CAPÍTULO 4 - CHARLIE

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Após um café reforçado de macarrão instantâneo, encaro meu vestido vermelho comprido estirado na cama, no estilo rendado em cima e folgado da cintura pra baixo, de seda, enquanto assopro o café quente na xícara de porcelana branca.

Depois de bastante admirar, e terminar meu café, saio para trocar de roupa e ir trabalhar.

Será hoje o jantar, conferi tudo antes de dormir para ver se está tudo sem falhas.

Ontem realmente foi uma ótima tarde. Não sei o porquê Dylan parece, e se mostra, bem confiável.

Ainda bem.

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Chego um pouco tarde no trabalho por conta do trânsito, como sempre. Ao sair do elevador, Dylan está apoiado em sua bancada com os cotovelos segurando seu peso, olhando para o caderno com uma perna apoiando e outra pendurada. O cabelo está amarrado em um rabo de cavalo. Daqui consigo ver uns fios rebeldes, inclusive um bem no meio da testa, dando uma impressão ótima de perigo.

Ao ver-me, pega o caderno e vêm em minha direção.

- Charlie! - Sinto olhares dos outros, por meu primeiro nome sair da boca de Dylan. - O dono do salão do jantar de hoje ligou dizendo que aumentará o valor por conta do tempo.

Era só o que me faltava!

- Ligue para ele agora! E passe para minha linha, assim que ele atender! - Respondo, sem parar de andar e entro em minha sala.

Sento na cadeira e empurro-a para mais perto do telefone.

Ainda bem que hoje ninguém me perturbou na entrada.

O telefone toca e atendo, trocando umas poucas e boas palavras com esse aproveitador.

Comigo não rola não.

A conversa não durou dez minutos e saí vitoriosa. Talvez, se a conversa perdurasse, talvez até conseguiria diminuir o valor anterior.

A ansiedade e preocupação é tanta que o dia parece passar corrido como numa corrida de atletismo. Apenas Dylan entrou em minha sala, duas vezes falando apenas coisas que deveriam ser resolvidas de imediato.

Ele é realmente útil. Tem uma noção muito boa de tudo e passa uma confiança admirável.

Pelo jeito que sorri e olha constantemente para as mãos, percebo, que por trás de toda aquela seriedade e profissionalismo, ele é tímido e evita muito contato.

Mordo o lábio inferior suavemente e me repreendo em seguida.

Olho para o relógio, são quatro e vinte. Todos sabiam do jantar e boa parte iria para organizar alguma coisa também. Levanto-me, pego minha bolsa e saio lembrando de como foi bom ter mudado o dia da reunião.

- Dylan! - Digo, fazendo-o me olhar de imediato. - Quando terminar já pode ir se trocar para o jantar. Quero-o lá às seis! - Saio sem nem esperar confirmação ou nada a mais.

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As cinco e cinquenta, estou na porta do salão, que já está lotado, olhando a movimentação e ordenando a uns empregados a mudanças de algumas coisas.

Um Audi prata estaciona bem em frente a portaria. de dentro dele saí uma senhora de meia idade muito bem arrumada que se aproxima de mim com o sorriso caloroso de sempre.

- Minha querida, pedi pra você organizar, mas eu quero ver você curtindo a festa também. - fala Tia Clarysse, enquanto me dar um abraço apertado e acolhedor.

Tons de Rubro (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora