Quando eu te conheci, você não acreditou.
Quando eu te toquei, você delirou.
Quando eu sorri, você sorriu.
Quando eu amei, você gostou.
Você não gostava, você amava.
Ter alguém ali.
Tão entregue.
Tão devoto.
Quando eu era tão submissa.
Tão apaixonada.
Tão fissurada.
Me ver machucada te dava prazer.
Chorando.
Suplicando.
Com o emocional frágil.
Com o psicológico destruído.
Mas com um sorriso no rosto.
Mas pronta para te dar prazer.
Era isso que você gostava.
Você odiava ouvir não.
Ouvir o quão ruim você era.
Odiava ver que eu tinha uma vida.
Sentimentos.
Mas quando eu dizia ir embora
Você mudava
Virava um príncipe
Por pouco tempo
Enquanto você saía
Enquanto se deitava com outros
Enquanto se drogava
Eu estava aqui.
Preocupada.
Chorosa.
Angustiada.
A solidão era a minha companheira.
E foi com ela que eu aprendi.
Eu não preciso de você.
Eu não preciso das suas falsas promessas.
Eu não preciso do seu toque.
Eu não preciso do seu amor.
Eu preciso de mim.
Eu preciso ser sincera comigo.
Eu preciso do meu toque.
Eu preciso do meu amor.
E eu agradeço a você.
Se não fosse por você.
Se não fosse pelas noites.
Com ela.
Eu não teria visto.
Hoje eu percebo que graças a sua ausência, eu conheci a minha solidão.
E graças a ela, eu sou livre de você.
Hoje eu me amo.
E amo a minha solidão.
