Capítulo 27

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Pov Sabina

No dia seguinte levantei bem cedo e fui fazer o maldito exame, pediram pra eu passar no fim da tarde para pegar o resultado, eu tentava manter a calma, Joalin não acreditava no 1% e ele pode ter me engravidado, agora eu tenho que acreditar no 1% que o teste de farmácia vai dá errado. Tem que dá errado, ou certo.

— MEU DEUS DO CÉU EU TO GRÁVIDA DE JOALIN. – Eu gritei dentro do carro e comecei a rir, tava parada no sinal esperando abrir. — Será que você vai parecer com ela filho? Olhos clarinhos, loiro, será que você é menino ou menina? – Alisei minha barriga e sorri. — Espero que sua mãe não fique muito brava com a gente.

Fui trabalhar, hoje era dia de selecionar as últimas músicas para o álbum, quando cheguei que entrei na minha sala Krystian apareceu.

— Oi meu potinho de amor, como amanheceu hoje? – Eu tava deitada no sofá e Krystian veio beijar minha barriga. — Já estava com saudade de você. – Ele falou e alisou minha barriga.

— Quanto carinho, tô bem Krystian fui fazer o exame.

— Eu não tô falando com você Sabina, mas você tá bem né? Sabina vai me deixar ser o padrinho dele? Será que vai ser um menino ou uma menina? Aí eu hoje vou sair pra comprar alguns presentes pra meu afilhado, né titio? – Ele começou a beijar minha barriga novamente e eu fiz uma careta.

— Krystian pare de exagero, você não falou pro Bailey né?

— Não vi ele ainda, mas não se preocupe, não vou falar, e você já falou com Joalin?

— Não, ela não entrou em contato comigo, faz alguns dias que ela não fala comigo aliás.

— Quer que eu vá com você receber o exame?

— Não precisa krys, eu tô bem, na verdade tô até curtindo um pouco a ideia, eu sempre quis ser mãe, então não vou me desesperar quando meu sonho se realizou né? Só fiquei um pouco surpresa, porque eu não esperava isso agora.

— Sabina um filho seu com Joalin, já parou pra pensar na perfeição que vai ser essa criança? Deus amado, vai nascer a própria perfeição, será que vai puxar a você? Ou a ela? Um menino loirinho de olhos azuis, ou quem sabe uma menina morena com o cabelo solto preto e os olhos azuis? Jesus, olhe Sabina, nada contra seus olhos, mas eu exijo que os olhos sejam os de Joalin.

— Krystian você já parou pra pensar na mídia? Se essa criança nascer a cara de Joalin o movimento que vai dá nas mídias? Nem confirmação que Joalin é intersexual eles tem, e muito menos que eu e ela tivemos algo.

— Aí Sabina, você se preocupa muito com mídia, que se foda a mídia.

— É meu emprego e o seu que estava em jogo, porque pelo que eu saiba você trabalha pra mim.

— Eu trabalho até de ajudante de pedreiro, mas quero sua felicidade.

— Você ajudante de pedreiro Krystian? – Falei e comecei a rir.

— Eu não disse em que vou ajudar eles. – Ele falou e eu parei de rir.

— Krystian sua vadia, você é meu cunhado, já tá querendo trair meu irmão? – Dei um tapa no braço dele e Krystian riu.

— Aí Sabina, isso dói sua piranha. 

O dia se passou em uma velocidade mínima, quando enfim chegou o fim da tarde eu sai quase voando para o hospital para receber o resultado do exame, eu achei que tava preparada pra receber, mas quando abri que vi o nome "Positivo" eu comecei a chorar novamente, me sentei em uma cadeira do hospital e tentei me recuperar para poder sair dirigindo.

Respirei fundo entrei no carro, sai em direção a casa de Joalin, assim que ela abriu a porta eu a abracei e comecei a chorar.

— Sabina o que foi? – Joalin falou alisando minhas costas, eu segurei a barra da camisa dela com força, minhas lágrimas estavam molhando o ombro dela. Joalin me puxou para dentro e fechou a porta me guiando até o sofá. Eu me afastei dela, que secou meus dois olhos e me olhou profundamente. Foi quando meu olhar caiu para a lateral e eu vi uma mala encostada na parede.

— Vai viajar? – Falei e vi Joalin engolir em seco.

— Eu ia até seu apartamento falar com você.

— Você vai pra onde?

— Ganhei uma bolsa de estudo nos EUA, vou estudar sobre edição de vídeos, computação, aprofundar meus conhecimentos na área que eu trabalho.

— Você vai morar lá? – Falei e já senti duas lágrimas fugir dos meus olhos novamente.

— É só um ano.

— Entendi, eu vou pra casa. – Falei e passei minha mão secando meus olhos.

— Eu não vou deixar você sair daqui assim Sabina, por que você tá chorando?

— Não é nada Joalin, só drama meu, estou cansada de tanto trabalho, só isso. – Peguei minha bolsa e me levantei.

— Sabina espera... Posso te dar um beijo? Não sei quando vou te ver, acho que é nossa despedida por enquanto.

— Não, eu preciso ir Joalin, boa viajem. – Sai quase correndo do apartamento dela. Eu nem ao menos cogitei a possibilidade de falar pra ela sobre a gravidez, não era justo eu estragar o futuro de Joalin por um erro meu.

Eu vou dá um jeito, eu sempre dou. Fui o caminho inteiro pensando no que eu poderia fazer, eu tinha a opção de ter essa criança sozinha, e eu tinha a opção de riscar Joalin da vida dela. Meu pai era meio loiro, tinha os olhos claros, se a criança nascer parecida com Joalin eu posso dizer que puxou a meu pai. Acabei chegando a uma conclusão, peguei meu celular e enviei uma mensagem.

Sabina: Pepe podemos conversar?

Oi oi oi

(.) (.)

Eu não posso ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora