dezessete

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Cassie

Eu sempre amei sentir o vento no meu rosto, a sensação trazia vida e em conjunto com o cheiro de praia que nunca soube realmente identificar, era melhor ainda. Alguns fios loiros de tons diferentes voavam para o meu rosto, os retirava cantarolando a música ritmada que tocava no carro que Henry pegou emprestado de seu pai, uma caminhonete azul claro de pintura lascada.

Saímos cedo para aproveitar o dia ao máximo, já que — finalmente — depois de certa insistência, meus pais haviam me deixado ir à praia com Henry. Como combinado, iríamos encontrar Amanda e Austin na casa de praia. Abrimos as janelas quando o tom amarelado e avermelhado do céu se tornou bonito demais para ser ignorado. Agora o céu já estava mais claro e com o sol mais alto, mas não fechamos as mesmas, deixando o vento empoeirado entrar.

— Eu adoro essa música, mas você cantando não é a melhor perfomance. — Encarei Henry ultrajada por reclamar da minha voz cantando, a dele a minutos atrás poderia até quebrar os vidros do carro.

— Ah, e o senhor canta muito bem, não é?  — Ele tirou a atenção da estrada por alguns segundos, o olhar direcionado para mim com um sorriso bobo nos lábios.

— Eu tô feliz que a gente tá podendo viver isso juntos. Sabe... só nós dois, indo para a praia... — Me derretia todas as vezes que ela falava algo do tipo, sorri para o loiro ao meu lado, a camisa branca leve e a bermuda azul combinavam de algum jeito o deixando mais bonito, não que algo pudesse ficar feio nele.

— E eu adoro quando você fala essas coisas...

— Você gosta é de ser mimada. — Disse brincalhão, me lançando um outro sorriso.

— E você faz isso muito bem. — Comentei esperando por sua reação. Henry se virou para mim com o cenho franzido e a boca levemente aberta em um pequeno choque. Explodi em risadas com sua face que logo se tornou levemente emburrada.

🌼🌼🌼

Deslumbrada.

Era a única palavra que poderia descrever como eu estava ao ver a casa da família de Austin. O lugar não poderia ser chamado de mansão já que tinha apenas quatro quartos mas tinha uma beleza rústica indescritível, a porta de madeira alta — como toda a casa —, o pé direito da entrada era gigante mas diminuía aos fundos.

Logo que entramos, Austin e Amanda nos receberam com sanduíches e suco de laranja que haviam feito minutos antes. Comemos todos tão rápido que mal deu tempo de conversarmos, de tamanha que era a fome.

— Bom, vamos para a praia agora. — Amanda foi a primeira a se pronunciar, levantou do sofá cinza me puxando para subirmos e botarmos nossos biquínis.

— Não pode ir para o mar depois de comer! — Austin gritou quase que instantaneamente.

— Isso é mentira. — Amanda respondeu revirando os olhos para o seu quase-namorado. Trombei meu olhar com o de Henry, nós dois segurávamos a risada com a briga sem sentido que se desenrolou bem a nossa frente.

Menos de uma hora depois estávamos na praia, literalmente na frente da casa, que tinha vista do mar azulado. Eu e a morena ao meu lado estávamos tomando um pouco de sol enquanto os meninos buscavam churros em uma barraquinha que Austin dizia existir por perto. A praia estava praticamente deserta apesar da época de férias, Amanda havia me dito que nunca tinha muito movimento já que a praia era privada. E isso era o quanto Austin tinha dinheiro, uma casa gigante em uma praia privada!

— Ei, chegamos com a comida. — Austin se pronunciou trazendo dois churros nas mãos.

— Meu salvador. — Dramatizou Amanda fazendo o moreno bufar.

— Melhor vocês comerem mesmo, porque o carrinho que o Austin falou que era logo ali, é do outro lado da praia. — Soltou Henry frustrado.

— Tadinho... teve que andar. — Debochei fazendo o garoto de olhos verdes franzir o cenho e sem eu esperar ele mordeu meu churros, o comendo pelo metade.

— Ah não Henry, você tem o seu.

— Não é uma questão de ter o meu, é vingança. — Bufei e comi o resto do churros, no fim implorei e comi metade do dele também, Henry não conseguia me dizer não quando eu pedia algo espalhando beijos por seu rosto, e depois que descobri isso, estava aproveitando.

Depois de algum tempo apenas conversando na beira da praia, decidimos entrar no mar. Henry tirou o óculos de sol e em seguida se levantou, a camiseta branca foi puxada exibindo seu tronco e revelando um lindo pseudo tanquinho. Apenas desviei o olhar para não parecer uma louca o encarando. Fomos nos aproximando da água, meus pés chutando um pouco de areia pelo caminho. Quando enfim a água salgada tocou nossa pele, estremeci, estava frio demais.

— Henry, eu não vou entrar. — murmurei dando alguns passou para trás, segura do  que parecia gelo derretido e recebi um olhar confuso de resposta.

— Tá muito fria.

— Ah não Cassie. Depois que entra fica melhor, vamos. — Ele disse pidão com um beicinho fofo nos lábios.

— Mas para ficar "melhor" eu teria que entrar. Não vai rolar Henr... — Minha fala foi substituída por um grito fino que me escapou da garganta, Henry havia me pegado no colo e começou a correr comigo para dentro do mar.

A água gelada foi tocando minha pele e entre reclamações minhas e risadas do loiro, acabamos em uma guerrinha de água e mais risadas. Depois de nos acalmarmos ficamos tranquilos ao lado um do outro.

— Agora me fala, não ficou bom depois que a gente entrou? — Henry me provocou cutucando minha cintura.

— Não... — Fiz um beicinho e menti, não daria o braço a torcer.

— Ah Cass, eu sei que você tá mentindo. Você sempre estrala os dedos quando mente. — Abri a boca e o encarei, então desci o olhar e vi que realmente, eu estava estralando os dedos da mão.

— Como você sabe? Eu nunca menti para você! — Exclamei nervosa.

— Já sim, tanto que ainda está estralando os dedos. — Retrucou rindo.

— Quando então? — Protestei cruzando os braços.

— Vamos ver... teve a vez que você disse que não respondeu minhas mensagens porque tava estudando, mas aposto que tava vendo série.... Outra vez você também disse que gostou da minha combinação de bermuda listrada com blusa também listrada... quer que eu continue?

— Não precisa, seu chato. — Reclamei fazendo outro biquinho por Henry me conhecer tão bem. Era fofo como ele reparava nos mínimos detalhes, mas me deixava um pouco nervosa com todos esses novos sentimentos que ele me proporcionava e toda a atenção boa que recebia dele.

Fui tirada do meu pequeno transe com o dono dos meus últimos pensamentos me abraçando pela cintura, o sorriso branco e grande sempre presente, e então ele me beijou e mesmo já estando acostumada eu sempre me derretia nos seus braços.

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Apareciiii, e desculpa pela demora gente.

Mas relaxem que eu só tenho mais duas semanas de aula e aí consigo voltar a postar certinho, só que nessas duas semanas eu tenho prova todos os dias então não sei bem como vai ser. Qualquer coisa vou avisando vocês.

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