Guardiões: Eclipse De Sangue [PAUSADO]

Capítulo 6: Consequências de um Eclipse

Herik

Segundas nunca foram meus dias preferidos na semana, e quando estamos de férias todos os dias parecem sábado, pelo menos por enquanto, quando Jasper voltar a nos treinar vou sentir falta de dias assim. Acordei com uma baita dor de cabeça e tomei um banho de água fria antes de ir tomar café.

--- Quantas horas você dormiu?

--- Quem sumiu? --- Me virei de sobrancelhas franzidas para Alex.

--- Sua mentalidade, ao que parece! --- Meu irmão riu, me entregando uma aspirina que pegou no armário --- Você está bem?

--- Com uma dor de cabeça horrível, mas cheio de fome. --- Respondi bebendo água --- Sua faculdade entrou de férias?

--- Hunrum. --- Alex foi até a geladeira e abriu --- Vai ter que me aguentar a partir de agora! --- Ele debochou, revirei os olhos.

--- Será que está muito tarde para eu ir a adoção? --- Questionei com um sorriso irônico. Percebi que tinha esquecido o relógio no quarto, meu Selo estava exposto, merda!

--- Posso dar uma olhada, mas duvido que alguém te adote. --- Ele fechou a porta da geladeira com o pé, tinha pego o presunto e o queijo, além de uma garrafa com leite --- Você viu quando o pai saiu?

--- Nem vi ele chegar ontem. --- Falei escondendo a mão no bolso da bermuda --- Dificilmente vejo ele, né.

--- Não é como se você achasse ruim. --- Alex disse pondo os alimentos na bancada --- Não faz meu estilo falar isso, mas acho que vocês deviam, pelo menos tentar, acertar as coisas entre vocês. --- Sugeriu.

--- Acertar o quê? As coisas são assim desde que me lembro. Ele me ignora, eu ignoro isso, as vezes conversamos, ele some no meu aniversário... --- Suspirei --- Isso não faz mesmo o seu estilo.

--- Você não tem culpa, sabia? --- Ele disse após alguns segundos em silêncio, franzi as sobrancelhas, ele pegava torradas no armário --- Culpa pela mamãe, entende?

--- Devia dizer isso ao nosso pai. --- Falei puxando uma cadeira para me sentar perto da bancada --- É ele quem me chama de assassino.

--- Nosso pai é doido! --- Alex coçou a barba rala --- Ele só procura alguém pra culpar, mas ninguém têm culpa, e você sabe que é a cara da mamãe, né? --- Alex deu um sorriso de canto.

Fiquei em silêncio enquanto meu irmão preparava o café da manhã. Alex e eu não costumávamos falar sobre nossa mãe, esse assunto era quase proibido na família, e eu nem sabia que precisava falar sobre isso. Era um dos poucos assuntos que me deixavam desconcertado.

--- É bom saber... --- Fiz uma pausa, procurando as palavras certas --- Saber que você não me acha culpado pela morte dela... falo sério.

Alex sorriu de leve, me entregando um sanduíche e um copo com leite. Fazia muito tempo que eu não tomava um café da manhã tão... normal, tranquilo, melhor dizendo. Deixei Alex arrumando a cozinha e fui ao meu quarto pegar o relógio, era a minha Jóia de Disfarce, então eu preciso dela pro disfarce funcionar.

Eu estava saindo do quarto, quando me aproximei da janela e vi alguém atravessando a rua em direção a portaria da prédio, eu morava no terceiro andar, então não consegui ver bem, mas tive uma sensação estranha e voltei a cozinha depressa.

--- Que foi? --- Alex franziu as sobrancelhas quando me viu.

--- O quê? --- Perguntei confuso.

--- Está branco como papel. --- Ele disse guardando os alimentos de volta a geladeira, murmurei uma resposta e fui ajudá-lo.

Quando terminamos, Alex seguiu pelo corredor e se trancou no quarto, para estudar. Liguei a televisão e me joguei no sofá. Não deu um minuto para alguém bater na porta. Por que não usar a campainha? E por que o porteiro não anunciou que tinha alguém subindo?