Querida, Coruja.

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Eu tinha uma mania.
A mania de sempre sonhar com a minha vida.

Reinventar as histórias.
Imaginar como seria
Poder refazer aquele dia.

Mas quem diria
Que logo no meio de uma pandemia
Eu havia decidido
Acabar com a minha triste vida.

Eu sei o que dizem.
Eu sei o que pensam.
Mas diga-me, coruja.

Qual o mistério da vida?
Para onde eu vou?
O que o amor?
E por que eu sinto tanta dor?

Não me leve a mal, coruja.
Eu tenho um bom trabalho.
Eu tenho um bom relacionamento.
Eu tenho boas amizades.
Mas ainda assim
Eu me sinto chegando ao fim.

Me diga, por favor.
Qual o sentido da vida?
Oh, coruja.
Por quê está tão deprimida?

Eu tento jogar todas as fases.
Mas sinto que devo pular para o final.
Não sou boa menina.
Não sou pura alegria.

Carrego um sorriso nos lábios.
Lágrimas nos olhos.
Dor no coração.
E meus pecados nas costas.

Todos amam a menina sorridente.
Mas me pergunto, coruja.
Eles perdoariam a menina quebradiça?

Não me leve a mal, coruja.
Eu sou grata.
Por cada sorriso.
Por cada lágrima.
Mas eu não quero mais.

Algum dia
Eu partirei.
Para longe daqui.

Ninguém aceitaria a menina que não sorria.
Ele não a amaria.
E ela sofreria.
A cada dia que passaria.

Até o meu dia chegue
Devo colocar a máscara e sorrir.
Fingir uma falsa alegria.

Mas por favor coruja.
Eu só peço que entenda.
Eu quero viver.
Mas não agora.

Minha mente confusa.
Gira.
Gira.
E gira.

E eu sei que tu me espias.
Não contarei as tuas tias.
Mas diga-me, coruja.
Qual é o sentido da vida?

Com Amor, LyrioOnde histórias criam vida. Descubra agora