CAPÍTULO 6 - CHARLIE

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Ah! Que fome!

Não comi quase nada no jantar de ontem e pra piorar, cheguei tão cansada que só caí na cama e dormi o resto da noite.

Ainda bem que não bebi muito, no caso, ainda bem que o Dylan não me deixou beber muito. Provavelmente acordaria com uma enxaqueca horrível!

Vou à geladeira e preparo um sanduiche com queijo, presunto, ovo, tomates e tudo que tenho direito. Olho para o relógio da parede e quase engasgo ao ver que era seis e meia. Corro para o quarto, depois de enfiar resto do pão na boca e limpar os beiços melados de maionese. Amarro o cabelo num rabo de cavalo e coloco um vestido apertado até os joelhos, saltos, mesmo incomodando, e corro para o carro.

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Dentro do elevador, olho para o relógio, são sete e dez.

Droga de trânsito!

Agora estou irritada.

Assim que a porta de metal se abre, ando firme pelo corredor até minha sala, sem nem mesmo olhar para Dylan. Sento na cadeira dos clientes mesmo e jogo minha bolsa no sofá de couro em frente da mesa.

— Charlie? – Dylan chama na porta.

Até pensei em pedir para ele vim depois, mas Dylan não vem falar comigo sem ser com urgência.

— Entre! — Respondo, enquanto levanto para ir a minha cadeira, mas paro ao vê-lo entrar.

Qualquer raiva, irritação ou desconforto deixou de existir na hora!

Está com o cabelo cortado no estilo Chanel de médio para curto, repicado, com movimento e volume.

Está lindo!

Faz seu rosto ficar ainda mais masculino por mostrar a definições do seu maxilar. E aparentar ser ainda mais corpulento.

Me perco em seu rosto e esqueço de que está falando.

— Charlie? Está se sentindo bem? – Pergunta, olhando em meus olhos. – Está vermelha! Adoeceu? – Aproxima-se e coloca a palma da mão em minha testa.

Meu coração bate forte, meus olhos arregalaram e todo meu corpo esquenta. Dou um passo para trás.

— N-não! Estou bem! – Respondo, me recompondo erguendo a cabeça. – Do que estava falando?

Olha-me desconfiado por cima dos óculos e depois sobe-os pelo meio da armação.

— Terá um desfile.. E querem que você faça a produção. - Resume.

— Ótimo! Ligue aceitando.

— Mas... Será para semana que vêm..

— O quê? – Enrugo a testa, colocando as mãos na cintura.

— Poisé... Falei que era muito em cima e eles.. Triplicaram o valor. - Fala calmamente, quase parando.

As mãos antes em minha cintura saem e se aliviam, assim que ele mostra o papel que segura escrito o quantidade que ganharíamos. Dou um sorriso ganancioso.

— Ligue aceitando. Fale para todos que quero as melhores cores, tecidos e lugares para me mostrarem, assim como fizemos para Fizzle. Que todos façam uma lista e deixem com você. Após, pode me entregar... Todos juntos. – Sinto meu nariz e queixo levantarem mais, um olhar confiante nos seus olhos.

— Sim! Farei isso agora! – Confirma satisfeito, saindo da sala.

— E, Dylan!

Volta-se para mim. Dou uns passos em sua direção e levanto minha mão esquerda aos seus cabelos, balançando e afagando-os.

— Gostei de seu cabelo assim. – Sorrio, tentando tirar os dedos dos seus fios sedosos.

Seu rosto está vermelho, com os lábios meio abertos, expressão surpresa e agora com os cabelos bagunçados.

- O-obrigado... – Murmura, arrumando os óculos – C-com licença...

Se retira ainda enrubescido.

Mordo meu lábio inferior e serro os punhos, até minhas unhas machucaram-me.

Recomponha-se!

O que está havendo?

Pareço queimar. Não... Ele me faz queimar!

Mordo minha unha enquanto suspiro e conto até três.

Vamos voltar ao trabalho!

A tarde passou e fui à reunião. Foi cansativo, mas preciosa, fiz uma parceria com uma firma de garçons e alimentos.

Fiquei satisfeita.

Dylan estava sempre ao meu lado, escrevendo as coisas mais importantes que cada um falava. Umas duas vezes veio até meu ouvido e me aconselhou a fazer o que achava melhor quando via que eu estava em dúvida, mas o arrepio que me dava, fazia-me apenas concordar com ele e segui-lo. Eu confio nele. Se ele fala que é o melhor, provavelmente é o melhor.

Depois da reunião, passamos em uns lugares de eventos, pesquisamos possíveis lugares e escolhemos um que combinou perfeito para a ocasião, além de ter sido um preço ótimo. Combinamos com o dono do lugar e marcamos para semana que vem.

Foi tão cansativo que apenas me despedi e fui para casa. Como sempre Dylan se mostrou perspicaz, útil, agradável e ainda se preocupa comigo. Perguntou-me uma dúzia de vezes se eu estava bem. Quase falava que o motivo de estar nervosa, apreensiva e distraída era por causa dele! Que junto com sua voz me fazia ter arrepios, fantasias e incêndios internos.

Ele...

Espera...

Porque é ele?

Tons de Rubro (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora