Minha cabeça dói e meus pensamentos estão a mil, de medo, desespero e devaneio.
É difícil ver Dylan tomar iniciativa, mas esse abraço... Ah... Esse abraço! Estava pedindo por ele em meus pensamentos. Talvez tenha ouvido-me. Odeio situações como essa. Odeio chorar na frente dos outros. Tive que juntar todas as minhas forças para não fazê-lo e preocupa-lo... Meio que inútil. Ele é preocupado por natureza, principalmente quando é algo em relação a mim.
Descemos do prédio. Pego minha chave e aviso-lhe que irá comigo no Logan 2018, preto estacionado à frente. Jogo minha bolsa no banco de trás e dirijo, sem ligar o som ou abrir as janelas, apenas ar-condicionado, seu perfume pelo carro e o silêncio, que não durou cinco minutos. Dylan balança as pernas freneticamente e aperta as mãos, com os dedos cruzados, enquanto olha para fora da janela sério.
Quer me falar algo, com certeza.
Suspiro.
- Se não me falar logo o que quer, vai acabar com tendinite nas pernas. - Brinco, sem tirar o olhar da estrada.
Ele para de balançar e me olha.
- Quem é esse tal de Állan? - Pegunta com prudência.
Arfo.
- Como havia lhe falado antes, ele é filho de um amigo de meu pai. Nos conhecemos desde os meus 12 anos...
- E o que houve com vocês?
Bato as pontas dos dedos no volante.
- Quando saímos da universidade, seu pai morreu e todos ficamos muito tristes... Meu tio era um homem realmente muito bondoso. - A lembrança faz meus olhos marejar. Suspiro, enquanto sinto-o me observar. - Ele se afastou de todo mundo. Levou as coisas de seu pai e sumiu... Nunca pensei que poderia voltar e querer tirar minhas coisas assim, sem pé nem cabeça. - Aperto o volante, irando-me. - Nunca foi um cara realmente bom. Sempre ganancioso, rude e egocêntrico, mas as pessoas mudam quando perdem as outras... Pensei que seria igual, dessa vez...
Após uns setes segundos, Dylan rosna, voltando o olhar para a janela:
- Filho da puta!
Sua tentativa frustrada de conter a raiva e o palavrão, faz-me gargalhar, como nunca mais tinha feito. Ele enrubesce e ajeita os óculos no meio das lentes.
- Desculpe... Não conseguir conter.
Estico meu braço, alcanço seu pescoço, puxo-o e taco-lhe um beijo suave. Volto à dirigir, como se não tivesse o feito, deixando Dylan vermelho como uma acerola.
Chegamos logo em seguida à nosso destino. O salão era arrumado, mas pequeno. Rodamos por mais umas duas horas e não encontramos nada que combinasse com nossos quesitos.
Sinto fome e olho o relógio. É dose e vinte.
- Vamos almoçar. - Digo, passando direto por ele, que enfia, em seguida, dentro da bolsa, sua agenda com os nomes de outros salões e segue-me.
Andamos pouco e logo encontramos um restaurante pequeno. Estou com fome, não é hora de avaliar local de onde irei comer. Mas parece ser um lugar arrumado e convidativo.
Entramos em uma pequena fila, com umas quatro pessoas em nossa frente. Procuro dentro de minha bolsa, minha carteira para adiantar, averiguando se realmente está lá.
- Dym?! - Ouço uma voz masculina vindo detrás de mim, onde Dylan está, e olho pelo canto dos olhos.
- Rick? - Dylan brada surpreso.
- É você mesmo! - O homem bonito, alto e musculoso, que falara, abraça Dylan, enlaçando-o pelos ombros e balança-o. - A quanto tempo não te vejo?!
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Tons de Rubro (Concluído)
RomanceEle é tímido e solitário, mas confiável e responsável. Ela é autoritária e firme, mas chamativa e poderosa. Ele: Um secretário brilhante. Ela: Dona de uma grande empresa de produções. Ele: Precisa de um emprego. Ela: Precisa de alguém urgentemente...