"- Saylor, vamos blincar de Esconde-Esconde? - perguntou a criança de 4 anos inocentemente encarando a criatura que ela acreditava ser seu amigo imaginário ate porque, ela sempre soube que apenas ela podia vê-lo - porfavorzinho Saylor, eu quero blincar."
Bem.. tudo começou quando eu tinha essa idade, 4 anos..
Saylor e Grand apareceram pra mim num dia comum em que eu brincava no quintal da minha casa sozinha, é.. eu sempre fui muito sozinha quando criança e isso as vezes me deixava um pouco triste. Minha mãe tinha dois empregos e meu pai sempre saiu muito, as vezes me pergunto se naquele tempo ele já se envolvia com o tráfico de drogas.
Eu ficava sozinha em casa vendo desenhos ou brincando de carrinho porque diferente das outras meninas eu nunca fui fan de rosa ou bonecas.
No dia que eles apareceram eu não senti medo algum, na verdade eu me senti especial por ser a unica que podia vê-los.. Eles me faziam ficar mais feliz pois. depois que eles apareceram eu parei de me sentir tão sozinha. Saylor sempre dizia que eu não precisava de fazer amigos na escolinha porque agora eu tinha a ele e Grand como meus amigos então eu sempre me isolava quando estava na escolinha e ficava conversando com eles, eles só sumiam quando eu estava brincando com Bella minha cadela.
Os pesadelos começaram aos 5 anos.
No meu primeiro pesadelo eu me vi deitada na cama com varias sombras negras me rodeando elas eram parecidas e ao mesmo tempo diferentes de Grand, uma delas tocou o meu pescoço e pareceu aperta-lo como se tentasse me sufocar e, bem..
Eu senti.
Eu me encarava inerte na cama enquanto sentia as mãos daquele "ser" me sufocarem cada vez mais, eu olhei pro lado e vi Saylor encarando meu corpo com o seu tipico olhar de tristeza ao lado da cama enquanto assistia a toda cena com suas pupilas vermelhas concentradas no que via. tentei chama-lo mais a cada vez que o fazia ia perdendo a consciência junto ao resto de ar que me sobrava.
Enquanto me sufocava a criatura parecia sugar algo de mim, era como se ela se alimentasse da minha energia e da minha alma pouco a pouco..
De repente eu fui sugada de volta para o meu corpo e olhei com pavor diretamente nos olhos negros da criatura que ainda me sufocava. segundos depois eu acordei assustada e tremendo, encarei todo o meu quarto e não vi nada nem ninguém logo depois caí em uma crise de choro baixinho e compulsivo.
Aos 10 anos tive minha primeira paralisia do sono e aos 12 Saylor e Grand sumiram sem aviso algum assim como apareceram. Talvez porque foi aos 12 anos que mesmo com todos os meus problemas psicológicos causados pelos pesadelos incessantes eu finalmente comecei a fazer amigos e por minha mãe ter se estabilizado financeiramente eu não ficava e nem me sentia mais sozinha.
Porém mesmo agora com 17 anos ainda tenho alguns pesadelos.
Me lembro que aos 8 eu tive um com aranhas e desde então tenho aracnofobia, hoje em dia eu nunca durmo muito bem mesmo quando não tenho pesadelos. Saylor e Grand não apareceram nunca mais e as vezes eu me pergunto se eles estão esperando por algo até porque durante a minha infância sempre acontecia diversos acidentes por onde eu passava, era como se eu levasse o caus a cada lugar onde eu pisasse eu poderia estar dormindo, inconsciente ou acordada que mesmo assim coisas bisaras aconteciam.
"- Okay pequena, mas você tem que me prometer que vai ser só uma vez - ele disse com a mesma expressão abatida de sempre olhando no fundo dos olhos castanhos avela esverdeados da criança - Promete?
- Plometo Sayly, de mindinho mas.. dessa vez o Grand pode vim blincar também? Porque ele não fala tanto comigo como você faz?
- Não pequena.. O Grand é frio, ele não gosta de brincar com a gente entende? Eu já disse a você nanica, ele não sente nada..
