Capítulo 3

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Fingimos que o segurança tinha sido morto por um dos caras que prendemos, mas não estou tão segura de que Drake deveria estar solto. Ele havia matado o homem com as próprias mãos!?

- Mande para meu email a versão do vídeo. - peço.

- Tem certeza? - deu um longo suspiro. - Se algum racker tentar invadir a linha? Acho melhor verificar pessoalmente quando retornar. - Luke tinha razão, não era seguro ele me enviar.

- Ok... - coloco a chave na ignição e giro. O motor ganha vida. - Guarde essa fita a sete chaves Luke.

- Até mais Kate... E boa sorte com eles. - ele volta a rir. - Pagaria para ver o que esse homem faz para tirar sua paciência. - bufo.

- Desligando... - tiro o celular do bolso. Ele simplesmente me odeia e quero um motivo. Um que não envolva o ódio a humanos e blá blá blá. Algo plausível e diretamente ligado a minha pessoa.

Piso no acelerador e dirijo para um motel. Estou hospedada por algumas noites. Vim para Norfolk trazer a foto e quero investigar essas pessoas. Da próxima vez tenho que garantir que dê para seguir meus alvos. Passo pelas ruas mais movimentadas de Norfolk e estaciono assim que chego ao prédio. Desço e pego a pasta. Saio do carro e caminho em direção a ele. Entro e cumprimento a recepcionista. Ela me olha com um sorriso genuíno e caminho em direção ao quarto. Abro a porta e deixo a pasta sobre uma pequena mesa no canto do quarto. Sigo para o banheiro tirando a blusa babylook apertada. Me dispo e entro debaixo do chuveiro lavando a tensão da última hora. Deixo a água levar meus pensamentos mais confusos em relação a eles. Fecho a torneira e saio me olhando no espelho. "Tenho que treinar mais!" Sempre ao focar meus olhos no espelho penso em treinar. Devo fazer isso para não perder minhas habilidades de luta. Fiz cursos e mais cursos de defesa pessoal e não é atoa que tenho direito ao cargo que ocupo. Talvez por isso não gosto da intimidação que aqueles homens me passam. Não gosto quando substimam a força de uma mulher. Para mim é algo importante.

Saio do banheiro caminhando para perto da pequena mala que trouxe. Pego um pijama e visto. Me deito na cama olhando para o teto. Minha mente é levada para os olhos chamativos de Aigon. Fecho os olhos me amaldiçoando. Aquela história de odiar humanos pelas atrocidades e me incluir no meio é algo terrível! Ainda mais vindo dele! Seu amigo matou um segurança com as próprias mãos. Quem ele pensa que é para ter tanta aversão a mim? Não uso minha arma sem um bom motivo.

Me sento na cama suspirando e assim que limpo minha mente apago as luzes e me enfio debaixo das cobertas. Adormeço.

Estou correndo pelos corredores do colégio e acabo entrando dentro de um salão enorme. Parece estar havendo algum tipo de festa a fantasia. Olho ao redor e me acalmo. Por algum motivo estava correndo de alguém. Entro e caminho pelas pessoas. Olho para baixo e franzo o cenho. Estou fantasiada de alguma coisa. Sininho? Talvez. Sorrio. Sininho! Certeza. Olho em volta e me surpreendo com a música e as fantasias. São muito boas. Relaxo. O medo foi embora e nem me lembro por quê corria. Vejo alguém fantasiado de Peter Pan e definitivamente ele é muito bonito. Respiro fundo. Caminho em sua direção e paro de frente com ele. Ele usa uma máscara preta que cobre o rosto e a única coisa que enxergo são seus olhos. Sorrio e estendo a mão.

- Kate Glosson! - ele permanece parado. - Queria fazer amizade com o Peter Pan. Vejo que combinamos acidentalmente as fantasias. - mantenho a mão estendida e ele olha para ela. Ele me olha de cima embaixo e assente.

- Não... Não iria combinar minha fantasia com uma coisinha tão pequena. - franzo o cenho. De repente tudo roda. Recolho a mão e coloco perto da cabeça. Ele segura meus cotovelos. - Você está bem? - "Essa voz!" Meu coração dispara. A tontura passa e abro os olhos. Olho para ele e sorrio fracamente.

- Foi só uma dor de cabeça passageira. - digo. Ele assente e solta meus cotovelos. Olho para ele sentindo um sentimento de carinho profundo. - Já nos conhecemos? - ele balança a cabeça negando.

- Não que eu saiba. Você sabe Kate? - a tontura volta. Cambaleio e ele passa uma mão só redor da minha cintura. Sinto seu cheiro e o perfume toma meu olfato. "Conheço ele! De algum lugar..." - Quer sair daqui? - nego. A tontura passa e me desvencilho de seu toque.

- Acho melhor voltar para casa. Não deveria ter vindo a festa. Muitas tonturas... - sorrio. Ele assente e pisca. Seus olhos mudam do castanho para o dourado e franzo o cenho. "Conheço esses olhos!" Definitivamente conheço eles de algum lugar. Olho para seu rosto com curiosidade e aponto para a máscara.- Posso tirar? Acho que te conheço de algum lugar... Até suas palavras e seu cheiro são bem característicos para mim. - ele estende a mão e segura a minha com força. Sinto a dor pulsante enquanto ele aperta.

- Não pode. - a dor é tremenda e a tontura volta. Me mantenho equilibrada e ele solta minha mão. Sinto uma dor profunda e encaro minha mão dolorida. Que grosso! Olho para ele com um pouco de indignação.

- Não precisava esmagar minha mão. Bastava dizer que não podia e eu não ia ficar insistindo! - digo e aperto levemente a mão com a outra. Sinto quando ele se curva um pouco ficando da minha altura e meu coração volta a acelerar. Ele te os olhos em minha garganta. Engulo seco. Já vi essa atitude. Meu sangue ferve. - Aigon! - digo e sorrio. - É você não é!? - digo. Ele apoia o indicador na minha testa e usa a outra mão para segurar a máscara. Ele tira ela e me encara com aqueles olhos inconfundíveis, mas ele está diferente. Está mais novo, ele é apenas um adolescente. Céus! Minha memória clareia. Lembro do colegial. Ele sorri.

- Oi Kate.

Pulo na cama ofegando. Aquele adolescente, meu primeiro amor... Não...

- Olhos dourados é o Aigon!?

AIGON - Saga "Pearl" (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora