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Eu, tu, ele e ela

Estou no café sentada na esplanada a beber a minha cerveja fresca e a comer os restos dos tremoços que ficaram dos meus amigos quando dou por a presença de duas pessoas, olho para a entrada da esplanada e lá estás tu com ela, a rapariga que realmente amas.
Que linda que ela é, os cabelos castanhos claros a cairem-lhe por o meio das costas, os olhos parecidos aos meus, um tom castanho esverdiado, o sorriso metálico igual ao teu, o nariz pequenino, ela é baixa mas não tanto como eu, dá-te por o pescoço, tal como um dia me disseste que gostavas, o corpo dela é de fazer cair o queixo, as calças justas brancas acentam-lhe perfeitamente tal como o top de renda prento. Enquanto eu apenas visto as minhas simples calças largas beges e a mesma camisa branca de sempre, o sorriso é o mesmo, o cabelo não mudou e o meu tamanho muito menos. Tu também estás igual, o teu olhar continua a prender o meu e o teu corpo ainda me chama, já passou tanto tempo que pensei que não fosse possível.
Entretato obrigo-me a dizer um simples olá e a baixar o olhar, ouço-vos a retribuirem o cumprimento e sentam-se numa mesa qualquer, levanto a cabeça e reparo que tu bebes o mesmo que ela, chocolate quente, o que bebiamos quando vinhas ter comigo a minha casa e ficávamos horas a falar sobre tudo e não fazíamos nada, não costumo ter saudades de tempos que já passaram mas queria muito voltar atrás e fazer com que te apaixonasses mais por mim, pelo menos, não me deixavas aqui, desamparada e frágil.
Não aguento mais e levanto-me como se fosse uma pena, vou até ao balcão e pago a cerveja, saiu do café e, afinal, está lá ele à minha espera, dou-lhe um beijo nos lábios e entrelaço as minhas mãos nas dele, olho para ti e tu sorris para ela, parece que não queres saber de mim e o sentimento parece mútuo.
De: catarina constantino
Escrito a: 09/11/2019