Capítulo 46

2.2K 270 11
                                    

Acordo e tomo um banho rápido. Me arrumo e sigo para o carro conferindo se estou com tudo. Passo pela recepção e a moça sorri. Ela meio que já entendeu que Aigon é meu ... Bem... Não sei o que somos. Ficantes? Caminho para o carro e destravo a porta. Entro e ligo.

Dirijo para perto do hospital e estaciono. Disco o número de Luke.

- Oi Kate... - a voz dele soa cansada.

- Já cheguei. Pode ir descansar. - digo e desligo.  Fico observando o hospital na esperança que ele saia e vá para casa. A tarde segue tranquila e começo a jogar um joguinho no celular. Vez ou outra observo o hospital. Assim que a tarde cai uma atitude estranha me pega de surpresa. Ele sai com uma moça e eles conversam animadamente. Meu coração acelera. "É ele!" Suspiro. Claro! Pode ser apenas um encontro e eu acabar interrompendo, mas tenho que pensar no pior.

Ele leva a moça para dentro do seu carro e seguem em direção a casa dele. Ligo o carro e sigo o seu automóvel garantindo uma distância razoável. Não quero ser notada. Depois de um tempo ele estaciona m casa e sai do carro girando e abrindo a porta para a moça. Suspiro. Não parece um assassino. E a moça parece ir de livre e espontânea vontade. Cruzo os braços. Aigon não me levou por livre e espontânea vontade em nenhuma das vezes e mesmo assim ele não é um assassino. Pelo menos, não um assassino daqui. Seu trabalho é pesado, mas é seu trabalho e eu entendo. Não julgo. Suspiro. Eles entram e decido ficar alerta. Saio do carro e começo a andar ao redor da casa sem que me note. Observo por uma janela e vejo que eles se sentam. Conversam animadamente sobre algo e ele arregaça as mangas da camisa e começa a cozinhar algo. Suspiro. "Acho que isso não será um assassinato!" Olho para o relógio e confiro as horas. 18:40. Definitivamente ele saiu antes do turno acabar e eu não sei o que esperar. É algo incomum. Minhas pernas doem e decido voltar para o carro. Fico algum tempo sentada e espero. Observo de longe e não vejo nada além das paredes da casa, mas minhas pernas estão cansadas. Depois de certo tempo confiro o relógio. 21:30. Caminho discretamente e me escondo perto da janela. Eles conversam e tomam vinho. O cheiro da comida é notável e depois de algum tempo eles começam a comer. Me sinto ridícula vigiando o par, mas é necessário.

Não sei exatamente quanto tempo passa e quantas horas seguem, mas eles finalmente se levantam. Ela caminha até ele e definitivamente não queria estar fazendo isso. Bufo. Terei que vigiar o sexo deles? Ninguém merece! Olho para o relógio. 00:30. Espero que eles comecem a fazer as necessidades fisiológicas sexuais depois que meu turno acabar. Fico algum tempo a mais observando e parece uma eternidade até que eles saem da cozinha. Saio da janela e giro para o fundo da casa.

Me certifico de que estou bem escondida e mantenho meu olhar fixo neles. Eles entram no quarto e bem... Ótimo! Realmente será no meu turno? Reviro os olhos. Se aquele homem não é meu assassino eu definitivamente vou querer entrar lá e pedir que parem. Seguro uma risada. "Você que é a intrusa Kate! Não tem que achar nada!" Fico durante um tempo e me sinto entediada. Ele nunca parte para o vamos ver e isso está me irritando. Quase estou entrando e assumindo o lugar dele. A moça deve ter secado nesse meio tempo só de beijos e pronto. Nada mais. Só beijo. Ele olha em direção a janela e noto que me viu. Tento me afastar, mas os olhos frios e perversos não deixam. "Droga! Ele aí matá-la!" E parece querer se certificar que eu assista. Saio da janela a tempo de ver um sorriso macabro cruzar seu rosto. Corro em direção a porta dos fundos puxando a arma do coldre.

- É a polícia! Abra a porta ou irei arrombar! - grito. Meu celular toca e tiro ele do bolso atendendo com a outra mão. Aponto a arma para a trança e atiro.

- Kate! - o barulho corta o ar.

- Venha logo Luke! - grito. Assim que a trança quebrou chuto a porta e entro jogando o celular novamente no bolso. Corro pela cozinha e antes que eu possa chegar ao quarto ouço um grito agudo. "Não!" Passo pelo corredor e escorrego. Apoio a mão no chão pegando impulso para o quarto e me levanto chutando a porta do quarto com força. Ela bate com tudo na parede. Aponto a arma para o homem. - Mãos para cima! Você está preso! - digo. Ele levanta as mãos e olho de relance para o corpo na cama. A garganta está cortada e ela está com os olhos arregalados. Seu corpo tem pequenos espasmos e ela parece se afogar no próprio sangue. Uma poça está ao redor do seu pescoço. Ele ergue as mãos e começa a rir. A risada ressoa no quarto e aumenta gradativamente. Ele ri com tanta psicopatia que meu sangue gela e sinto um arrepio subir pela coluna. - Deite-se no chão com as mãos na cabeça! - grito. Já lidei com loucos e não vou me assustar. - Você está preso! - digo com raiva. - Qualquer palavra que disser pode e será usada contra você no tribunal! - rosno. - É fragrante e duvido que seja solto! - digo. Ele não para de rir e a risada só aumenta. Luke aparece na porta e aponta a arma na mesma direção.

- Você está bem? - ele pergunta. Encaro a nuca do indivíduo e a raiva queima dentro de mim.

- Deitado! Agora! Quer que eu atire porra! - grito. Luke me encara. Ele sabe que trabalho e atuo como os homens quando faço isso. E bem... Isso incluí falar esses palavrões horríveis. O homem deita com as mãos na nuca e Luke se aproxima com as algemas. - Se mova e estara morto! - grito. Luke algema ele e o coloca de pé. Caminhamos em direção a porta e entro em choque. Dura segundos, mas acontece. O homem arrebenta as algemas e acerta um golpe em Luke. Ele cai como um saco de batatas. Encaro o homem boquiaberta. Ele é rápido e me desarma. Sou prensada contra a parede e cerro os dentes.

- Você estaria morta se eu quisesse Kate, mas quero a cabeça de Faruk, Ada e suas crias... Eles disseram que eu nem conseguiria te tocar quanto mais matar aqueles Alados. - meu coração acelera. - Vejam só? Estou te tocando e garanto... - ele cantarola. - Vou matar todos eles.

AIGON - Saga "Pearl" (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora