e outros, me lembrei de Carla e da pergunta a qual ela havia feito para aquela classe. De imediato, também me recordei da minha resposta.

Tudo. Aqueles olhos brilhantes tinham algo a me dizer, e naquele momento entendi que era estúpido desejar perder tudo, quando não se tem nada. Mas ainda sim, aos dezessete anos fui ingênuo, e repensei antes de agir por impulso. Afinal, existe um infinito de probabilidades, e de significados, do que tudo poderia ser. E entendi o que Carla quis me dizer; eu não queria arriscar minha família, não queria arriscar a minha personalidade e nem os meus objetivos. Não queria ter que arrisca-lo. Algumas coisas para serem conquistadas requer o sacrifício de abrir mão de outras, mas isso não significa que eu deveria me perder.

E me perdi, porquê acreditei de que não seria capaz. Acreditei em todos aqueles que duvidaram de mim, quando eu deveria ter acreditado em mim mesmo... seria doloroso recuperar todos os danos, mas ao mesmo tempo que me localizei, percebi que estava disposto a enfrentar todos os medos e a ansiedade para alcançar aquilo pelo o que meu coração ansiava.

「a.té o fim do ano」+ ziam. au!shotficOnde histórias criam vida. Descubra agora