Ah! Que fome!
Não comi quase nada no jantar de ontem e pra piorar, cheguei tão cansada que só caí na cama e dormi o resto da noite.
Ainda bem que não bebi muito, no caso, ainda bem que o Dylan não me deixou beber muito. Provavelmente acordaria com uma enxaqueca horrível!
Vou à geladeira e preparo um sanduiche com queijo, presunto, ovo, tomates e tudo que tenho direito. Olho para o relógio da parede e quase engasgo ao ver que era seis e meia. Corro para o quarto, depois de enfiar resto do pão na boca e limpar os beiços melados de maionese. Amarro o cabelo num rabo de cavalo e coloco um vestido apertado até os joelhos, saltos, mesmo incomodando, e corro para o carro.
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Dentro do elevador, olho para o relógio, são sete e dez.
Droga de trânsito!
Agora estou irritada.
Assim que a porta de metal se abre, ando firme pelo corredor até minha sala, sem nem mesmo olhar para Dylan. Sento na cadeira dos clientes mesmo e jogo minha bolsa no sofá de couro em frente da mesa.
— Charlie? – Dylan chama na porta.
Até pensei em pedir para ele vim depois, mas Dylan não vem falar comigo sem ser com urgência.
— Entre! — Respondo, enquanto levanto para ir a minha cadeira, mas paro ao vê-lo entrar.
Qualquer raiva, irritação ou desconforto deixou de existir na hora!
Está com o cabelo cortado no estilo Chanel de médio para curto, repicado, com movimento e volume.
Está lindo!
Faz seu rosto ficar ainda mais masculino por mostrar a definições do seu maxilar. E aparentar ser ainda mais corpulento.
Me perco em seu rosto e esqueço de que está falando.
— Charlie? Está se sentindo bem? – Pergunta, olhando em meus olhos. – Está vermelha! Adoeceu? – Aproxima-se e coloca a palma da mão em minha testa.
Meu coração bate forte, meus olhos arregalaram e todo meu corpo esquenta. Dou um passo para trás.
— N-não! Estou bem! – Respondo, me recompondo erguendo a cabeça. – Do que estava falando?
Olha-me desconfiado por cima dos óculos e depois sobe-os pelo meio da armação.
— Terá um desfile.. E querem que você faça a produção. - Resume.
— Ótimo! Ligue aceitando.
— Mas... Será para semana que vêm..
— O quê? – Enrugo a testa, colocando as mãos na cintura.
— Poisé... Falei que era muito em cima e eles.. Triplicaram o valor. - Fala calmamente, quase parando.
As mãos antes em minha cintura saem e se aliviam, assim que ele mostra o papel que segura escrito o quantidade que ganharíamos. Dou um sorriso ganancioso.
— Ligue aceitando. Fale para todos que quero as melhores cores, tecidos e lugares para me mostrarem, assim como fizemos para Fizzle. Que todos façam uma lista e deixem com você. Após, pode me entregar... Todos juntos. – Sinto meu nariz e queixo levantarem mais, um olhar confiante nos seus olhos.
— Sim! Farei isso agora! – Confirma satisfeito, saindo da sala.
— E, Dylan!
Volta-se para mim. Dou uns passos em sua direção e levanto minha mão esquerda aos seus cabelos, balançando e afagando-os.
— Gostei de seu cabelo assim. – Sorrio, tentando tirar os dedos dos seus fios sedosos.
Seu rosto está vermelho, com os lábios meio abertos, expressão surpresa e agora com os cabelos bagunçados.
- O-obrigado... – Murmura, arrumando os óculos – C-com licença...
Se retira ainda enrubescido.
Mordo meu lábio inferior e serro os punhos, até minhas unhas machucaram-me.
Recomponha-se!
O que está havendo?
Pareço queimar. Não... Ele me faz queimar!
Mordo minha unha enquanto suspiro e conto até três.
Vamos voltar ao trabalho!
A tarde passou e fui à reunião. Foi cansativo, mas preciosa, fiz uma parceria com uma firma de garçons e alimentos.
Fiquei satisfeita.
Dylan estava sempre ao meu lado, escrevendo as coisas mais importantes que cada um falava. Umas duas vezes veio até meu ouvido e me aconselhou a fazer o que achava melhor quando via que eu estava em dúvida, mas o arrepio que me dava, fazia-me apenas concordar com ele e segui-lo. Eu confio nele. Se ele fala que é o melhor, provavelmente é o melhor.
Depois da reunião, passamos em uns lugares de eventos, pesquisamos possíveis lugares e escolhemos um que combinou perfeito para a ocasião, além de ter sido um preço ótimo. Combinamos com o dono do lugar e marcamos para semana que vem.
Foi tão cansativo que apenas me despedi e fui para casa. Como sempre Dylan se mostrou perspicaz, útil, agradável e ainda se preocupa comigo. Perguntou-me uma dúzia de vezes se eu estava bem. Quase falava que o motivo de estar nervosa, apreensiva e distraída era por causa dele! Que junto com sua voz me fazia ter arrepios, fantasias e incêndios internos.
Ele...
Espera...
Porque é ele?

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Tons de Rubro (Concluído)
Roman d'amourEle é tímido e solitário, mas confiável e responsável. Ela é autoritária e firme, mas chamativa e poderosa. Ele: Um secretário brilhante. Ela: Dona de uma grande empresa de produções. Ele: Precisa de um emprego. Ela: Precisa de alguém urgentemente...