Capítulo 50

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Fico no quarto e garanto que Kate esteja perto dos meus olhos. Não permitirei que saia mais. Quero ela segura e perto de mim. Seu rosto de puro terror me fez sentir algo por dentro. Não vou permitir que ela sinta-se ameaçada e aterrorizada novamente. Ela é minha para cuidar e amar e farei isso como deve ser feito. Honrarei as asas que tenho. Estamos no quarto ainda é estou com ela nos braços. Estou sentado na cadeira e Kate está em meu colo com o rosto apoiado em meu peito. Corri com tanta pressa que não coloquei a camisa. Estava inquieto quando Luke apareceu. Já tinha saído e entrado no quarto algumas vezes e se Faruk não tivesse me prendido ali eu teria chegado a tempo de salvar o homem.

Finalmente policiais entram no quarto. Kate se levanta e me levanto passando o braço ao redor da sua cintura.

- Senhorita Kate! Está tudo bem? - ela nega.

- Preciso que procurem um homem imediatamente.  - ela começa a dar as coordenadas de como proceder e admiro a forma que ela atua. Assim que passamos o depoimento e fazemos os procedimentos necessários ela me encara com medo. Aperto sua mão.

- Estou aqui. Vou passar junto com você. - digo. Ela assente. Caminhamos para fora do quarto e Kate para assim que chega a cozinha. Luke está estirado no chão e seu pescoço foi quebrado. Não tem sangue ao redor e ele está marcado com giz em volta. Um fotógrafo bate algumas fotos. Suspiro. Puxo ela para perto e levanto em meus braços. Passo pela cozinha e saímos da casa. Desço ela somente quando chegamos perto de seu carro. Ela parece em choque. - Meu amor... Está tudo bem? - ela me encara e assente. Seus olhos marejam.

- Ele morreu mesmo? - ela pergunta e suspiro. Abraço ela e quero apenas arrancar essa cena da cabeça dela. Bruxos são terríveis.

- Vamos para o motel. Você precisa tomar um banho. - digo. Ela me abraça forte e fica assim durante alguns minutos e se afasta abrindo a porta do carro. Entramos e ela dirige até o Motel. Ela estaciona e descemos. Olho para a entrada do motel e encontro Faruk, Drake e Téo sentados nas escadarias. Kate caminha em direção a entrada e faço o mesmo. Tento me aproximar dela, mas ela desvia e olho para ela abismado. Tento manter minha compostura.

- Sinto muito por sua perda Kate. - Téo solta. Ela assente e permanece muda.

- Era o mesmo do retrato falado? - Faruk pergunta. Kate assente. Estou ao seu lado e desvio o olhar para encará-la. Ela parece frágil e parece estar dando tudo de si para permanecer estável. Aperto as mãos em punho. Quero o sangue desse bruxo em minhas mãos. Tento novamente puxar ela para mim, mas ela começa a caminhar e meu sangue ferve.

- Vou entrar e tomar um banho demorado... - ela sai e caminho em sua direção. Drake segura meu braço e Kate se distancia. Olho para trás com meu humor na beirada.

- Não grite com ela. Ela está frágil. - bufo.

- Ela está me evitando e quero saber o por quê. - Faruk suspira e coloca as mãos no bolso.

- Darei um palpite Aigon... - ele diz e me encara com o mesmo olhar indiferente de sempre. - Drake me disse que estava tentando esconder ela de todos. Eu e Téo só sabemos que vocês dois tem algo por que Drake me contou. Talvez... - ele tira as mãos do bolso e ergue o dedo em minha direção. - Só talvez ela esteja tentando proteger você. - engulo seco.

- Não estava pronto para assumir uma humana. - digo tentando me justificar. Faruk suspira.

- Agora ela pode não estar pronta para te assumir jovem... - ele se vira. - Vou voltar para Ada. Deixarei que conte para todos quando voltar. Sabe o que fazer? - ele pergunta pegando distância. Drake e Teo seguem ele. Me viro entrando no Motel e pego um olhar assustado da recepcionista. Acho que não pareço mais tão atraente para ela. Caminho pelo corredor e tento abrir a porta do quarto. Trancada?!

- Kate! - chamo. Ela não responde. Suspiro. Quero estar perto dela e ver se está bem e ela me tranca do lado de fora. - Kate... Sei que está aí. Abre a porta. Vamos conversar? Você está bem? Quero estar com você. - ouço um fungado seguido de um soluço e aperto o maxilar. - Não quero arrebentar a porta. Estou me segurando para não fazer isso... Quer que eu vá embora? Tem certeza? Irei se me disser que não quer me ver. - "Uma grande mentira!" provavelmente me sentarei no corredor e vou ficar aqui até que ela abra a porta e eu possa vê-la. Encosto a cabeça na porta e aperto a maçaneta. - Quer que eu vá embora? Me responda! Qualquer coisa. - ouço outro soluço.

Esqueça os bons modos!

Me apoio na porta e começo a empurrar com força. A madeira estala.

- Aigon! - uma voz chorosa me repreende.

- Abre aqui então! - tento não gritar, mas evidentemente pareço irritado.

- Quero ficar sozinha. - "Mas eu não quero deixá-la só!"

- Ok! Vou embora. - digo a contragosto. Me sento no corredor e encaro a porta. Antes que sequer complete um minuto que estou sentado Kate abre a porta e ameaça correr, mas ao me ver desiste. Recebo um olhar triste e ela se abaixa de joelhos me abraçando pelo pescoço.

- Fique aqui. Não quis te mandar ir embora. Achei que ia quebrar a porta! Por que não quebrou? - talvez por que me disseram para não assustar ela e disseram que eu deveria não me irritar? É uma excelente justificativa visto que ela acabou de perder uma pessoa que parecia importante.

- Me disseram para não gritar e agir da melhor forma possível. - digo acariciando suas costas. - Se eu quebrasse a porta e invadisse eu provavelmente demostraria estar irritado e bem... Você está frágil e essas coisas. - ela soluça.

- Ignore os outros olhos dourados. Quebre a maldita porta da próxima vez, mas venha até mim. - meu coração se aquece. Definitivamente ela é a pessoa perfeita para meu humor instável.

AIGON - Saga "Pearl" (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora