Capítulo 10

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Pov Sabina

Depois que eu e Joalin tomamos café da manhã, fomos começar os ensaios, faltava mais 3 músicas, eu espero que isso der certo, mas eu tenho uma leve impressão que vai dá merda, porque as coisas comigo nunca saem como eu planejo, algo errado sempre tem que acontecer.

Coloquei a música no YouTube, Joalin já estava posicionada esperando meus comandos, fiquei encarando ela enquanto andava, e nem ao menos percebi o sofá parado na minha frente, e o pior foi que eu bati exatamente na ponta dele pegando em cheio exatamente no abençoado.

— Acho que isso doeu. – Ouvi a voz de Joalin e a risada, mas eu não tive mais tempo para raciocinar nada, minha atenção estava toda voltada para aquela dor insuportável.

— Por que toda pancada nessa porra dói tanto? – Falei me jogando deitada no sofá segurando Joberson para ver se amenizava a dor, Joalin riu alto e saiu do meu campo de visão, logo voltou com uma bolsa de gelo.

— Você também é burra em Sabina? – Ela me entregou a bolsa e eu coloquei em cima das minhas partes íntimas.

— Eu não tenho culpa se o sofá tava parado exatamente onde eu ia passar.

— E ele devia da licença pra você passar? Vamos logo ensaiar essas músicas, para de ser dramática.

— Fala isso porque não é com você.

— Quando eu era pequena estava jogando bola com as meninas na escola, uma me deu um chute bem ai, e eu não podia ao menos gritar de dor, porque ninguém sabia que eu tinha um amiguinho.

— Meu Deus, que dor horrível. – Falei sentindo a dor por ela.

— Acontece, agora levanta, vamos ensaiar.

— Você tá mais animada que eu.

Fui guardar a bolsa de gelo e logo começamos o ensaio, Joalin era ótima na dança, e conseguia pegar os passos muito rápidos, quando tínhamos ensaiando a primeira música algumas vezes, resolvi ligar pra Bailey mandar deixar nosso almoço.

Assim que íamos voltar a ensaiar, a campainha tocou.

— Vai atender, vou tomar água. – Joalin falou e foi pra cozinha.

Quando abri a porta, dei um sorriso ao dar de cara com meu pai.

— Pai... Digo, senhor Matt, o que faz aqui? – Falei com um sorriso amarelo.

— Corta essa Sabina, Bailey já me falou. – Meu pai falou e eu troquei o peso do corpo pro outro pé em sinal de nervoso.

— E o senhor acreditou?

— Não, por isso eu vim conferir com meus próprios olhos.

— Quem era Sabina? – Ouvi a voz de Joalin e olhei para ela, no mesmo momento que meu pai.

— Uau, o que ela faz aqui? – Papai falou revezando o olhar entre nós duas.

— Entre pai, é uma longa história. – Falei e fechei a porta.

— É seu pai? Ele sabe? – Joalin falou me encarando e eu apenas balancei a cabeça em sinal positivo.

— Meu Deus, que loucura. – Meu pai falou e começou a rir.

— Joalin, esse é meu pai, senhor Matt May Hidalgo, essa é Joalin Loukamaa no meu corpo pai. – Falei e meu pai riu mais ainda.

— Graças a Deus que eu vivi pra ver isso. Do ódio a uma compartilhação de corpos, o mundo da realmente muitas voltas.

— Muito engraçado senhor Matt. A Joalin vai fazer os shows da turnê, estamos ensaiando as músicas.

— Não brinca? Isso vai dá certo? Caramba Sabina, você ainda odiava essa menina.

— Eu tinha motivos e o senhor sabe.

— Tinha mesmo, só porque ela reagia a seus clipes, e não gosta do seu namorado, que eu concordo plenamente com ela.

— Tá vendo Sabina? Bate aí senhor Matt. – Joalin falou e fez um cumprimento de toque de mãos com meu pai.

— Aproveita que está no corpo da minha filha, e acaba com esse relacionamento. – Meu pai falou e piscou o olho pra Joalin.

— Papai! Acho bom o senhor começar a gostar do Pepe, ele me pediu em casamento e a Joalin aceitou.

— Que? Filha você vai cancelar esse casamento quando isso acabar não vai? Sabina eu não vou te levar pra um altar e te entregar a aquele idiota.

— Eu gosto dele, e o senhor sabe exatamente o que está em jogo.

— Está em jogo seu futuro filha, você não vai ser feliz se casando por pura pressão de uma empresa tóxica.

— Pai a gente precisa voltar a ensaiar. – Falei querendo cortar aquele assunto.

— Eu viajo com a Joalin amanhã?

— Vou dar um jeito de ir também. – Papai veio a meu encontro e me deu um abraço, isso mal tinha começado e eu já estava exausta, como vou aguentar um mês inteiro nessa loucura?

Ele deu um abraço em Joalin e foi embora.

— Vamos continuar?

— Eu tô com fome, podemos esperar o almoço e ensaiar depois? – Joalin falou e se sentou no sofá.

— Desculpa por você ter presenciado essa discussão com meu pai, ele não se agrada muito do meu relacionamento.

— Nem mesmo você se agrada Sabina, tem algum motivo pra você está nesse relacionamento, e não é apenas por causa da sua carreira, eu vou descobrir o que é.

— Eu gosto dele. – Falei e meus olhos encheram de lágrimas.

A campainha tocou novamente, dessa vez era nosso almoço, Joalin foi atender a porta e levou a comida para a cozinha, eu fiquei sentada no sofá ainda pensando na conversa com meu pai, e na conversa com Joalin.

— Ei venha almoçar. – Ela gritou da cozinha, passei as mãos secando meus olhos e fui para a cozinha, eu não estava com tanta fome, comi muito pouco.

Durante o resto da tarde eu fiquei mais calada, falava apenas o necessário. Até que demos os ensaios por encerrado, amanhã começava a turnê, eram quatro shows, Joalin foi para meu apartamento, e eu fiquei sozinha com meus pensamentos bombardeando minha cabeça novamente.

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Eu não posso ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora