Meias verdades

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Aaron quer que eu suba com ele para o seu quarto. Não olho nos rostos de quem está na sala.Mas ouço Michele, perguntando para Sarah , por que eu não fui falar com ela. E isso me parte o coração.

Aaron fecha a porta e se certifica que não há ninguém ouvindo.

—Liv, eu não poderia estar te contando isso, mas é melhor que você saiba por alguém que você confie.

—Como se você confiasse de mim...

—Por que você está dizendo isso, somos melhores amigos, não somos?

—Olha, Aaron, desde que eu acordei nada está fazendo sentido. A escola, você, minha mãe. Eu não entendo, mas acho que vocês me culpam por alguma coisa.

—Não é isso Liv, é que aconteceu tanta coisa, que achamos melhor vocês não saberem.

—Vocês?

—Sim, os que não foram afetados.

—Afetados? Do que é que você está falando?

—Você, Annie e Bryan.

—O que isso tem haver com eles?

—Vocês são os únicos que sobreviveram e não foram afetados pela a anomalia.

Eu que já estava confusa, agora não estou entendendo nada.

—O que eu vou contar para você, não pode sair daqui. Por que se eles souberem que eu te contei, nós dois teremos problemas.

—Eles?

—Sim, os militares. Eles não interditaram a cidade por nada. Alguma coisa muito grande aconteceu. Você se lembra de alguma coisa antes de desmaiar?

—Um pouco, alguma coisa estava caindo do céu, e ia acerta a gente.

—Sim, eles estão chamando isso de cadente.

—Eu li alguma coisa sobre isso. Um satélite, não é isso?

—Não. Nem eu sei bem o que é. Mas com certeza não é um satélite.

Aaron parecia um pouco nervoso. Olhava para a janela constantemente.

—Resumindo, tivemos algumas consequências com a queda da coisa. E por causa dessas consequências Samantha pode voltar a falar.

Isso não fazia sentido. Isso não foi uma coisa boa?

—Eu ainda não entendo Aaron.

—Não precisa entender ainda. Mas se estivermos diferentes não quero que você se preocupe. E não conte nada para ninguém. A Samantha ficou proibida de ir a qualquer lugar fora de casa que não fosse à escola. Quero que você me prometa que não vai contar isso para ninguém.

—Você sabe que eu nunca contaria nada.

—Sim, eu sei. Por isso confio em você.

E ele me abraçou. Um dos abraços de sempre, mas meu coração ficou acelerado, minha barriga dava voltas. E assim eu soube que eu ainda o amava.

Ele me soltou abruptamente. E me olhou nos olhos.

—Esse sentimento...

Sentimento, do que ele está falando.

—Você está apaixonada por mim, Olivia? --- Ele me olha com curiosidade

Fiquei sem fala.

Como? Como? Desde quando?

Um dos meus piores pesadelos está se realizando. O tempo parece que parou.

Ele não diz nada. Acho que ele espera uma resposta. Mas, eu não consigo falar. Então eu faço a única coisa que eu imaginava fazer nesse momento.

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