Catástrofe

5 0 0
                                    


Não entendo, o que eu fiz de errado? Sinto que todos me odeiam. Estou rodeada por todos que eu conheço. Estão apontando para mim. Mas não ouço nada. Estou surda, tentei falar, também não consigo! Vou correr. Sei que posso me libertar dessa agonia!

Todos ficaram para traz. Minha mãe. Meus amigos e o Aaron. Finalmente eu pude falar!

— Estou livre!

Bimp,Bimp,Bimp

Ah, estou cansada, nem começou o dia, aliás, nem o ano direito, e já estou sem saco.Odeio acordar antes do despertador. Estou com preguiça de abrir os olhos. Tive um sonho estranho. Mas, me senti bem apesar de tudo. Costumo não sonhar ou lembrar-me do que eu sonhei.

Meu despertador não tem esse som. Começo a sentir algumas dores, meu pulso. Não consigo respirar direito! Sinto alguma coisa em minha garganta! Estou desesperada! Ainda não acordei? Abro meus olhos!

Acho que estou em um hospital! A luz incomoda meus olhos! Não consigo enxergar direito. Continuo a ouvir o Bip. E o som começa a ficar mais constante e meu desespero piora! Tento retirar o tubo que está em minha garganta.

—Doutor!

Uma voz feminina que eu nunca ouvi antes.

Definitivamente estou em um hospital! O que aconteceu!? Não me lembro! Estava discutindo com o Aaron e depois?!

—Enfermeiras! Ajudem-me a desentuba-la! Ouço uma voz masculina

O bip começa a ficar mais constante! E começo a ficar sem controle

—Rápido, me dêem uma injeção de sedativo.

Sinto uma dor e não consigo raciocinar.

—Olivia? - Ouço uma voz familiar.

Abro os meus olhos e vejo minha mãe. Ela está diferente. Não sei dizer o que!

—Graças a deus! - E seus olhos começam a lacrimejar

Ela me abraça forte e sinto algumas dores nos braços.

— Com cuidado senhorita! Ela ainda está com dor. - Diz uma enfermeira baixinha do meu lado.

—oo que...

Não consigo falar direito. Minha voz não está saindo.

—Ela vai ter dificuldade para falar durante os próximos dias por causa do tubo. - Fala a enfermeira.

—Tudo bem! Mas o que importa é que ela acordou!! - Diz minha mãe com alivio.

—Irei chamar o doutor Marinho, para tirar sua dúvidas!

Observo enquanto a enfermeira sai da sala. Ela tem um andar engraçado. E mais baixa que eu e roliça, tem os cabelos e a pele negra. Tem um ar maternal.

—Sei que você está confusa! Mas não precisa se preocupar, o pior já passou! -- Minha mãe fala tentando segurar o choro.

Um homem alto, de pele morena clara, com aspecto latino de jaleco entra na sala.

— Boa tarde, Viola!- Fala o médico apertando a mão da minha mãe!

— Doutor! Diz minha mãe retribuindo. Enxugando as lágrimas com a manga da blusa

Ele pega uma espécie de lanterna, se aproxima de mim. Ele está com a luz nos meu olhos.

— Muito bom! - Diz o doutor.

— A resposta está muito boa. - Completa ele.

— Toc, toc

Ouço batidas no vidro.

CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora