Capítulo 7: As Dores de Uma Guardiã

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Sophia

Adivinha quem esqueceu o aniversário da sogra, e saiu pra comparar um presente de última hora? Eu mesma!

Após Will e eu comprarmos um presente decente para a mãe dele, que faria aniversário em cinco dias, fomos tomar café no shopping e de lá iríamos para casa.

O festival havia sido ótimo, e acho que meus amigos se enturmam bem com o Will, eles são muito importantes para mim, passamos por tantas coisas juntos, que é como se fossemos uma família, então a opinião deles importa muito pra mim.

--- Já disse que você está linda hoje? --- Will me perguntou, segurando minha mão --- Azul com certeza é a sua cor! --- Ele riu olhando para a mecha em meu cabelo.

Olhei para ele sorrindo e sentindo o rosto esquentar. Will sabia como me deixar sem graça! Continuamos seguindo pela calçada cinzenta, numa conversa sobre a festa surpresa de Thelma, minha sogra, sobre as férias, e sobre nós também.

Estávamos perto da penúltima esquina para chegar na minha rua, quando Will parou de andar.

--- Que foi? --- Perguntei franzindo as sobrancelhas. Will apontou para a floricultura de fachada colorida ao nosso lado, para as rosas lá dentro --- Você não vai...

--- Um minuto, já volto! --- O moreno me deu um selinho e entrou na floricultura, cruzei os braços, a sacola com o presente de Thelma pendurada no cotovelo.

Olhei em volta, observando a rua. O cabo de madeira da adaga escondida na cintura cutucando a pele por baixo da blusa. Eu não andava desarmada, sob hipótese alguma, mesmo que significasse carregar uma adaga para todo lado. O anel simples brilhava em meu dedo, escondendo minha magia e também meu Selo.

Estava com a estranha sensação de que tinha algo errado, e olhei para trás e para os lados umas três vezes até Will voltar, com uma linda rosa vermelha nas mãos.

--- Ainda estou pagando minha dívida! --- Ele sorriu me entregando a rosa --- Rosas combinam com você... quantas ainda te devo? --- Perguntou bem humorado.

--- Bem... --- Comecei cheirando a rosa, um cheiro floral, puro --- Vejamos...

O barulho ensurdecedor de um escapamento me interrompeu e no segundo seguinte, senti os braços de Will me empurrarem para longe e cai de cara na calçada.

Vidro quebrou e se espalhou sobre mim, senti cheiro forte de fumaça, me sentei na calçada com a cabeça girando e vi que um carro preto estava com a parte da frente cravada na porta da floricultura e Will, meu Will, sangrava no meio das ferragens.

Lágrimas invadiram meus olhos tão rápido quanto a dor invadiu meu corpo. Senti o sangue escorrendo pela testa, e conseguia sentir os cacos de vidro sobre mim e sobre minhas mãos. O presente de Thelma e a rosa largados no chão. Me arrastei até Will, e tentei ajuda-lo, mas meu namorado estava inconsciente e sangue escorria pelo canto de sua boca.

O medo me tomou.

Não percebi quando o rapaz bonito da floricultura ligou para a ambulância, só percebi isso quando ele me afastou de Will, e garantiu que a ajuda estava chegando.

E foi nisso que me agarrei, até ouvir as sirenes da ambulância.

Minutos depois lá estava eu, largada em uma cadeira dura da recepção do o hospital no centro.

Guardiões: Eclipse De Sangue [PAUSADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora