Miro a espada em um tronco de árvore e atiro. Ela gira no ar várias vezes seguidas até atingir o alvo. A árvore grita e o estrondo é tremendo. O chão treme levemente. Caminho em direção a árvore quando alguém pousa atrás de mim.
- Vamos comer na casa de Drake a noite. - Téo diz e se aproxima. Assim que estou perto da árvore pego a espada e arranco do tronco. Olho para trás encontrando Téo e Yven me encarando.
- Mary está mimando a todos para ganhar nossa confiança. - digo. Olho para a lâmina da espada. - Não gosto do relacionamento de Drake ainda. Ela parece uma criança que precisa de proteção. - digo. Téo suspira.
- A sensação de poder proteger alguém é excelente. Crescemos protegendo Pearl ou está com amnésia? - Téo diz. - Pare de achar ser dono da razão. Drake esta feliz e você está sendo chato. - ele diz e encaro Téo arqueando minhas asas e enfiando a espada na bainha. Não vou rejeitar ir a casa de Drake. Mary cozinha bem.
- Encontro vocês lá. - digo. Relaxo as asas e Yven sorri.
- Téo me disse que encontrou a humana que te atormentava no colegial. Nessas horas queria ter a força de Drake para ir com Faruk e ver sua reação perto dela. - Ele ri e Téo o segue em sua zombaria.
- Você tinha que ver Yven! Ele travou! Ele simplesmente travou quando viu ela na porta de Tessa. Parecia realmente em choque. - Cerro os dentes. - Uma pena que eu tenha que ficar aqui enquanto ele e Drake vão. - bufo. Caminho apressado e alço vôo. Passo pelas árvores e minutos depois desço na frente do castelo caminhando em direção as escadarias. Escuto quando Téo e Yven pousam. - Aigon! Espere! Me diga como se sente? Foi bom rever Kate? - não respondo.
- Ela está bonita Aigon? - Yven ri. - ela era na época do colegial. E seus olhos? Eles brilhavam quando ela te via, aposto que ainda baba nesses olhos. - me viro e vôo em direção a Yven e Téo. Eles mal processam minha chegada quando seguro ambos pescoços e tiro eles do chão. Eles tentam sair batendo as asas para trás e aperto mais. Yven me encara e para de tentar escapar. - Desculpe! Passamos do limite! - ele diz com um fio de voz. Solto os dois e eles caem de joelhos puxando o ar.
- Ela continua me irritando como sempre Yven... E não! Eu não paro para ver se ela é bonita ou feia. Não gosto de ter contato com aqueles meros mortais fracos e assustados. - digo. - Mary é a prova viva que não deveríamos nos envolver com humanos. Eles temem a tudo. Principalmente quando temos que nos livrar de alguém. Não aprovam nossos métodos e acham que por aplicarmos nossas leis e vivermos desse modo somos propensos a virar assassinos em potencial. - Téo me encara com uma incógnita no olhar. Ele se levanta apertando a garganta e torcendo o pescoço.
- Ela esta linda Yven... Aigon que não presta atenção mesmo. Deveria ver a mulher que ela se tornou. - meu sangue ferve.
- Deseja ela Téo? - pergunto e ele nega me encarando com um sorriso estampado no rosto.
- Você pode não gostar dela, mas se eu disser que sim estarei morto. - ele segura para Yven ajudando ele a levantar. Yven me encara rindo.
- Aposto que ainda sente vontade empurrar ela na parede e colocar seu rosto em seu pescoço. - avanço novamente e eles alçam vôo fugindo. Fecho as mãos em punho. Por algum motivo eles amam me atormentar desde o colegial por causa da garota. Kate era da sala de Téo e parecia sempre tentar se aproximar. Não entendo muito bem o que ela causa, mas isso me deixa irritado. Apenas não gosto da forma que ela me olha. Sempre parece encantada. Parece ver um deus e isso me irrita. Me irrita por que tenho vontade de fazer exatamente o que Yven disse. Ela é desafiadora em alguns momentos e tende a dizer tudo que não gosta. Não quero colocar ela contra a parede e colocar o rosto em seu pescoço, mas sim quebrar ele para ver se me sinto melhor. Realmente não entendo como alguém pode me deixar instável e quero acabar com a probabilidade de que ela seja uma ameaça a minha forte muralha psicológica. Como disse... Ela tende a me desafiar e isso me irrita, além disso me causa uma sensação crescente de calor. E nunca passa. É como se meu corpo respondesse a ela e isso é inadmissível. Não aceito uma humana pura! Já não basta minha aversão inicial a Ada e a Mary. Consigo suportar Ada por quê o sangue de um alado corre dentro dela. E estou me adaptando a Mary. Ela é uma pessoa bondosa. Assumo ser um preconceituoso com os mortais do outro lado. Eles mantém sempre suas maldades injustificáveis. Causam dano e dor sem um motivo e por puro prazer muitas vezes. Desse lado nós não ferimos ninguém se eles não merecem e por causa disso odiavamos Faruk antes de Ada chegar. Ele feria muitos inocentes por causa da instabilidade que faz o tempo pirar. Enterrei muitas pessoas ao meu redor e perdi meus pais por causa disso. Assumi o lugar de Gael na guarda por ser o mais forte depois deles. Arthur, Gael e Drogo eram os mais fortes. Agora somos eu, Drake e Téo. Mesmo que eu tenha assumido, não me sinto tão orgulhoso do meu posto. Minhas mãos estão manchadas de sangue e bem mais marcadas do que a maioria. Sou o responsável por arrancar as respostas dos prisioneiros e isso deixou meu humor mais sombrio. Tenho que admitir que sequer cogitar parecer a um humano malvado me enoja. E por isso estou mais irritado. Me sentir atraído por uma humana seria admitir que um daqueles mortais ganhou minha atenção. Não quero parecer ou me envolver a um. Especificamente a uma.
- Aigon? - A voz de Louise me tira de meus devaneios. Olho para trás vendo ela e Miguel saindo do castelo. Ela sorri. - Foi convidado para o jantar na casa de Drake? - Assinto. Ela sorri. - Tenho a impressão que esses três meses de casados deles já vai nos dar uma surpresa. - ela diz e franzo o cenho. Miguel ri.
- Louise acha que ela está grávida, pois convidou todos os amigos.
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AIGON - Saga "Pearl" (Livro II)
Fantasy#2 em AÇÃO - 23/11/20 #4 em AÇÃO - 20/11/20 "Droga de mulher! Ela literalmente está tirando meu controle. Dois Aigon's estão lutando dentro de mim. Um deles quer matar ela por estar me atraindo e outro quer apenas segurar ela no lugar e mostrar que...