Primeiro desafio

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Continuamos nosso caminho para o norte sem muito entusiamos. Reflito sobre o plano traçado por todos antes da separação.

- Bem, não acho que eles estejam em Dakota do Norte. Vocês teriam visto - diz Nate pensativo olhando um mapa. - Nossa chance é Alasca. 

- Alasca ? 

- Isso. Não há lugar melhor para prender deuses, é fora da sua juridição e isso explica o hiperbóreo que vocês viram. - Fala Liz traçando o dedo pelo mapa. - Vamos passar pelo canadá, teremos que ter cuidado, não é nosso país. Vou na casa de Bóreas, meu avô. Ele pode ter alguma informação sobre o paradeiro de Perséfone e talvez saiba onde poderei achar a mamãe. 

- Então nos encontramos no Alasca, sinto que não será uma viagem fácil - Tim fala meio inseguro.

- Vamos conseguir, estamos preparados. 

Acordo das lembranças da reunião com Tim passando por um buraco bruscamente. 

- Desculpe - ele diz segurando firme o volante - essa estrada está péssima !

E realmente estava, parecia que alguém estava escavando ela aleatoriamente. Alguém ou alguma coisa. 

- Tim ! Para o  carro - Digo segurando seu braço e ele freia surpreso. 

- O que ? 

- O que você acha que pode ter feito a estrada ficar assim? - falo e ele me olha confuso.

- Um cara maluco ou ...- então seu rosto fica branco. - Hm .. talvez um ser com cabeça de dragão corpo de leão perna de bode e cauda de serpente. 

- isso foi bem específico - diz Paco se endireitando no banco. 

- Gente .. - ele fala baixinho apontando para minha janela. 

Viro e meu coração parece parar, a besta que espumava a distância nos olhava com puro ódio. 

- Quimera - Paco fala pegando suas duas facas. - Gente, muito mas muito cuidado, seu hálito é veneno e as vezes fogo e tem a cauda .. estamos ferrados. 

- Porquê ela ainda não nos atacou? - Pergunto sentindo as pernas fraquejarem. 

- Ela quer brincar um pouco, se nos mexermos, ela nos pega. - Paco fala - O que quer fazer? 

- Bem, não acho que conseguiremos ser mais rápido que veneno ou chamas. - Tim fala - no 3, sairemos do carro e nos separamos. Vamos tentar atacar de todos os lados e não levar veneno ou fogo na cara. 

- Certo - diz Paco e eu.

- Um ... dois ... TRÊS ! AGORA ! - Tim fala abrindo a porta do carro e pulando fora. 

Abro a minha e me jogo para o lado segundos antes de um jato verde e quente atingir a porta do carona. Observo o veneno corroer a porta e abrir buraco no asfalto. 

Me ponho de pé com dificuldade e corro para longe do carro a procura da besta. Fumaça começa a emanar do carro e logo ele está em chamas liberando fumaça negra. Escuto um rosnado e me viro para encarar a quimera, sua boca de dragão pingando veneno e abrindo buracos no solo, ele caminha devagar, os olhos amarelos brilhantes e as pernas de bode se movendo lentamente. 

- Gente ! - Digo tentando chamar atenção dos meninos, onde eles poderiam estar ?

A Quimera se prepara para rugir e saltar quando algo a impede: seus cascos estão presos ao chão por ramos que acabaram de brotar. Ela se esforça para se livrar e esquece momentaneamente de mim, me ponho de pé com a faca em punho e tento contorna la mas esquece da calda de serpente que mostra as presas para mim.  Antes que possa reagir a serpente é separada do seu corpo pelo golpe de uma das espadas de Tim, ela se debate no chão antes de virar poeira e a quimera rugi com raiva cuspindo veneno para todos os lados e se livrando das amarras de grama. Paco, o autor das amarras se encontra atrás do carro em chamas e após usar seus poderes parece fraco.

A quimera pressentindo isso, salta para seu lado. Com um olhar de concordância, Tim e eu avançamos em conjunto cada um por um lado. 

Estava muito quente mas tento de toda forma puxar uma brisa gelada e joga la na besta mas falho miseravelmente, me restando apenas atacar com minha faca.  Tim chama sua atenção e começa a batalhar com a cabeça de dragão que estava se preparando para um novo jorro seja de fogo ou veneno. Sem a calda de serpente a quimera está desprotegida pelas costas e sem pensar, salto com a adaga pronta e cravo no dorso de leão, o cabo esfria e utilizo disso ao meu favor, penso no gelo se espalhando para todo o corpo da besta e ela tenta se desvencilhar de mim, Tim pula para longe dos jatos de veneno e fogo que ela lança e Paco se esconde atrás do carro ainda em chamas. 

Tento me manter firme e me concentro de olhos fechados, os movimentos da besta vão ficando mais lento até que finalmente param e me vejo em cima da estátua de gelo mais estranha dos estados unidos. 

Desço e caio sentada no chão, sinto o gosto de sangue na boca após ter mordido minha língua com os solavancos da besta, Paco e Tim se reúnem a mim para apreciar nosso trabalho. Nossa atenção é desviada quando o capô do carro explode.

- Meu padrasto vai me matar - Tim fala fazendo uma careta. 

  

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